32. VIENNA

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BRIANNA + JOHN


— Você pode, por favor, parar de se mexer? — John revirou os olhos pela milésima vez e Brianna riu baixinho, se contorcendo quando o pincel molhado tocou a pele nua de suas costas.

— É fácil para você falar — rebateu ela, estremecendo quando ele a tocou sutilmente na cintura.

Eles estavam na sala de estar; o brilho acobreado do entardecer atravessava as janelas do apartamento deles e fazia todo o ambiente resplandecer. Brianna estava de bruços no sofá, vestindo apenas uma calça de moletom de John, com os cabelos ruivos repousando sobre uma almofada. Ele estava sobre ela, com os joelhos pressionados contra as laterais do torso dela para evitar movimentos bruscos.

— Me diga de novo de onde você tirou essa ideia?

John praguejou baixinho, ignorando a pergunta. A ideia havia vindo do Pinterest, mas ele não admitiria aquilo em voz alta. Ele continuou deslizando o pincel pelas costas de Brianna, acrescentando um pouco de luz e sombras no que ele já havia feito. Desde que decidira desistir da oportunidade de trabalhar com Sindri, ele havia descoberto uma nova paixão por cores e suas nuances. Ele ainda gostava da veracidade do preto e do branco, mas, assim como sua percepção de mundo, algo nele havia mudado nas últimas semanas.

— Sinto muito que você precisou vender o nosso quadro — comentou Brianna. Ela estava com o rosto escondido nas almofadas, mas John não precisava vê-la para interpretá-la.

— Foi pelo bem do centro comunitário — disse ele simplesmente.

Para evitar que seus alunos ficassem sem um lugar seguro para expressar sua arte, John precisou vender todas as obras que ele havia criado até então. Ele evitou vender o quadro que havia pintado durante a estadia deles no chalé de Jocasta Cameron em Culloden Point, mas quando um comprador misterioso surgiu oferecendo uma quantia absurda por aquela peça específica, Brianna o aconselhara a fechar um acordo.

— Nós podemos fazer outras memórias — dissera ela, abraçando-o por trás enquanto ele se debruçava sobre as contas que Emma havia compartilhado com ele. O governo de Nova York deveria fornecer o dinheiro necessário para que o centro comunitário continuasse de pé, mas só enquanto o trabalho que eles fizessem ali fosse lucrativo para a imagem do prefeito. — Emma precisa desse dinheiro. As crianças precisam desse dinheiro.

John não sabia quem era o comprador, mas salvar aquele projeto era mais importante. Ajudar o centro comunitário não era mais algo que ele fazia para lidar com a falta de apoio que tivera durante sua infância. Aquilo era algo que ele e Brianna haviam abraçado. Juntos. Aqueles jovens artistas precisavam deles.

— Eu sei — Bree o trouxe de volta para o presente. — Mas eu sei que você não queria abrir mão daquela peça.

— Você disse que nós faríamos novas memórias.

— E faremos.

— O que você acha de ir para a praia nesse fim de semana?

Brianna riu e John afastou o pincel das suas costas para evitar que ela estragasse sua obra-prima.

— Seria ótimo, mas Lizzie nos mataria se nós perdêssemos a apresentação dela.

— É incrível que ela tenha conseguido arrecadar fundos para esse projeto — John comentou, deslizando a mão pela pele exposta da lombar de Brianna. — Tenho certeza que ela vai ajudar muitas mulheres que passam por situações parecidas.

Brianna se curvou um pouco sob o seu toque.

— Sabe — continuou ele. — Acho que entendo o motivo pelo qual os museus não deixam que as pessoas toquem nas obras de arte.

{PT} Brianna and John's Things-to-Do ListWhere stories live. Discover now