Capítulo 24

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Nicholas queria retribuir o que Alessia fizera por ele, quando planejou um banquete de aniversário, mesmo não sendo o seu aniversário. Mas estava sem ideias, e pior, mal sabia do que a mocinha realmente gostava. Ora, sabia que ela gostava de livros e os louvava mais do que o próprio ar que respirava. Em verdade, ele estava embaraçado em perguntar aos outros — principalmente aos amigos dela —, quais as coisas que ela mais gostava. Se perguntasse ficaria a par dos gostos de Alessia, por outro lado, desconfiariam dele e questionariam sem pudor que raios de noivo não sabe os desejos de sua própria noiva.

Foi por um atalho mais simples e que não o comprometeria, e tratou de questionar Cecilia, pois sendo amiga e dama de companhia de Alessia, ela saberia bem qual o presente ideal para a outra.

— Srta. Callum, sabes a respeito de algo que... — Nicholas fez uma breve pausa, mui corado — Alessia goste?

Cecilia pegou-se em tremenda surpresa. Assentiu com a cabeça e lidou de falar para o rapaz o que ele tanto queria ouvir.

— A Srta. Alessia gosta de borboletas. Exprime uma admiração gigantesca por borboletas.

Borboletas!

Era óbvio! Como ele poderia esquecer a paixão que a moça sentia pelos tais insetos alados? Ela as desenhava quando criança, e também, sabia de cor e salteado sobre cada uma delas. De repente, uma ideia maluca cresceu em sua mente e foi moldando-se conforme pensava a respeito do presente que poderia dar à ela. O rapaz queria capturar quantas borboletas pudesse e então soltá-las na sala secreta. Na sua imaginação, o esquema parecia fantástico apesar de absurdo.

Foi até o Sr. Callum, da qual não se dirigia a palavra por muitas semanas, e muito acanhado, questionou o senhorzinho, que no momento estava sentado à mesa de tábua redonda e rachada da cozinha, a fumar seu cachimbo tranquilamente. Assim que curado da gripe ficara, rapidamente o Sr. Callum voltou-se para seu cachimbo, a face barbuda envolvida pela fumaça.

— Sr. Callum, por um acaso terias rede para caçar borboletas?

O Sr. Callum quase não reconheceu o jovem à sua frente. Nicholas jazia mui diferente naqueles dias. Estava mais forte, mais limpo e de face saudável, muito distinto do jovem ferido e abatido que apareceu pela primeira vez na Colina dos Ventos Verdes. Atentou-se ao pedido do jovem, e ficou extremamente confuso.

— E por que eu teria algo assim? Uma rede para caçar borboletas?

— Bom, eu queria capturar algumas borboletas para a Srta. Kingstone.

— Não daria certo, rapazinho. Capturar borboletas exige muito tempo e paciência. E, além do mais, por mais que você queira, e por mais persistente que seja não conseguirá caçar borboletas debaixo da chuva. Ah, e se por acaso você se deparar com Hildegard por aí, não diga à ela que viu-me fumar cachimbo.

Antes de Nicholas se retirar, o Sr. Callum chamou-o mais uma vez.

— Espere, rapazinho, se vai pensar em comprar um presente para a senhorita, aqui — enfiou a mão no bolso e tirou um punhado de moedas douradas. — Acho que isso vai servir.

— Eu não posso aceitar.

— Aceite ou ficarei chateado convosco.

Mesmo relutante, Nicholas aceitou o dinheiro.

💠

Nicholas não iria desistir das benditas borboletas. Era um desafio grande, bem sabia disto, mas abraçou aquele obstáculo pois não era um homem que desistia facilmente. Passou perto da sala de estar, detendo seus passos a ver Alessia sozinha, a ler o livro que comprara anteriormente.

Colina dos Ventos VerdesWhere stories live. Discover now