Tia Tatá

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POV Thaís.

Eu estava doida pra contar minha conversa com minha tia pra Maria. Já eram oito horas da noite. Sabia que nessa hora, minha namorada já estava em casa. Aproveitei uma folguinha no serviço e liguei. Atendeu rápido.

- Oi minha ruivinha linda - atendeu Maria animada.
- Oi meu bem.
- Você é a melhor pessoa do mundo sabia? Deixou minha casa um brinco.
- Não podia sair e deixar aquela bagunça...
- Não precisava não sua boba. Eu limpava quando chegasse.
- Foi um prazer arrumar a casa da minha namorada linda. Mas te liguei pra outra coisa - falei fazendo um suspense.
- Pode falar...sou toda ouvidos...
- É o seguinte. Ontem estava conversando com minha tia e... - daí contei toda minha conversa com minha tia e da maneira que encarou a história que lhe contei. No final da história, Maria ficou fascinada.
- Nossa Thaís. Te dou total apóio pra você contar sobre sua paixão pelas fraldas. Quer que eu vá junto?
- Não, não...isso é uma coisa que tenho de fazer sozinha.
- Tem razão...uma conversa mais reservada né.
- Isso mesmo. Só queria sua opinião.
- Vai sim...fala com ela com jeitinho que ela vai entender.
- Mais uma coisa. Posso falar que você usa também?
- Pode sim amor. E fala que conhece mais duas meninas que usam também. Assim ela vai ver que não está sozinha nisso.
- Obrigada amor. Te amo. Tenho de desligar.
- Entendo... está no trabalho né.
- Sim...isso mesmo. Um beijão amor.
- Outro minha bebezinha linda.

Desligo o celular já apreensiva, pensando em qual seria a melhor maneira de abordar minha tia. Tenho de ser sutil mas não posso esconder nada. E ainda estou pensando se falo da chupeta e mamadeira.

A noite passou rápida. Pela manhã no vestiário encontro a Aline.

- E aí ruivinha...já decidiu sobre sua conversa com sua tia?
- Sim...vou falar pra ela. A Maria disse a mesma coisa que você.
- Sábia decisão...vai se sentir mais leve quando falar... você vai ver - disse mexendo no meu cabelo - e quem consegue resistir a uma menininha tão fofa como você.
- Ai Aline... você é um amor - me aproximo e dou um beijo na bochecha dela.
- Olha, olha...cuidado senão eu me apaixono hein.

Saímos rindo do vestiário. Na rua nos despedimos e fui pegar meu ônibus. No ônibus meu celular toca e atendo. É a Maria.

- Oi amor... só estou te ligando pra te desejar sorte...e qualquer coisa, eu estou aqui viu.
- Obrigada amor.
- Vai falar pra ela agora ou mais tarde.
- Vai ser agora mesmo. Hoje ela vai pegar serviço depois do almoço. Vou aproveitar esse tempo.
- Viu...tá tudo dando certinho...e não deixe de me ligar logo em seguida viu.
- Pode deixar... beijos.
- Beijos amor.

Desligo o celular. O próximo ponto do ônibus é o meu. Desço e a medida que vou me aproximando de casa eu sinto um xixi escapulir na minha fralda. Entro em casa até tremendo mas com o pensamento: "se controla Thaís, aja naturalmente". Como se fosse possível.

- Oi...minha ruivinha chegou na hora...estou fazendo aquela panqueca que você ama.
- Hum... está um cheiro maravilhoso tia.
- Venha comer enquanto está quente...depois você toma um banho pra sua soneca.

Me deliciei com aquela refeição feita com tanto carinho. Tinha de começar a conversa senão não conseguiria mais.

- Titia... queria conversar uma coisa com a senhora.
- Pode falar meu amor - respondeu calmamente sentando a mesa na minha frente.
- Oque tenho pra falar é muito difícil...se gaguejar, peço paciência.
- Nossa...oque pode ser ? - indagou ela apoiando os cotovelos na mesa.
- Sobre aquilo que conversamos ontem de adultos que gostam de fraldas e usam por prazer...bem...eu sou uma dessas pessoas - disse por fim suada de nervosismo.

Ela ficou parada me olhando séria, em silêncio. Cada segundo parecia uma eternidade. E ela continuava me encarando. Por fim eu falei quase chorando:

- Fala alguma coisa titia.

A história de Alice Onde as histórias ganham vida. Descobre agora