Alma Incorruptível

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Amber havia ordenado a casa que trouxesse comida para Eleanore, já que, um pouco antes, sua barriga roncara tão alto que fizera suas bochechas pegarem fogo de vergonha.

Não demorou muito para que Eleanore estivesse sentada em frente à mesa, uma bandeja de prata estava bem diante dela, com um prato contendo assado, salada e batatas, além de um copo cheio de suco de maçã. Tudo parecia muito delicioso, mas antes de comer, ela voltou a atenção para Dante que, assim como Amber e Sam, continuava no quarto.

– Não quer comer nada, senhor Hendrix? – ela perguntou educadamente.

Dante ofereceu um sorriso cheio de dentes perolados à ela.

– Não se preocupe, bela, estou bem. Além disso, foi você quem sofreu pelo feitiço, precisa mesmo comer.

Eleanore comeu o assado, que estava divino. A magia que atuava no castelo cozinhava muito bem, ela pensava se aquilo refletia um talento de Vincent e se ele sabia cozinhar dessa maneira.

Ela não parava de pensar em tudo que tinha visto em seus sonhos, as visões que tivera sobre sua mãe e sobre Vincent. As imagens emergiam a todo momento em sua mente.

– Será que seria muito desrespeitoso perguntar como você morreu, fantasma? – Dante questionou, os olhos fixos em Sam.

– Seria, sim, na verdade – Sam semicerrou os olhos para o aprendiz – E meu nome é Samuel. Mas pra você é senhor Schwarzburg.

A ruiva pôde sentir, mesmo sem prestar muita atenção, que havia uma certa tensão envolvendo Sam e Dante, que mantinha um sorriso presunçoso nos lábios. O aprendiz riu, mas logo se empertigou sobre a cama, onde estava sentado.

– Você era da casa dos Schwarzburg? – As sobrancelhas de Dante se ergueram em surpresa e uma certa admiração. – Estamos diante de um nobre, então? Devo me curvar e prestar vassalagem?

Sam fez uma careta de desgosto.

– Não seja ridículo, você não tem absolutamente nada para me oferecer para que possa prestar vassalagem. Mas pode se curvar, se quiser.

Dante jogou a cabeça para trás e gargalhou.

– Muito espirituoso, Sam.

– Senhor Schwarzburg – corrigiu Sam, um tanto ranzinza.

Amber, que ainda estava pousada sobre a mesa, em sua forma de pássaro, inclinou-se para frente, o que fez com que Eleanore também se inclinasse.

– Homens. Sempre iniciando conflitos sem sentido – a elemental falou e a menina podia jurar que ela havia revirado os olhos, mesmo que não os tivesse de fato.

Eleanore cobriu a boca para abafar a risada.

– Me diga, senhor Hendrix – ela falou, desviando a atenção do aprendiz para ela – Aprende magia há muito tempo?

– Bela, me chame de Dante. Já faz mais ou menos cinco anos que sou aprendiz de Minerva, ela me encontrou, trabalhando como carregador em um armazém e me fez uma proposta irrecusável, prometeu que me transformaria em um feiticeiro. E, aqui estou eu.

Assim que terminou de comer, Eleanore se virou na cadeira para ficar de frente para Dante. Magicamente, a bandeja se elevou no ar e foi flutuando para fora do quarto.

– Acha complicado? Digo, aprender magia. Você já sabe executar as quatro etapas? Domina os cinco pilares da magia? – ela quis saber, curiosa e entusiasmada.

– Nossa, quantas perguntas – Dante sorriu de uma forma que fez a nuca de Eleanore se arrepiar. – Estaria mentindo se dissesse que é fácil, mas com o tempo se pega o jeito. Sim, sei fazer as quatro etapas, qualquer feitiço básico necessita da execução das quatro etapas. Mas, não, ainda não domino os cinco pilares da magia, isso leva mais tempo.

O FeiticeiroWhere stories live. Discover now