A Padroeira dos Feiticeiros

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Ellie estava sentada na cama, observando enquanto Vincent trançava seu longo cabelo. Havia algo de muito hipnotizante e intimo em olha-lo fazendo trança em seu cabelo.

Ela baixou o olhar, sentindo o rosto corar ao se lembrar que dormira aquela noite toda com os braços de Vince ao redor de seu corpo. Olhando para as mãos pousadas em seu colo, ela reparou na marca que agora possuía por ter feito um pacto com Flidas. O pacto. Ellie suspirou.

– Vince.

– Sim? – Ele a encarou, puxando a trança por sobre seu ombro, a fim de amarrar a ponta com uma tira de couro.

– Fiz um pacto com Flidas – ela mostrou o símbolo em sua mão que se assemelhava a um labirinto redondo. – para que ela me falasse sobre o ritual de ligação.

Ele se aproximou e tomou-lhe a mão, analisando a marca.

– Foi a Ninfa, não foi?

– O quê? – Ela franziu o cenho.

Vincent se sentou ao lado dela e jogou a trança para trás.

– Flidas é um conjunto de três entidades, a Velha, que é capaz de ver o futuro, a Coruja, que ajuda viajantes perdidos na floresta à noite, e a Ninfa, que faz acordos traiçoeiros para levar as pessoas à perdição. A Ninfa é maligna, é por isso que prendi Flidas naquele carvalho, porque a Velha me pediu, para que ela não pudesse mais ferir ninguém.

– É isso – Ellie disse – A minha parte do acordo era te pedir que libertasse Flidas daquela árvore.

– Eu não posso, Ellie – Vince a olhou tristemente – Mas podemos dar um jeito...

– Não precisa. – ela forçou um sorriso para ele, tentando passar toda a confiança que não sentia – Eu sabia o que estava fazendo quando fiz esse acordo com ela. Espero que eu esteja certa.

Quando Vincent foi até seu quarto, June não estava mais ali, sentiu um aperto em seu peito, até que Amber lhe disse que ela havia ido para seu próprio quarto.

Bash surgiu na entrada, cruzou os braços e sorriu com malícia para Vincent.

– Acho baixo até para você se aproveitar da fragilidade de uma dama para se deitar com ela.

Vincent sentiu o sangue ferver e subir-lhe a face, colorindo intensamente seu rosto de vermelho. O feiticeiro se virou para o familiar, o punho aceso com sua magia verde e atirou um esfera de energia contra ele. Infelizmente, Sebastian foi mais rápido e se esquivou do ataque. A esfera atingiu a parede, formando um buraco carbonizado na pedra.

O movimento súbito e brusco fez com que Vincent sentisse uma pontada de dor em sua costelas.

– Calma, Vince! – Bash ergueu as mãos em sinal de rendição, mas com um sorriso atrevido em seu rosto – Eu só estava brincando. Como a Ellie está?

– Bem, na medida do possível. E June? – ele fez essa pergunta com mais preocupação do que deveria. Não sabia ao certo como ela reagiria se soubesse que Vincent havia dormido com Ellie, não sabia mais como os sentimentos dela em relação a ele estavam.

– Ela está bem também. Sob os cuidados de Dante. – o familiar falou o nome do aprendiz com ênfase e havia uma centelha de malícia e divertimento brilhando nos olhos de Bash.

Vincent sentiu a energia fluir-lhe novamente para as mãos a medida que seu sangue se esquentava novamente.

– Ele está no quarto com ela!?

– Não – Bash riu e Vince sentiu vontade de dar um soco nele – Dante está lá fora, treinando magia, eu acho.

– Vincent – Minerva vinha em sua direção, adentrando o quarto e fechando a porta atrás de si. – Queria mesmo falar com você.

O FeiticeiroWhere stories live. Discover now