De mãos dadas

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Sabrina estava linda com uma calça vermelha e uma bata branca com vários bordados. Entramos no carro dentro da garagem e fomos direto pro serviço. Quando o semáforo ficava vermelho agente aproveitava pra trocar uns beijinhos. As vezes um selinho e as vezes um beijo mais caprichado quando o sinal demorava abrir.

Chegamos no serviço radiante pela noite anterior. Minha criatividade veio com tudo e desenhei vários modelos exclusivos. Quando a Clarice, nossa gerente, passou por nós, ela nos olhou de um jeito diferente. Passado algumas horas a Letícia veio em nossa direção e nos disse:

- A Clarice quer conversar com vocês duas.
- Ao mesmo tempo? - quis saber.
- Sim...ao mesmo tempo.

Eu e a Sabrina nos olhamos com aquela sensação. Oque será que aconteceu?

Levantamos ajeitando as blusas pra tampar as fraldas. Fomos até a sala dela que já estava com a porta aberta. Entramos:

- Oi meninas, tudo bem?
- Sim - respondemos as duas ao mesmo tempo.
- Feche a porta por favor. Podem se sentar.

Sentamos com os olhos fitos nela:

- Bem - começou ela - por onde começamos? De uns dias pra cá nós notamos que vocês duas estão, digamos, bem próximas uma da outra e suspeitamos que vocês tivessem um relacionamento. Mas hoje vindo pra cá eu vi vocês dentro do carro dando uns beijinhos no sinal, confirmando minha suspeita.

Na hora que ela disse isso, eu gelei, e creio que a Sabrina teve a mesma sensação.

- Bem, nós não quisemos falar porque...- disse eu.
- Não precisa explicar nada meu bem - disse ela me cortando - é incostitucional proibir relacionamento dentro da empresa. Só quero formalizar isso pra evitar os burburinhos desnecessários.
- Então não tem problemas - quis confirmar, minha namorada.
- Claro que não... só não podem namorar aqui dentro.
- De maneira nenhuma - disse enfatizando.
- E o fato de ser duas meninas namorando, nem vem ao caso.
- Obrigada Clarice.
- Eu é que agradeço, pois desde o dia que vocês se aproximaram o serviço melhorou consideravelmente.
- Quando estou feliz, fico mais criativa.
- Continuem namorando então. E tem mais. Se quiserem andar pela firma de mãozinhas dadas eu não vou me importar viu.
- Nossa Clarice... você é maravilhosa - disse Sabrina.

Entramos cabisbaixas na sala da gerente e saímos de cabeça erguida e de mão dada com a minha namorada. A medida que a gente ia passando pra chegar ao nosso lugar as pessoas tinham as mais variadas reações. A Letícia nos cercou e disse:

- Eu sabia que tinha um clima rolando entre vocês duas.
- Além de bonita, você é muito esperta Letícia - disse eu colocando a mão solta na cintura.
- Vem aqui, vocês duas - veio em nossa direção e abraçou nós duas de uma vez - vocês são duas meninas maravilhosas e merecem ser feliz nesse namoro. Parabéns !!!
- Obrigada - falamos as duas.

Chegamos na nossa mesa e sentamos olhando uma pra cara da outra, e começamos a rir.

- Menina, oque foi aquilo? - falei por fim.
- Até fiz xixi na fralda na hora.
- Eu também - disse rindo.
- Ainda bem que passou tudo.
- Aí Sabrina lindinha. Que bom que não precisamos esconder mais nada de ninguém. Me sinto orgulhosa, e que todas saibam que estou namorando a menina mais bonita da firma.
- Sua boba, a mais bonita é você.
- Não vamos discutir por isso.

Na hora do almoço, como não trouxemos marmita, fomos num restaurante ao lado da firma mesmo. Pedimos feijoada, pois era sexta feira.

- Amor, já oficializamos nosso relacionamento até na firma, agora só falta falar pra minha mãe.
- Também concordo...ai, ai...
- Fica tranquila amor...vai dar tudo certo.
- Quando vamos fazer isso?
- Que tal amanhã?
- Pode ser... você já vai falar pra sua mãe hoje que tá namorando uma garota?
- Não.
- Não?!!?
- Claro que não, pra não dar chance dela fazer show. Revelando na sua frente ela vai ficar sem graça de falar coisas desagradáveis...vai por mim...eu conheço minha mãe...
- Vou confiar em você viu.
- Pode confiar amor - disse ela pegando na minha mão.

