A Cortesã

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A bondade sempre poderia surgir de quem menos esperamos

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A bondade sempre poderia surgir de quem menos esperamos. Era o que a mãe de Maggie costumava dizer, antes de morrer de uma terrível doença, assim como seu pai.

Ela tinha razão, porque June havia sido especialmente gentil com ela desde que retornaram ao castelo de Vincent. Havia levado Maggie até seu exuberante herbário, onde a menina lhe ensinou como triturar ervas, secá-las, diferenciar os tipos de planta, como dilui-las em água quente, mostrou-lhe os livros de poções, unguentos e emplastos.

Maggie se esforçava muito, mas era muito difícil e ela ficava impressionada com o quão bem June conseguia fazer aquilo, com tamanha maestria.

Em determinado dia, Maggie indagou:

– Por que está ensinando isso à mim, June? Quando cheguei ao castelo, se bem me lembro, você me odiou.

June a fitou por um momento, ela tinha impressionantes olhos esmeraldinos, era o que mais se destacavam em seu rosto juvenil, seus olhos. Ela era uma garota impetuosa, sempre olhava diretamente nos olhos das pessoas, sem baixar sua cabeça.

– Eu conhecia alguém que já foi como você, uma cortesã. Foi quem me ensinou quase tudo que eu sei sobre plantas e ervas medicinais. Eu acho que ela gostaria que eu fizesse o mesmo com alguém que é como ela. – June suspirou, fechando os olhos por um segundo – Além do mais, eu não gostava de você por causa de ciúme.

– Ciúme? – Maggie franziu o cenho.

– De Vincent – O rosto dela enrubesceu.

Magnolia piscou, sentindo-se desconfortável. Quis dizer que Vincent a havia rejeito, que não havia qualquer motivo para June sentir ciúme, mas algo lhe disse que a menina não queria ouvir isso. Maggie sabia a quem a atenção romântica de Vincent era destinada e, não era para nenhuma delas duas.

Isso fazia com que Maggie sentisse mais simpatia por June.

Uma semana depois de eles voltarem para o castelo, Maggie organizou um prato de comida contendo um pedaço de bife, um pão e algumas frutas, e o levou até a masmorra, onde Beck se encontrava. Ninguém se importava muito com ele e, apesar de saber que ele era um vampiro, Maggie sentia pena.

Era uma coisa estranha, mas ela se sentia particularmente ligada à ele. Maggie achava que porque, desde que se tornara uma cortesã, foi tratada como algo abominável pela sociedade, algo imundo e repugnante. Não era muito diferente de como tratavam Beck, apenas por ele ser um vampiro. Ela não sabia quase nada sobre ele, mas imaginava que ele não tivesse tido muita escolha em se tornar o que era, assim como ela.

Maggie desceu as escadas até aquele porão escuro e encontrou Beck em um canto, com o tornozelo acorrentado a uma das paredes por uma corrente. Sabia que Minerva o tinha prendido magicamente, por isso ele não conseguia fugir. Maggie havia sentido a força de um vampiro quando dois deles a nocautearem, pouco antes de aprisiona-la.

O FeiticeiroWhere stories live. Discover now