De ônibus

153 3 1
                                    

POV Sabrina

Ligo pra Alice:

- Oi amor - atende Alice.
- Oi linda - respondo.
- Já chegou em casa?
- Cheguei agora, credita?
- Uai menina, oque aconteceu, geralmente você chega uns minutinhos depois que me deixa aqui.
- O carro começou a engasgar e custei a chegar. Cheguei aos trancos e barrancos. E estou te ligando pra te avisar que amanhã nos vamos de ônibus pro serviço. Vou chamar um mecânico pra olhar o carro.
- Tudo bem amor - disse ela.
- Queria ver se tem como a gente pegar o mesmo ônibus. Eu olhei um horário aqui. Tem um que passa sete e quinze. Tem como você pegar ele? O seu ponto é apenas dois depois do meu.
- Tem sim. Aí a gente encontra dentro do ônibus.
- Combinado então amor. Beijos.
- Muitos beijos pra você.

Desliguei o celular e já fui tirando a roupa pra tomar um banho. Por último tirei a fralda e quando fui jogar ela no cesto de lixo, já tinha uma outra fralda usada lá que não era a minha. Pelo jeito a mamãe gostou mesmo de usar fralda. Tomei meu banho, saí e coloquei uma fralda com absorvente. Vesti um baby dool bem curtinho que não tampava nada.

Fui até a cozinha mexer com minha mãe. Cheguei por trás e abracei ela e dei um beijinho na bochecha gordinha dela. Apalpei no bumbum dela e vi que estava de fralda também.

- É a segunda de hoje? - perguntei.
- É sim...acho que vou aderir ao que vocês chamam de vinte e quatro barra sete.
- Sério mamãe? Que lindaaaaaaa !!!
- Essa coisa de usar fralda é tão gostoso. Então me perguntei. Já que é tão bom, porque não usar direto.
- A senhora é a melhor mãe do mundo - disse lhe dando outro beijo.
- Gostaria que fosse comigo amanhã numa farmácia. Quero comprar mais fraldas, mas não conheço nada de marca. Hoje eu passei e dei uma olhadinha, mas é tanta marca que não sei qual comprar.
- Nossa mamãe. Vou adorar comprar fraldas com a senhora.
- Também quero comprar aqueles outros trem.
- Que trem ? - perguntei rindo.
- Pomada, talco, lenço umedecido...
- Tenho bastante. Pode usar os meus.
- Nada disso. Gosto de ter as minhas coisas. Além disso tenho de te dar um pacote de fralda, pois só tava usando as suas.
- Não precisa mamãe...o melhor pagamento é ver a senhora tão fofa de fralda.
- Vou te dar e pronto.

Desisti de insistir com ela. Ela sempre ganha. Ajudei ela a terminar a janta. Uma deliciosa sopa com muito legumes. Depois fomos jantar assistindo mais um capítulo de "Sorriso real". Começamos a assistir um episódio de Dorama por indicação da Alice e ficamos viciadas. Minha mãe disse que só namoraria se fosse com um coreano. Minha mãe é muito divertida.

Na hora de dormir ela chegou com duas mamadeiras.

- Nossa mamãe, eu não aguento duas mamadeiras - disse pegando uma.
- E quem disse que as duas são pra você?

Imediatamente deitou do meu lado e começou a mamar. Nossa, eu fiquei eufórica.

- Que lindaaaaaa. Nossa, a senhora sempre me surpreendendo. Que fofa.

Deitei ao lado dela e comecei a mamar também, doida de felicidade. Não tava nem acreditando. Minha mamãe estava mamando comigo ao meu lado. Era muita felicidade. Quando terminamos de mamar, ela substituiu as mamadeiras por chupetas. Então estávamos as duas de fraldas e chupetas na boca...ela ficou comigo até eu dormir.

No outro dia acordei mais cedo. Minha mamãe estava dormindo. Então eu mesma fiz minha mamadeira. Aproveitei que já estava fazendo a minha e fiz mais uma e deixei no criado mudo ao lado da minha mamãe que estava dormindo como uma bebê com sua chupetinha.

Quando ia me aprontar pra sair, resolvi fazer uma doideira que estava planejando a algum tempo. Queria vestir uma roupa que fosse impossível de esconder a fralda. Nem sei porque resolvi fazer isso logo hoje que vou de ônibus. Acho que é pelo perigo. Fica mais emocionante. Troquei a fralda mijada por uma outra das mais grossa que tenho e coloquei um absorvente. Fiquei muito bunduda. Vesti uma calça jeans cintura baixa. Por mais que eu puxasse ela, ainda ficaria uns cinco dedos de fralda aparecendo e depois escolhi uma baby look que insistia em deixar minha barriguinha de fora e consequentemente a fralda. Olhei no espelho e me achei linda...e doida. Coloquei uma blusinha de malha fria dentro da bolsa pra quando chegasse próximo do serviço.

