Brisa Gélida

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 – O que faremos? Salvatore Lex não pode me encontrar – Ellie disse, atônita.

Ela e Niara já estavam novamente na cabana.

– Acalme-se, Ellie. – a bruxa pediu – Ninguém pode nos rastrear aqui na cabana e sãos poucas as pessoas que podem encontra-la na floresta. Essa cabana é protegida por uma magia que impede que alguém mal intencionado possa se aproximar. Pode me explicar o que aconteceu na clareira? Você ficou... fora por alguns minutos.

Um vinco se formou entre as sobrancelhas de Ellie.

– Como assim "fora"?

– Você entrou em um estado de relaxamento profundo e uma aura de energia mágica violeta envolveu seu corpo. Embora você continuasse fisicamente na minha frente, foi como se sua mente, sua consciência, deslizasse para longe. Fiquei preocupada porque senti certa... aura estranha te rodeando, algo um tanto...

– Maligno – Ellie concluiu.

Niara aquiesceu.

– Maximus mencionou um demônio. Ele tomou a forma de Vincent e queria que eu dissesse que pertencia à ele.

A bruxa se empertigou, parecia preocupada.

– O que você respondeu? E o que Maximus tem a ver com isso?

– Disse que não pertencia à ele. Eu tive uma visão com Maximus, desde que ele invadiu minha mente, às vezes, eu tenho vislumbres com ele e...

Ellie gritou de dor. Foi como se alguém tivesse acabado de lhe dar uma martelada direto em seu crânio. A dor foi tamanha que a visão de Ellie escureceu e ela caiu ao chão.

A última coisa que ouviu foi o grasnar de Dimitri, que gritava "vermelho" incessantemente.

Vincent abriu os olhos e retornou do seu estado de inconsciência, mesmo que não se lembrasse de ter dormido.

Levou três segundos para ele reconhecer o quarto ao seu redor.

Instintivamente, ele puxou os pulsos para verificar se estes estavam novamente presos por correntes e ficou bastante surpreso ao perceber que não estavam.

Quando vagou o olhar para o lado, percebeu que havia alguém sentado na poltrona próxima a cama. É claro que Vincent levou apenas um instante para reconhecer. Maximus estava afundado contra o estofamento e seus olhos estavam fechado, a cabeça tombada para o lado de um jeito que não parecia nenhum pouco confortável. Estava dormindo.

Calmamente, Vincent afastou os lençóis e jogou as pernas para o lado, ficando em pé muito lentamente para não causar nenhum barulho. Ele olhou para os lados, buscando alguma coisa que pudesse usar como arma, mas não havia nada por perto. Vincent olhou para as próprias mãos vazias, que provavelmente não seriam o bastante, mas teriam que servir.

Ele esticou os braços e se aproximou de forma calculada, mirando o pescoço esguio de Max.

– Você só pode estar brincando, Vince – Maximus murmurou sem abrir os olhos.

– Não custa tentar – Vincent deixou que os braços caíssem ao lado do corpo feito pêndulos.

Maximus levou dois dedos a têmpora, massageando aquele local e semicerrou os olhos.

– Com dor de cabeça? – Vincent quis saber.

Os olhos de Max escrutinaram o outro feiticeiro, mas, se estivesse em busca de preocupação, se decepcionou. Ele suspirou e ficou em pé.

– Eleanore criou uma ligação com a minha mente depois de eu tê-la invadido e eu desfiz essa conexão. – Maximus inclinou a cabeça para o lado, encarando Vincent fixamente. –Algo me diz que você tinha conhecimento sobre isso. Eu a vi, como se ela estivesse aqui no meu castelo, feito uma aparição.

O FeiticeiroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora