Quando o Inimigo Bate à Porta

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Havia um estado de tensão naquele castelo desde que Maximus Lennox chegara, mas era um pouco mais do que isso. Vincent e Ellie não se olhavam em nenhum momento, ficavam sempre afastados um do outro, ela sempre estava enfurnada na biblioteca, hora lendo diferentes livros, hora apenas sentada de olhos fechados, e ele, em seu quarto.

Minerva havia ido, no dia anterior, de volta para seu castelo, onde estava informando aos feiticeiros do antigo Conselho quando atacariam e onde exatamente. Por alguma razão, levou Maggie e Beck consigo, mas deixara Dante, que continuava treinando incessantemente nos fundos do castelo junto de Sam.

E June continuava em seu herbário, sem saber ao certo porque continuava fazendo suas poções, já que isso não fazia mais nenhum sentido.

Vincent havia contado a todos o motivo pelo qual haviam ido atrás de Maximus e havia avisado à eles que isso poderia resultar em uma visita não tão inesperada de Salvatore. Por isso, havia passado um dia inteiro reforçando a barreira e as proteções mágicas do castelo, fortificando o feitiço de camuflagem do castelo e aplicando runas de armadilhas do lado de fora.

Quando June viu Vincent entrar em seu quarto, próximo do crepúsculo, ela se esgueirou até a biblioteca do castelo, onde encontrou Ellie atrás de uma pilha de livros. Assim que June entrou, ela ergueu os olhos e a encarou com certa curiosidade.

– Você vai ver o Maximus, não vai? – Ellie perguntou.

– Como você sabe? – June se aproximou dela.

– Porque eu estava aqui tomando coragem para fazer o mesmo.

– Vamos juntas.

Ellie ficou tão surpresa quanto June. Ela não sabia exatamente quando havia parado de odiar completamente a presença de Ellie, mas aconteceu. Quando olhava para ela agora, June não sentia um desejo insano de esgana-la ou apunhala-la com alguma coisa afiada. Não gostava dela exatamente, mas havia uma certa tolerância agora.

A ruiva se levantou e acompanhou June escada acima até o sótão, uma porta quadrada negra menor do que uma porta normal, ao lado dela havia uma poltrona verde escura onde Bash estava deitado em sua forma de gato com seu rabo felpudo enrolado ao redor do corpo.

Ele ergueu a cabecinha peluda e as fitou com seus olhos laranjas.

– Vince disse que ninguém além dele poderia entrar nessa sala.

– E você cumpre ordens agora, Bash? – June cruzou os braços e o encarou firmemente.

O familiar saltou para o chão e, no instante em que suas patinhas pisaram o assoalho, ele se transformou em um homem novamente, um homem nu. June bufou e apontou para o corpo dele, Bash riu e estalou os dedos, fazendo com que roupas surgissem.

Sebastian abriu a porta sem colocar as mãos nela e fez um floreio com a mão, indicando que as duas o acompanhassem.

Havia uma cadeira no meio daquela sala sem nenhum móvel e sem janelas. As mãos e os pés dele estavam presos por grilhões grossos. Havia uma centena de símbolos e runas diferentes marcando as paredes, o chão e o teto.

Maximus Lennox não era o que June esperava. Quer dizer, imaginava que ele fosse um homem jovem, como Vincent, e ele realmente o era. Tinha pele morena acobreada, cabelo castanho escuro e olhos brilhantes de um jeito que pareciam um fogo ardente. E ele era bonito, tinha a beleza de uma flor venenosa com muitos espinhos.

Ele sorriu.

– Eleanore e... Eu não sei quem você é – ele se dirigiu a June, que encolheu os ombros involuntariamente. Sentia-se sob os olhos de uma fera selvagem.

O FeiticeiroDonde viven las historias. Descúbrelo ahora