Eleanore VonBerge vive uma vida infeliz e sem amor, menosprezada pelo próprio pai, que decidi casá-la com um homem estranho para salvar a família da falência. Porém, em uma noite de tempestade, quando o dia do casamento se aproxima, ela foge. Desesp...
O tronco do grande carvalho havia assumido uma face feminina, diferentemente da última vez em que Ellie a vira, seu rosto de madeira agora era mais jovial. Ela fitava os quatro seres a sua frente, a Fonte, a curandeira, o aprendiz e o duende.
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– Uma ligação entre dois feiticeiros? – Flidas repetiu parte da pergunta – Pode ser que eu saiba algo sobre isso, sim.
– Sério? – Ellie falou cheia de esperanças.
– Sim, mas não vai ser de graça – a árvore comentou com um sorrisinho.
– Como não vai ser de graça? – June disse em tom ríspido.
– Eu quero algo em troca. – O rosto de madeira se contorceu um pouco enquanto ela pensava, os olhos com aquele brilho verde fantasmagórico. – Que tal o duende? Eu gostaria de um pouco de companhia.
– Bulaklak não é negociável! – retrucou Ellie.
– Está bem, está bem – Flidas agitou seus galhos espantando um pouco da neve acumulada e perdendo algumas folhas no processo. – Então, diga a Vincent que me liberte desta árvore. Quero ser livre novamente.
Ellie franziu o cenho.
– Está presa?
– Sim, estou. Se Vincent me libertar, então darei o que quer.
– Vincent não está aqui – Dante falou.
– Mas eu digo quando ele voltar – acrescentou Ellie.
– Preciso de algo mais sólido do que isso, Ellie – Um brilho esverdeado saiu de dentro da árvore e rodeou o corpo da ruiva, fazendo com que seus cachos se elevassem como se ela estivesse debaixo d'água. – Que tal fazermos um acordo? Eu lhe dou a informação que deseja e então você faz o que lhe pedi. Basta dizer "eu prometo".
Dante olhou severamente para Ellie, sua expressão estava retorcida e ele demonstrava desconfiança para com Flidas. Ela também, para ser sincera. Por que a árvore exigia um acordo dela? Ellie pensou que o grande carvalho fosse benevolente, mas então por que estaria presa?
Mas havia algo no que Flidas lhe dissera, na condição dela, que fez Ellie perceber que não corria perigo algum em fazer esse trato. Se estivesse certa, claro.
– Ellie – Dante ia dizendo – Não faça...
– Eu prometo. – Ellie o cortou e, quase que imediatamente, a luz verde invadiu seu corpo e ela sentiu uma queimação na palma de sua mão. Quando olhou para ela, encontrou ali um símbolo estranho, era um círculo com diversas linhas dentro, formando algo que parecia uma espécie de labirinto.
Olhou novamente para Dante, que a encarava como se ela tivesse cometido o maior erro de sua vida.
– Confia em mim – Ellie apenas disse em um sussurro.
