Prevenir para não chorar

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Oh!Como é bela nossa Doutrina Espírita! Ao invés de tornar insensíveis os corações, como fazem algumas crenças quando pregam a separação das criaturas, ela nos eleva e nos torna capazes de amar, de amar com amor quase infinito. Esse amor deve continuar após a vida física, que nos foi dada para adquirir a glória de sentir a paz após a morte, e onde reencontraremos os seres queridos que tivermos amado ainda no corpo físico. É Doutrina reveladora, que tira a venda dos olhos para os fatos espirituais, pois, à medida que vamos estudando, as verdades vão chegando até nós através de fatos concretos. Por isso, um espírita não pode fugir do estudo e do trabalho, do contrário, continuará como antes: a temer fantasmas e julgar que cemitério é morada dos mortos. Portanto, que é a Doutrina Espírita? Que é o Espiritismo? Todas essas indagações devem ser respondidas pelos encarregados de uma Casa Espírita; é nosso dever transformá-la em uma faculdade, onde se aprende o Espiritismo. Se não for assim, continuaremos praticando iniquidades e criando fanáticos religiosos, fermentando a vaidade naqueles que julgam ser médiuns missionários e que todos os Espíritos deles necessitam. É dever de cada núcleo espiritista educar o homem que lhe bate à porta. Porém, para educar, precisamos primeiro nos educar. A Casa Espírita sem estrutura doutrinária, longe de fazer o bem, está jogando pedra na cascata de luz, que é a Doutrina Espírita. Quando alguém bate às suas portas, tem de encontrar a verdade, mesmo que isso venha a desiludi-lo, pois a sua vaidade muitas vezes o trouxe apenas para "desenvolver" a sua tão esperada mediunidade. Está nas mãos dos verdadeiros espíritas a vitória do Espiritismo, para que seja respeitado pelos encarnados. É erro doutrinário levantarmos paredes apenas para catalogar médiuns como se o Espiritismo dependesse deles para existir. A Casa Espírita não precisa viver lotada, como se isso fosse a coisa mais importante para a Doutrina... Ela existe para mudar a alma, torna-la mansa, caridosa, equilibrada; não sendo assim, a Casa não atingirá seus objetivos. Os espíritas não são caçadores de fantasmas; são, sim, trabalhadores do Cristo, operários humildes da construção de um novo reino, o reino de Jesus. Cada espírita verdadeiro opera como um anzol, que vai pescando almas no revolto mar da vida. Ele não grita em praça pública, como os fariseus hipócritas, e também não bate de porta em porta, procurando adeptos. O verdadeiro espírita é um farol de luz. Por onde passa vai espantando as trevas. Ele não precisa bater no peito nem gritar bem alto para ser seguido; os seus exemplos serão sua grande isca. Só eles, nada mais. O verdadeiro espírita é bom pai de família, bom filho, fiel amigo, ótimo vizinho, enfim, é um filho de Deus caminhando pela estrada estreita da perfeição. O espírita não pode cometer os mesmos erros das outras crenças: julgar-se dono da verdade; ele deve tornar-se um exemplo de verdades.

