24. ESTE SOU EU TENTANDO

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JOHN 


Após conhecer Claire Fraser, John entendeu um pouco mais sobre de onde os traços mais marcantes da personalidade de Brianna haviam vindo. Fergus havia comentado sobre o quanto ela era parecida com Jamie Fraser, tanto fisicamente quanto em sua personalidade, mas ele conseguia ver muito claramente a influência quase palpável da cirurgiã na essência da filha. Ele só havia tido tempo de vestir a camisa antes que Brianna conseguisse se enfiar dentro das suas roupas novamente, deslizando os dedos pelo cabelos ruivos como se quisesse desaparecer com qualquer resquício do que eles haviam tentado fazer naquele sofá alguns instantes antes.

— Brianna Ellen Fraser — grunhiu uma voz irritada do outro lado da porta. Ele só conseguia imaginar o quão popular eles seriam com os vizinhos a partir daquele dia. — Eu vou derrubar essa porta se você não...

— O quê? — Brianna abriu a porta bruscamente. — Você ficou louca? O que você...

Claire passou por ela, parando subitamente quando viu John parado no canto mais afastado da sala de estar. Ela era uma mulher muito bonita, no auge dos seus quarenta anos e com uma rotina de skincare muito bem feita. Seus cabelos escuros eram cacheados, como os da filha, e pareciam quase tão fora de controle quanto o ninho de ratos que ele havia feito na cabeça de Brianna enquanto a puxava pelas madeixas acobreadas. Seus olhos, entretanto, não eram nem um pouco felinos. Eram amendoados e de um tom âmbar escuro que seria bonito, se toda a expressão ao redor daquele olhar não fosse homicida.

— Jesus H. Roosevelt Cristo — praguejou Claire, como se ele fosse algum demônio que ela quisesse exorcisar. — É verdade!

— Mamãe — Brianna parecia estar se controlando muito para manter seu tom de voz, e sua irritação, sobre controle. — O que você está fazendo aqui?

— Quanto tempo? — Claire se virou, alternando o olhar entre os dois como se estivesse decidindo quem tentaria matar primeiro. Dada sua reputação como excelente cirurgiã, John tinha certeza que ela sabia exatamente como fazer sua morte ser dolorosa e nem um pouco livre de dor.

— Sra. Fraser... — ele tentou se apresentar, mas se arrependeu no momento em que abriu a boca.

— Ah, cale a boca — ela praguejou, se virando para a filha. Ele não sabia se o sotaque britânico dela era sempre tão perceptível ou se a fúria a estava fazendo falar como se tivesse saído de um episódio de Downton Abbey. — Quanto tempo? Você achou mesmo que poderia esconder isso de nós? Por quê? Por que você esconderia algo tão absurdo? Por que você sequer faria algo tão estúpido?

— Mamãe...

Claire deu dois passos na direção da filha e tomou sua mão nas suas. A luz pareceu reluzir nas alianças, uma prateada e uma rose gold. John observou, maravilhado, a conversa silenciosa que mãe e filha pareciam estar tendo. Brianna era vários centímetros mais alta que sua progenitora, mas ambas possuíam a mesma postura altiva e determinada. Era quase possível sentir a intensidade da aura que elas emanavam e, por um breve instante, ele sentiu pena de Jamie Fraser. Ele não podia nem sequer imaginar o que era passar muito tempo na presença delas sem entrar em combustão.

— Por quê? — repetiu Claire, apertando a mão da filha nas suas. — Bree, eu não acredito...

— Quem te contou, Mamãe? — perguntou Brianna, soando minimamente mais calma.

— Não importa — resmungou Claire, amargamente. — Não foi você.

— Foi a tia Jo?

{PT} Brianna and John's Things-to-Do ListWhere stories live. Discover now