Modelo

270 12 1
                                    

Chegando no serviço a Clarice já veio ao nosso encontro:

- Sei que não é o serviço de vocês, mas teria jeito de pegar a Maria na rodoviária pra mim?
- Mas é claro Clarice...vai ser um prazer receber minha amiga.
- É às dez né? - quiz confirmar Sabrina.
- Sim, isso mesmo.
- Deixa coma gente - disse Sabrina colocando a mão no meu ombro.
- Mas é só pra buscar a moça viu... não é pra irem namorar não - disse Clarice com a mão na cintura.

Como resposta nos rimos da bronca dela.

Quando Sabrina sentou na sua cadeira olhando pra mim com os olhinhos vivos eu comentei:

- Estou notando um novo brilho em seus olhos, amor...porque será ?
- Porque será né meu amor ? - respondeu ela com a mesma pergunta.

As nove e quinze saímos pra ir na rodoviária esperar a Maria. Estava super animada com a chegada dela. Nunca esperava de tudo se resolver tão rápido. Como chegamos um pouquinho antes do horário, nós duas desobedecemos a Clarice. Aproveitamos pra dar uns beijos dentro do carro no estacionamento. Qualquer oportunidade a gente aproveitava. Um pouquinho antes das dez, nós descemos pra área de desembarque. Ficamos vigiando até que o ônibus de Caetanópolis chegou. Estava ansiosa vendo as pessoas descerem do ônibus até que vejo Maria descendo as escadinhas do ônibus. Corri e dei um abraço apertado nela.

- Que saudade menina - disse dando um beijo na bochecha dela.
- Chega, chega - brincou a minha namorada ciumenta.
- Oi lindinha, você também veio - disse ela dando um abraço na minha namorada.
- Nossa... tô tão feliz por você estar aqui menina - disse entusiasmada.
- Imagina eu -  disse ela.
- Aquelas fotos foram o curinga que eu usei. Foi a jogada certeira. Basta chagar lá e seja bonita.
- Isso ela já é - disse a Sabrina.
- Vocês são demais viu.
- Onde estão as malas?
- Está do outro lado do ônibus.

Fomos lá e pegamos duas malas cheias.  Ela olhou pra nós com cara de riso e disse:

- Essa maior aqui é só de fralda. Custei a fazer essa mala escondida. Arrumei ela de madrugada. Viajei de fralda, acreditam ? - disse levantando a beiradinha da blusa mostrando a beirada da fralda aparecendo.
- Você sabe que se for trabalhar de modelo não vai poder usar fralda no serviço né - alertei ela.
- Eu pensei nisso também, mas fora do serviço não vou perdoar. Dormir de fralda é uma delícia. Desde o dias que vocês foram embora que não fiquei nem um minuto sem a fralda. Só tirava pra tomar banho.
- Pelo jeito apaixonou mesmo hein - disse Sabrina sorridente.
- Amooooooo !!! Disse Maria.
- Vamos embora que a Clarice tá doida pra te conhecer - disse Sabrina.

Subimos a rampa até o estacionamento e guardamos as malas no porta malas. Fomos conversando animadamente até o serviço. E Maria estava deslumbrada com tudo oque via. Chegando, ela fez menção de pegar as malas.

- Pode deixar aí. Eu vou te levar no hotel depois do serviço - disse Sabrina
- Nossa, já estou dando trabalho né.
- Maria...isso pra nós é um prazer. Só não te paparicamos mais porquê não tem jeito.

Subimos no elevador. Aproveitei e dei um tapinha na bunda fraldada dela:

- Lindo bumbum garota !!!

Ela olha meio espantada.

- Liga não Maria. A Alice é meio doidinha assim mesmo.

Chegamos. A medida que íamos passando com a Maria todas olhavam curiosas. Entramos na sala da Clarice. Ela de pronto ficou em pé e veio dando a volta na mesa já com os braços abertos e deu um abraço apertado na Maria:

- Menina, que prazer em te conhecer - afastou um pouquinho pra olhar ela melhor - nossa, que mulher linda. Pessoalmente é muito mais bonita.
- Obrigada - disse Maria timidamente.
- E disso que eu tava falando quando queria algo original, genuíno, transcendental...