Depois de nos deliciarmos com a feijoada, resolvemos trocar nossas fraldas no banheiro do restaurante mesmo, já que é limpinho. Trocamos sem nenhum problema. Voltamos pro serviço de mãos dadas. Só de sentir aquela mãozinha gordinha eu já ficava super feliz.

O resto do dia correu com tranquilidade. Dentro do carro já voltando, Sabrina diz:

- Então amanhã eu passo na sua casa.
- Que horas?
- Nove da manhã... você vai almoçar com a gente.
- Vou provar a comida da minha namorada ou da sogra?
- Das duas. Nós cozinhamos juntas. Você vai gostar.
- Aposto que sim.

Quando o carro parou em frente o meu apê, nós, nos despedimos com um beijo demorado.

Quando entrei, a minha irmã já tinha chegado.

- Você mora aqui?- disse ela em tom de ironia.
- Nossa, que exagerada. Foi só uma noite.
- Tá com a carinha muito boa...pelo jeito a festa foi boa né.
- Não é nada disso. É que aconteceu um negócio legal no serviço.
- Oque foi?
- A gerente nos chamou e disse que viu eu e a Sabrina beijando dentro do carro.
- Nossa...e isso foi bom?
- Foi porque ela disse que não tem nada a ver ver a gente namorar. E ainda nos permitiu andar de mãos dadas dentro da firma.
- Uau...que top... aí sim, é legal mesmo.
- Não precisamos esconder mais o nosso namoro.
- Pelo jeito as coisas estão melhorando.
- Amanhã vou almoçar na casa da Sabrina viu.
- De novo???
- Vamos falar pra mãe dela do nosso namoro.
- Eita!!!
- Nossa maninha, ela disse que a mãe dela é daquelas tradicionais.
- Ixi !!!
- Disse que a mãe dela é boazinha.
- Tomara viu...se ela te chatear eu vou lá e quebro a cara dela.
- Ai doida... não precisa não - falo rindo - vou tomar um banho. Você coloca uma fralda em mim?
- Pede pra sua namoradinha colocar.
- Ela fez isso ontem e hoje. Mas não dispenso a colocação da minha maninha - passei por ela e dei um beijo na bochecha dela.
- Some e depois vem adular né.

No banheiro tirei a calça e quando tirei a blusa, eu levantei ela na minha frente observando melhor e logo em seguida abracei ela e dei alguns beijinhos...pois era a blusinha do meu amor. Tirei a fralda e joguei na lixeira. Tomei um banho caprichado. Depois minha irmã colocou a fralda em mim e vesti uma camisolinha bem curtinha que deixava a fralda aparecendo por baixo.

- Sofy...
- Oque foi?
- Qual seria a reação do papai e da mamãe se soubessem que estou namorando uma menina?
- Acho que eles não iam dar pulos de alegria não.
- Você acha que tenho de falar pra eles?
- Você é de maior e dona do seu nariz, mas seria legal sim se você conversasse com eles sobre isso.
- Quero falar, mas também não quero deixar eles chateados...oque eu faço?
- Tem que pensar num jeito legal de contar isso pra eles.
- Você me ajuda?
- Oque eu não faço por você bebê? - segurou minha cabeça entre suas mãos, me deu um beijo na testa e me abraçou forte.
- Eu amo você.
- Me too.

Em seguida fomos preparar um cachorro quente com todas os ingredientes. Comemos nosso cachorro quente com refri assistindo nosso dorama. Esse era um momento mágico pra nós. Depois que terminei meu lanche, minha irmã veio com um lencinho, limpou meu rosto e colocou a chupeta na minha boca e me puxou pra sentar encostada nela. Era um gesto de carinho e cuidado com a caçulinha. Quando fomos deitar ela veio com uma mamadeira com leite e achocolatado que eu tanto gosto.

- Senti falta disso ontem, credita? - comentou minha irmã olhando com ternura enquanto eu mamava - senti falta dessa bebezinha linda de chupetinha na boca olhando pra mim com esses olhinhos curiosos...senti falta de te dar o beijinho de boa noite.
- Dicupa - disse com o bico da mamadeira na boca ainda. Quando falei o leite escapuliu da minha boca sujando em volta da minha boca.
- Que isso bebezinha. Não estou falando pra se sentir culpada. Estou falando pra te mimar mesmo. Gosto de cuidar da minha bebezinha.

Acabei de mamar e minha irmã limpou meu rostinho com uma toalhinha e recolocou a chupeta na minha boca. Realmente eu sou muito mimada.

A história de Alice Onde as histórias ganham vida. Descobre agora