Viagem de volta

300 14 0
                                    

Como tudo na vida...tudo tem um final. Infelizmente chegou a hora de voltar pra casa. Hora de voltar pra agitação. Mesmo assim tenho boas esperanças.

Arrumamos nossas malas...desta vez mais vazias, pois não tinham tantas fraldas . Além da que estávamos usando, tinha apenas mais uma pra alguma eventual emergência. Mas ficamos felizes por deixar a Maria bem abastecida de fraldas. Nessas mexidas das malas, meu pai chega com dois pets de dois litros cada um de leite. Entrega pra Sabrina e diz:

- Isso aqui é um presentim procê. Ocê disse que gostou do nosso leite.
- Nossa, que bom. Quanto é?
- Num é nada não. É um presente procê.
- Muito obrigada então.
- Cê me descurpa qualquer coisa viu. Deu pra ver que é uma boa moça. Obrigado por vir.
- Eu é que agradeço por me receberem tão bem na casa de vocês. Esse foi um passeio que nunca vou esquecer.

Sabrina ria de orelha a orelha abraçada com aqueles dois pets de leite. Tentou ajeitar eles na mala, mas como tava difícil tirou algumas roupas e me pediu:

- Leva na sua mala pra mim?

Me entregou algumas peças de roupas dobradinhas e eu ajeitei com todo carinho na minha mala. Somos duas virginianas super organizadas. Minha irmã fica rindo da gente. Ela olha e diz:

- Ai que preguiça. Olha as virginianas arrumando as malas. Tudo dobradinho, encaixadinho...
- Melhor que essa roupa toda embolada igual a sua - revidei.
- Isso se chama praticidade.
- Nós somos meninas or-ga-ni-za-das.
- Cada uma tem seu jeito - disse minha mãe intervindo.

Já era seis da tarde e tínhamos de pegar o ônibus das sete, mas nem tínhamos comprado passagem ainda. Por isso a gente saiu cedo. Como diz o ditado: "mineiro não perde o trem". Nos despedimos de minha mãe e de meu pai. Quando chegamos na rua a Maria estava nos esperando com charrete.

- Pensa que eu ia deixar vocês irem a pé pra rodoviária - disse ela descendo e já pegando nossas malas e ajeitando na parte de trás da charrete.
- Ai Maria, você é demais. Fechando com chave de ouro né - disse.
- Vocês merecem !!!

Foi apenas oque ela disse. Mas só eu e a Sabrina sabíamos a verdadeira intenção dessas palavras.

Subimos na charrete. A Sabrina ficou meio insegura, mas quando o cavalo começou a andar ela disse:

- Nossa, que trem mais gostoso. É a primeira vez que ando nisso.
- Se chama charrete - disse pegando na mão dela.
- Acho que nem no litoral eu fiz uma viagem tão gostosa como essa. Tudo é encantador.
- Mas como tempo a gente cansa - comentou Maria.
- Te entendo - respondeu Sabrina - quem é mais agitada, não acostuma.
- Eu mesma tenho muita vontade de sair daqui. Aqui é bom igual vocês fizeram. Só um final de semana pra relaxar. Mas aqui a gente não tem oportunidade de crescer profissionalmente.
- Pode ficar tranquila que vamos fazer de tudo pra te encaixar lá na confecção - disse.
- Uai, e eu não tô sabendo de nada - disse minha irmã com a mão na cintura.
- É apenas uma ideia. Por isso não te falamos ainda - disse.

Depois de mais alguns minutos de conversa e de charrete, chegamos na rodoviária. Descemos, e a Maria veio nos ajudar a tirar as malas. Minha irmã já falou.

- Já vou lá comprar as nossas passagens - e se afastou.

Aproveitamos pra despedir direito da Maria. Dei um abraço nela:

- Olha Maria. Te ver de novo depois de tanto tempo iluminou o meu passeio. E poder compartilhar isso com você - disse pondo a mão no bumbum dela pra contatar que estava de fralda - trouxe mais brilho ainda na nossa vida.
- Eu simplesmente não tenho como expressar o quanto que sou grata a vocês. Vocês mudaram a minha vida. Oque fizeram por mim, é impagável.
- Nós nunca pensávamos que iríamos compartilhar o nosso segredo com alguém. Muito menos com minha melhor amiga. Você é um tesouro Maria. Nós te amamos muito.
- Disso eu não tenho dúvida nenhuma - disse virando e abraçando a Sabrina - vocês são as meninas mais lindas e mais legais de todo mundo.
- Ainda não terminamos com você viu - falou Sabrina.

