Colina dos Ventos Verdes

Capítulo 49

Era um sonho. Um doce e fabuloso sonho. E Alessia o presenciava pessoalmente e sentia as borboletas em seu estômago inquietas. Era a dama de honra do casamento de Cecilia Callum, que dentre alguns minutos, andaria até o altar onde seria desposada por Cameron Dashwood, e a partir daquele dia tão emblemático, seria conhecida solenemente como Cecilia Dashwood. Seus olhos não acreditavam na imagem da bela dama representada no enorme espelho de moldura de macieira.

Cecilia e Cameron se casariam em um dia radiante de verão no ano de 1800.

 Naquele meio tempo, Lady Farrell e sua Gata Cleo estavam passando uma temporada na Colina dos Ventos Verdes. Elizabeth e Theodore estavam mais unidos do que nunca, e Nicholas descobriu que tinha mais em comum com Kitty do que pensava. 

E, agora, todos estavam testemunhando o casamento de Cecilia que seria realizado na Colina dos Ventos Verdes.

— Eu nunca poderia casar-me em outro lugar. A Colina dos Ventos Verdes é o meu lar. Todas as minhas boas lembranças estão ligadas aqui — Cecilia disse.

Cecilia estava deslumbrante em seu vestido de noiva, com o belo véu de tule que lhe cobria a cabeça loira, cosido pela própria Sra. Callum. A ponta dos dedos de Cecilia tocavam seu reflexo reluzido em um lindo vestido branco. Era de fato, um vestido de noiva com mangas compridas em renda, com gola alta, uma fileira de botões perolados na parte das costas, e com muitas e muitas saias, deixando-o pesado.

Os olhos de Alessia estavam rasos de lágrimas, entrando em pleno contraste com o sorriso que ela estampava em seu rosto, contente pela felicidade da amiga.

— Ah, Srta. Alessia, não chore. Pois assim, eu mesma não conseguirei controlar-me e chorarei junto a ti — Cecilia disse, em uma voz por sua vez, embargada.

Os olhos azuis de Cecilia ficaram tomados de lágrimas enquanto o coração palpitava loucamente. Era o grande dia. O seu melhor dia de sua vida.

— Sua felicidade é a minha felicidade, Ceci. Estou tão feliz por você — apanhou as mãos da amiga e apertou-as com firmeza. — Minhas lágrimas são de alegria, não me censure de minhas lágrimas.

Sorriram uma para a outra, quando pela porta do quarto irromperam a Sra. Callum, Fanny e Tessa, sendo que as duas últimas citadas estavam vestidas como damas de honra. Tagarelavam e elogiavam sobre o quão bela estava Cecilia. As futuras cunhadas almejando ter a oportunidade em arrumar o véu da noiva.

Junto a elas, estava Lady Farrell que quase implorou para ser também uma dama de honra, pois segundo ela, queria realizar o sonho de uma vida, embora Tessa não concordasse por uma certa cisma tola em dizer que a Lady Farrell era velha demais para trajar aquelas vestes tão joviais e primaveris, no entanto, guardou o comentário pouco polido e nada ético para si mesma.

A Sra. Callum, mui emocionada e orgulhosa pelo casório de sua filha, assoava o nariz a todo instante, chorando quase de forma compulsiva por contemplar Cecilia caracterizada como uma nubente.

— Serei a garota que jogará pétalas de flores pelo teu caminho, Cecilia. Estou totalmente fascinada. — Tessa saltitava enquanto balançava a cestinha nas mãos, muito esfuziante.

— Estou tão feliz que a Srta. Alessia e o Sr. Nicholas são os padrinhos de casamento. Meu acompanhante será o educado e amável Sr. Edgar Young. Todos dizem que fazemos um belo casal, embora... — Fanny interrompeu-se admirando o vestido da noiva. — Oh, Ceci, faça o nosso irmão muito feliz. Agradeço-te por amá-lo — pegou as mãos de Cecilia, muito emocionada.

— Fanny, minha doce Fanny, não faças mais com que meu coração se agite. Estou a um passo de desmaiar — o rosto de Cecilia estava quente, quase rubro.