Vida ou Morte

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Dante não conseguiu não se impressionar com o que viu, foi tão...

Maximus se levantou um segundo depois de estar livre, o corpo todo se envolveu com o brilho vermelho de sua magia e ele atacou. Era rápido como uma flecha, seus pés praticamente deslizavam sobre o chão e saltava por sobre o corpo da serpente com facilidade. Ele atingiu um soco na cabeça da cobra e ela foi arremessada com força monstruosa contra a parede.

E logo se iniciou uma dança que, se não fossem as condições em que estavam, seria até bonito de ver. A serpente dava seus botes, mas não era capaz de atingir seu alvo. Maximus golpeava, uma vez, duas, três e cada soco era brutal.

Ele estava usando magia, mas não contra a cobra, usava-a em si mesmo, para deixa-lo mais rápido, mais forte, mais resistente. Magia corporal, a especialidade de Maximus.

Foi então que, com um acenar distraído de mão, Maximus fez com que uma das paredes do andar desaparecesse, quase que ao mesmo tempo agarrou o corpo da criatura e a arremessou para fora. Fez crescer uma enorme estaca na terra do lado de fora, que apunhalou o corpo da serpente quando ela caiu. A criatura guinchou e se contorceu furiosamente.

Maximus fez com que dois enormes blocos de pedra se desprendessem do chão, envoltos pela magia rubra do feiticeiro, em seguida, os transformou em metal sólido. Com um movimento de suas mãos, ambos os blocos de ferro se uniram, esmagando o crânio da cobra que estava entre eles, com um som nojento de osso se partindo e carne sendo esmagada.

De repente, Dante percebeu o que fizera quando contemplou Maximus. Ele segurou a mão de June e se colocou à frente dela no instante em que o feiticeiro se voltou para ele.

– O que acha que vou fazer, garoto? Matar June?

– Eu francamente não ousaria supor o que se passa em sua cabeça – disse Dante.

Um sorriso esticou um dos cantos da boca de Maximus pra cima.

– Me parece que minha irmã lhe ensinou bem.

Ellie não podia crer que Bash estava morto, mas sentia em seus ossos a verdade. Podia ver o sorriso dele, os dentes manchados de seu sangue, pouco antes de morrer.

Sentia os braços frios de Vincent a envolvendo, enquanto o peso da realidade se assentava em seu ser. Não havia sido seu feiticeiro que morrera, afinal, mas o familiar dele.

Também podia sentir que Vincent já não estava mais amaldiçoado.

Era estranho, mas tanta dor e tristeza estava começando a se tornar cada vez mais suportável. Como diziam, o tempo curava todas as feridas, por mais que estas ainda estivessem muito abertas e expostas, Ellie sabia agora que iriam cicatrizar.

– Eu sinto muito, Ellie.

Isso fez com que a ruiva erguesse sua cabeça para olhar para Vincent. Ele não a olhava, na verdade, estava fitando a ametista do anel que circulava o dedo médio de Ellie, o anel que ele a dera tanto tempo atrás. Vince estava segurando a mão dela e, naquele momento a apertou com mais força. Tão perto quanto estava, ela podia ver os longos cílios brancos de Vincent, parecendo salpicados por açúcar.

– Sente? Pelo quê?

– Por dizer que não teríamos nenhum laço além desse – Vincent beijou-lhe o dorso da mão e encostou a palma contra seu rosto, como se precisasse daquele simples toque de pele. – Eu menti. Seria impossível pra mim ignorar todos os nossos laços, Ellie.

Ela soltou o folego, como se o estivesse prendendo a dias. Não sabia como queria ouvir aquelas palavras, até finalmente ouvi-las.

Ellie encostou a testa contra a têmpora dele, respirando contra a pele de Vincent, ele ainda tinha aquele mesmo cheiro de terra, ervas e sabão. Ela plantou um beijo contra a bochecha dele.

O FeiticeiroOn viuen les histories. Descobreix ara