Nisso Sofia já estava voltando com os bilhetes na mão.

- Depois a gente acerta com você viu maninha - falei pegando dois bilhetes e passando um pra minha namorada.
- Vou cobrar juros - respondeu brincando.

Sentamos nas cadeiras da rodoviária conversando até dar a hora do ônibus sair. Faltando dez minutos levamos as malas pro porta malas do ônibus e novamente fomos nos despedir. Quando abracei a Maria, ela cochichou no meu ouvido.

- Quando você subiu na charrete eu vi sua fralda por baixo desse seu vestido curtinho.
- Obrigada - agradeçi rindo.

Quando subi no ônibus eu sinto a Sabrina colada nas minhas costas puxando meu vestidinho vermelho pra baixo.

- Você não toma jeito mesmo heim menina - falou a minha namoradinha linda.

Quando olho pra fora eu vejo a Maria rindo e maneando a cabeça num sinal de reprovação. Quando o ônibus arrancava vi Maria ao lado de sua charrete acenando. Senti um aperto no coração.

- Espero te ver em breve amiguinha - falei baixinho.

Em seguida fiz uma seleção de algumas fotos fofas, minha e da Sabrina. Eram fotos da gente de babydool ou camisolinha onde a fralda ficava aparecendo. Mostrei pra Sabrina e disse:

- Posso mandar ?

Depois de olhar cada uma , ela disse:

- De acordo amor.

Depois que mandei não passou nem um minuto e recebemos um monte de emojis de carinhas apaixonadas e vários corações. E muitos  "lindaaaaas" .

Recostamos nossa poltrona e demos as mãos. Nos olhamos com um sorriso no rosto.

- Tô com saudade do seu beijo - falei baixinho.
- Nem me fale amor - sussurrou ela.

E acariciei aquela mãozinha gordinha sentindo um arrepio no coração e um jato de xixi invadir minha fralda. Acabei cochilando um pouquinho na viagem sentindo minha fralda molhadinha.

Acordei quase chegando na rodoviária de Belo Horizonte. Chegando no nosso destino eu levantei andando despreocupadamente me esquecendo que estava com um vestidinho bem curtinho. Nem preciso falar o resultado né. Fralda a vista!!! A Sabrina e a Sofia vieram atrás de mim falaram juntas:

- ALICE  !!!
- Porque a gritaria ? - perguntei calmamente me virando pra trás.

Sabrina chega bem pertinho e fala:

- Você não acha que esse vestido está muito curto não? Sua fralda tá fazendo um espetáculo.
- Nossa !!! - disse puxando a barra do vestidinho pitoco pra baixo - esqueci desse detalhe amor.
- Vontade de te dar umas palmadas viu.
- Aí amor, você fica tão sex quando fala nervosinha assim !!! - disse acariciando o rostinho lindo dela.
- Aí, você não tem jeito viu - disse soltando um suspiro.
- Deixa ela fazer gracinha que tomo a mamadeira e a chupeta dela - minha irmã interveio.
- Aí maninha. Teria coragem de fazer isso com uma bebezinha?
- Agora você é bebezinha né.
- Uai, sempre fui.
- O velho truque da menininha indefesa né. Te conheço Alicinha.
- Vamos pegar o táxi - disse Sabrina - o moço tá esperando a gente. Já chegou a nossa vez. Alice, pode entrar... com modos viu !!!

O motorista ajeitou a nossa bagagem no porta malas do Corolla e em seguida minha namorada e minha irmã entraram me deixando no cantinho. Em poucos minutos chegamos em frente ao nosso prédio. Quando fui sair senti a mão da Sabrina puxando a barra do meu vestido pra baixo. Tiramos nossa bagagem e subimos no elevador. Quando entramos no nosso apê, eu levantei às duas mãos pra cima deixando a fralda toda a mostra falando:

- Liberdadeeee !!! - e caí deitada no sofá.

Sabrina veio por trás do sofá e debruçou no encosto acariciando meu rosto. Daí Sofia anunciou:

- Vou tomar um banho.

Logo que ela saiu eu puxei a Sabrina pra cima de mim passando por cima do encosto. Ela já caiu deitada abraçada comigo e começamos a nos beijar como se já tivéssemos a muitos dias sem nos ver. E entre beijos e abraços consegui falar:

- Eu te amo tanto !!!

A história de Alice Onde as histórias ganham vida. Descobre agora