Laura e Noa

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POV Laura

Mesmo estando em um hospital, estava feliz, certa de ter feito um novo amigo.

- Você mora com quem, Noa ? - quis saber.
- Moro com minha avó. Meus pais e irmãos moram no interior. Eu vim pra cá pra fazer faculdade.
- Qual curso você faz?
- Pedagogia. E você? Estuda?
- Eu faço biblioteconomia. Já trabalho em uma biblioteca. Mas com o curso, eu posso ter um cargo melhor lá. E antes que pergunte, eu sou filha única. Moro com meu pai e minha mãe.
- Deve ser muito mimada heim.
- Um pouquinho - disse rindo.
- Eu também não posso reclamar. Minha vó é um doce.
- Imagino. São só vocês dois na casa?
- Isso mesmo. Você vai ver ela na hora da visita.

Então Noa começa a arrumar seu leito que estava cheio de coisas. E coloca um livro na mesinha ao lado. Meu olhos curiosos colaram no livro. Não aguentei sem perguntar:

- Qual livro você está lendo ?
- Se chama, "ano um".
- É bom?
- Por enquanto sim. Conta a história de uma epidemia que dizima a maior parte da população da terra. Dentre os sobreviventes existem alguns que adquirem vários poderes.
- Que tipo de poderes?
- Coisas como, voar, mover coisas...
- Eu queria voar - disse rindo.
- Também - concordou Noa.

Olhando pro meu leito, ele diz:

- Você também estava lendo um livro mais cedo né...
- Sim. Se chama "Eleanor e Park". É um romance bobinho de adolescentes. Só pra passar o tempo mesmo.
- Depois de lermos, podemos trocar pra leitura.
- Boa gostei.

Gostei também porque era um pretesto pra nos vermos depois de sair do hospital. Não queria perder a amizade do gordinho bonito.
Começamos a ler nossos livros. Mas pouco tempo depois eu senti a barriga doendo. Como eu sabia que não iam me deixar ir no banheiro eu fiz na fralda mesmo. Dei uma encolhidinha e fui soltando aos poucos. Senti o cocô enchendo a fralda. Oque via apenas em vídeos estava fazendo naquela hora. E confesso que gostei da sensação. Me sentia uma bebezinha fazendo travessuras. E quanto mais eu fazia, mais vinha. Parecia que não ia acabar nunca. Fui soltando até me sentir aliviada. Sentia um volume enorme na minha bunda. Pus a mão por cima da fralda disfarçadamente. Fiquei assustada com o tamanho do volume. Era enorme. Como não estava vendo a Sofia, continue lendo meu livro. Depois de um tempo vi ela passando no corredor e acenei pra ela. Ela chegou perto, mas fiz sinal pra falar no ouvido dela.

- Fiz cocô na fralda - disse sussurrando.
- Daqui a pouco eu te troco viu - respondeu Sofia no mesmo tom.

Continuei lendo meu livro. Mesmo estando cagada, estava confortável com exceção do acesso fincado no meu braço o tempo todo.

Depois de meia hora chegou a Sofia com um biombo e uma sacolinha com várias coisas. Cercou o meu leito, me descobriu e abriu a camisola. Abriu a fralda com cuidado, mas pude ver o tamanho do monumento que tinha feito. Sofia foi passando um pano úmido e puxando a fralda aos poucos enrolando a mesma. Depois passou um lenço umedecido com cheiro de neném. Antes de colocar a nova fralda ela passou bastante pomada anti assadura e depois uma quantidade generosa de talco. Fechou a fralda e pronto. Em poucos minutos estava limpinha e de fralda nova. Fiquei espantada com a praticidade em que a Sofia fez isso. Foi muito rápido. Pouco tempo depois nós descemos pra um sofá pra almoçarmos. Não gostava da comida de hospital, mas não tinha opção. Comia assim mesmo.

Quando desci eu fiquei mais próximo do Noa. Quando ele desceu da cama sua camisola abriu e vi ele todo só de fralda. Confesso que achei muito fofo. Rapidamente ele puxou as abas e amarrou as tiras. Essas camisolas de hospital são muito esquisitas. Nunca sei se a parte aberta é pra frente ou pra trás.

Sentamos lado a lado e podemos dar as mãos pra cumprimentar melhor. A mão do Noa era pequena e muito lisa. Parecia mão de moça. Mas não disse isso a ele.

A história de Alice Onde as histórias ganham vida. Descobre agora