Maria estava com uma blusinha vermelha e uma calça jeans simplesinha.

- Quais são suas espectativas de trabalhar conosco Maria? - perguntou Clarice?
- Foi tudo tão rápido. Estou passada. Mas estou muito entusiasmada e vou dar o meu melhor.
- É assim que se fala garota...eu vejo garra aí. Depois do almoço nós já vamos fazer um check up. As meninas vão te mostrar oque fazer.

Pegamos uma cadeira pra Maria e colocamos na frente da nossa mesa pra irmos conversando.

- Você tem alguma restrição em desfilar de biquíni pra nós? Aqui só tem mulheres.
- Tudo bem... não tem problema.
- Quando contratamos uma modelo fazemos uma geral. Vai desde cabelo até às unhas. Pele, depilação...tudo. Vocês são moças de fino trato.
- Parece coisa chic ! - observou Maria.
- A única chic aqui é você Maria - falou Sabrina.
- Isso mesmo - completei.
- Parece que eu estou num sonho de ter saído daquela roça.
- Sua mãe ficou de boa? - perguntei.
- Meu irmão que tava em Curvelo, voltou pra morar com ela...ela amou... é maior puxa saco dele.
- Foi bom pra todo mundo então - comentei.
- Onde vou ficar esses dias?
- Num hotel aqui perto. Vai gostar - falou a minha namorada.
- Nós já tomamos a liberdade de olhar um lugar pra você alugar - disse.
- Estamos procurando um lugar perto de onde a gente mora. Assim pode vim de carona com a gente todo dia.
- Quando penso que vocês já foram maravilhosas ao extremo, vocês se superam. Oque posso esperar mais ?
- Uma namorada - brincou Sabrina.
- Bem que eu queria viu - respondeu rindo.
- Só você mesma viu Sabrina...acho melhor a gente ir almoçar pois já estou com fome - sugeri.

Fomos com a Maria no mesmo restaurante do dia anterior. Desta vez procuramos aquelas mesas que tem um encosto alto estilo americano pra proteger nossa retaguarda fraldada. Almoçamos uma comida gostosa.

Depois do almoço antes de irmos pro banheiro eu falei:

- Maria...tenho uma coisa chata pra te falar. Como agora a tarde vai vestir biquíni, você vai ter de dar uma trégua pra fralda.
- Tudo bem. Eu já imaginava isso. Mas estou tão feliz que nem vou ligar. Diante de tudo que estou vivendo isso é um pequeno contra tempo.
- É assim que se fala menina - elogiei ela.

Entramos no banheiro e antes da Maria entrar na cabine, eu enfiei a mão na bolsa e entreguei uma calcinha pra ela.

- Acho que você vai precisar disso né...ou não ? - perguntei.
- Alice, você não existe. Eu nem pensei nisso. Depois eu te devolvo - disse ela pegando a calcinha da minha mão.
- Precisa não... não estou usando mais.
- É mesmo né - disse Maria pensativa - isso deve ser bom. E a fralda que vou tirar? Onde coloco?
- Joga no cesto de lixo uai...

Entramos e trocamos nossas fraldas enquanto Maria trocou por uma calcinha vermelha de renda bem pequenininha.

Quando saímos Maria falou:

- Nossa Alice, que calcinha linda. Nunca tinha vestido nada tão bonito assim.
- Que bom que gostou. Já que não vai usar fralda, pelo menos uma calcinha bonita né.

Chegando na confecção, já levamos Maria pra uma sala onde todas as modelos passavam. Demos um biquíni pra ele vestir e pedimos que vestisse no trocador. Nisso Clarice já chegou pra fazer a "inspeção".

Quando ela saiu, todos, inclusive nós ficamos boquiabertas com tanta beleza. Tinha os seios fartos e firmes, cintura fina e um bumbum de dar inveja e coxas roliças. Era uma beleza de se admirar. Por fim, Clarice falou:

- Oque poderíamos acrescentar? Não precisa de mais nada. Ela é perfeita. É exatamente oque eu estava procurando. O biotipo da mulher brasileira. Não essas magricelas que estamos cansadas de ver.

A história de Alice Onde as histórias ganham vida. Descobre agora