16. MUDANÇAS NECESSÁRIAS

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JOHN


John nunca tivera muitas convicções em todos os seus vinte e seis anos de vida e, ainda assim, ele tinha certeza de uma coisa: Brianna Fraser era louca. Doida, delirante, desvairada, maluca, insana, maníaca, lunática, desajuizada, biruta e definitivamente desequilibrada. Ele não possuía vocabulário suficiente — em nenhum dos idiomas que falava — para descrever o quão desacreditado ele estava com aquela conversa que eles haviam acabado de ter.

Casamento. Havia uma força quase sobrenatural ao redor daquela palavra, algo forte o bastante para fazê-lo piscar, atônito, enquanto reprisava todas as suas decisões que o haviam colocado naquela situação. Deus, ele havia concordado se casar com aquela garota que ele mal conhecia para conseguir um visto permanente no país que ele escolhera como seu lar. Talvez ele fosse tão emocionalmente desequilibrado quanto ela.

— Por que você está brava comigo? — a voz de Marsali o fez erguer a cabeça. O som veio do quarto de Denny, mas Lizzie parecia ocupada demais no seu celular para notar o tom irritado da jovem. Denzell não havia saído do banheiro ainda e John duvidava aquilo fosse acontecer tão cedo. — Isso é ridículo, Bree!

— Hm... Lizzie? — John chamou, fazendo-a se ajeitar no sofá e dar de ombros, sem tirar os olhos da tela do telefone.

— Sente-se, querido — ela sugeriu. — As coisas vão ficar bem interessantes.

— Nós não somos adolescentes, pelo amor de Deus! — Marsali parecia ligeiramente irritada.

— Eu não estou brava — retrucou Brianna, soando bem brava. — Só quero saber o motivo de você ter mantido isso em segredo.

— Bree descobriu que Marsali está transando com o Fergus — contou-lhe Lizzie.

— Marsali está transando com Fergus?

— E dá para culpá-la?

Definitivamente não.

— Eu não escondi nada — a porta do quarto estava aberta e John conseguia ouvir com clareza o tom que Marsali estava usando. Ele franziu o cenho, surpreso que alguém tivesse coragem de responder Brianna daquela forma. — Independente de sermos amigas, eu tenho o direito de ter privacidade e de não querer compartilhar todos os detalhes da minha vida sexual.

Brianna riu, sem o menor traço de humor no ato.

— Você está se ouvindo? — indagou ela. — Esse não é um dos seus casinhos com os idiotas que você conheceu em uma balada, Marsali. É o meu irmão! Eu sei mais detalhes sobre a sua vida sexual do que a sua ginecologista, então não me venha com esse papinho de que você tem o direito de manter isso em segredo. Você não me contou sobre Fergus porque você sabia que... isso é uma ideia estúpida!

Willie começou a latir, irritado com as vozes alteradas perturbando sua soneca. Denny agarrou aquela deixa como se fosse um bote salva vidas deslizou para fora do banheiro, caminhando em direção à gaveta onde eles mantinham as coisas do cachorro. Rápido como uma bala, ele pegou a coleira de Willie o levou para fora, murmurando alguma coisa sobre levá-lo para passear enquanto a bola de pelos endemoniada grunhia e tentava morder o seu calcanhar.

— Perdão, eu acabei de acordar. O que diabos você quer dizer com "isso"? — se sarcasmo tivesse um som específico, esse som seria a voz de Marsali. — Nós estamos fodendo, Brianna. Não precisa se preocupar, não tenho planos de ser a sua cunhada.

— Nós não deveríamos fazer alguma coisa? — ele perguntou baixinho.

— Não — respondeu Lizzie. — Bree fica mal-humorada quando acorda e a Mars também. Adicione uma pitada de ressaca, segredos e um homem gostoso e você tem a receita certa para o início do Ragnarök.

{PT} Brianna and John's Things-to-Do ListWhere stories live. Discover now