Quando saí de casa não tinha muitas pessoas na rua, mas a medida que iam passando, comecei a achar que a ideia da "roupa insuficiente" não seria uma tão boa ideia assim. Toda hora alguém ficava me olhando com cara de bobo. Quando pensei em tirar a blusinha da bolsa o ônibus virou a esquina. Não dava mais tempo. Ao subir no ônibus eu fiquei esperando pra todos subirem antes de mim, mas tinham uns senhores cavalheiros que insistiram que eu subisse antes deles. Não sei se eram cavalheiros mesmo ou se estavam de olho na minha bunda de fralda.

Na hora que subi, a calça jeans desceu mais ainda por causa do movimento. Subi com o dinheiro já contado certinho pra entregar pro motorista. Antes de passar na roleta fui puxando inutilmente a calça jeans pra voltar a sua posição inútil de esconder alguma coisa. Procurei logo um assento e sentei colocando a bolsa no banco ao meu lado torcendo pra que ninguém reivindicasse o mesmo. Fiquei olhando pela janela pra acenar pra Alice. Nem olhava pros lados pra ver se alguém estava olhando pra mim.

Enquanto o ônibus ia avançando até chegar ao ponto onde a Alice ia embarcar eu fui pensando: "Sabrina, você ficou doida menina". E pensar que eu repreendia a Alice por causa disso.

Finalmente avisto minha namorada e aceno pra ela com um sorriso espontâneo. Vejo ela subir no ônibus e logo senta ao meu lado quando eu tiro a bolsa e me dá um selinho.

Escuto uns cochichos de umas senhorinhas alguns bancos atrás.

Sabrina me olha atentamente e pergunta baixinho?

- Você entrou no ônibus desse jeito?
- Uai... tô feia ? - perguntei ironicamente.
- Oque deu em você? - perguntou com um sorrisinho - está maravilhosa.

Fez questão de falar maravilhosa, pausadamente.

Ao observar sua roupa eu vi que não estava muito diferente de mim. Quando entrou estava comportadinha, mas quando sentou, ficou tudo a mostra.

- Lembra que eu te falei que tinha vontade de sair um dia com uma roupa que me deixasse impossibilitada de esconder a fralda? - falei baixinho.
- E você resolveu fazer isso logo hoje - sussurrou de volta.
- Acho que ia ser mais emocionante.
- E está sendo ? - perguntou me encarando.
- Mais doque eu esperava.
- Quem diria...a tão comportada Sabrina - disse ela me provocando.
- Mas aposto que gosta mais dessa Sabrina de agora doque a outra comportada.
- Sem dúvida - respondeu sem pensar.

Colocando a sua mão sobre a minha, ela pergunta:

- Como vai fazer no serviço?

Em resposta, eu abro um pedacinho do zíper da minha bolsa mostrando uma blusinha lá dentro.

- Ahhh...pelo visto não está tão impossibilitada não né.
- Se aparecer assim na firma vou ser alvo de chacota o resto da vida.
- Talvez não.
- Não vou pagar pra ver.

Olho pela janela vendo um novo cenário pelas voltas que o ônibus dá. Viro pra Alice e falo animada mudando de assunto:

- Precisava ver que gracinha da minha mãe ontem.
- Oque ela fez?
- Mamou sua mamadeira deitada ao meu lado, juntinha comigo.
- Nossa, que fofa.
- E disse que vai usar fralda direto igual nós duas. Até pediu pra eu ir com ela numa farmácia hoje, depois que chegar do serviço pra comprar fraldas. Você poderia ir com a gente.
- Mas é claro que vou...vou amar sair com vocês. Ainda mais pra comprar fraldas. Também estou precisando comprar mais.
- E eu também - disse rindo - vamos as três comprar fraldas.
- Três bebês - completou Alice.

Olhando pra fora do ônibus, concluí:

- Vamos descer no próximo ponto.

Levantamos e levantei a mão pra puxar a cordinha da campainha. Nisso minha blusinha subiu toda. Minha namorada, vendo minha situação, deixou eu descer na frente dela. Mesmo assim a visão da minha fralda não ficou ofuscada pras pessoas a minha volta. Descemos e ao me olhar direitinho, a Alice disse:

- Menina, desta vez você caprichou viu. Tá um show.

Dei a mão pra minha namorada e me senti mais segura. Mesmo estando nervosa e envergonhada, outra parte de mim se sentia livre e realizada. No final das contas, estava gostando daquilo.

As pessoas passavam direto sem perceber e uma minoria olhavam curiosas pra mim. Quando faltava um quarteirão pra chegar no serviço, eu tirei a blusinha e vesti por cima da baby look. Ficou ótimo. Alice só deu uma ajeitada na sua blusa que não era tão pitoca como a minha.

Entrei como sempre de mãos dadas com minha namorada me sentindo poderosa.

A história de Alice Onde as histórias ganham vida. Descobre agora