A finalidade deste encontro é alertar os espíritas para o perigo que hoje ronda as Casas Espíritas. Sentimos que alguns confrades, mesmo estando há anos na Doutrina, ainda encontram dificuldade de transmitir as suas famílias os fundamentos da Doutrina e, calados e passivos, observam sua decadência moral, nada podendo fazer, a não ser orar. Por que isso vem ocorrendo? Porque o pai de família não limpou o terreno na ocasião propícia nem plantou a semente, foi bom pai, mas nada fez pelo crescimento espiritual dos filhos. Estamos deveras preocupados com a família, sendo esta a causa de traze-los até aqui. Esta faculdade trata da educação do Espírito, esteja ele em sociedade, na escola, no lar. E nada melhor para assimilar os ensinamentos do que a alma quando se encontra na infância e na adolescência. Sem tempo para falar de Deus, a família se perde cada vez mais no mundo tenebroso do materialismo. Por isso, irmãos, devemo-nos unir para que a Doutrina se volte para as crianças e os adolescentes, dando-lhes orientações precisas, entrando no mundo juvenil e infantil, enfocando a realidade atual e usando linguajar fácil, para ser por eles compreendida. Devemos fazer com que a criança e o jovem se sintam seguros na Casa Espírita, não os marginalizando como incapazes, por serem crianças ou jovens, mas neles depositando as responsabilidades que tem o adulto. A vida lá fora não está escolhendo por idade, é uma overdose de lixos mentais que poluem estas mentes ainda imaturas, através de vários meios de comunicação. Hoje, a criança e o adolescente, através do computador, cedo já ganham o mundo, e a Casa Espírita estão mandando a criança desenhar o "papai do céu" e o jovem apenas tocar violão. Não, não e não. Não está certo. Vamos acordar, vamos abrir os olhos. A criança de quatro anos já pode estudar a Doutrina através de uma didática moderna, com apostilas bem feitas, com desenhos e escritos atuais, mas Doutrina verdadeira, e não fantasiosa, que pode fazer a criança rir do instrutor. Eles têm capacidade para acompanhar o estudo da Doutrina Espírita, pois são Espíritos velhos, e hoje, na era moderna, têm livre acesso às verdades duras da vida. Enquanto o Centro fica com métodos ultrapassados, mandando a criança fazer colagens, em seus lares o computador muitas vezes lhe dá fotos de homens e mulheres nus, com informações deturpadas. E por que não são os pais, os professores, as casas religiosas que irão dar estas preciosas informações? Enquanto nos escondermos por detrás da cortina dos palcos da vida, nossas crianças e adolescentes estarão sendo violentados pelas informações erradas que lhes estão sendo passadas. Convidamos as Casas Espíritas a avaliar seus educandos e dar-lhes o que estão querendo: verdades, sem enrolação, sem falso puritanismo. Sendo a Doutrina Espírita uma filosofia de vida e não um núcleo religioso onde tudo é proibido, torna-se mais fácil educar a criança e o adolescente. Porém, para que isto venha a acontecer, teremos de buscar pessoas equilibradas, com capacidade de orientar crianças e jovens. A Doutrina, com as verdades preceituadas nos livros doutrinários tem de ser a principal lição. Mesmo que usemos os desenhos, vamos levá-los a um acontecimento da vida do educando ou de alguém que ele conheça. Precisamos despertar a família para que comece a perceber que seu bebê está crescendo e precisa de ajuda. Vamos socializar as Casas, conhecer uns aos outros, formar a família espírita. Será que isto não vai nos auxiliar mais? Sabemos que existem Centros Espíritas onde as crianças estudam a Bíblia. Por que? Alguns irão indagar. Simplesmente porque a Doutrina Espírita está contida na Bíblia. É preciso ensinar a criança e o adolescente a amá-la e fazer com que a estudem, porque se amanhã forem atacados, saberão argumentar que o Espiritismo está na Bíblia. Vamos ensinar a criança a conviver com os detratores da Doutrina, elucidando-a tão bem que jamais se sentirá acuada. Por exemplo: o detrator da Doutrina Espírita diz: a Bíblia condena o contato com os mortos, os médiuns, as bruxarias, enfim, o Espiritismo é amaldiçoado por Deus. A criança sem conhecimento chora e pode ficar com medo dos Espíritos, mas aquela orientada nos preceitos da Doutrina dirá: Mas a Doutrina Espírita também condena o petitório aos Espíritos. Ela está de acordo com Moisés: Os Espíritos não podem servir aos homens nas coisas materiais. A Doutrina condena as crendices, o fanatismo, as feitiçarias. Allan Kardec coloca o Espiritismo ao lado das duas primeiras revelações. Ele, o Espiritismo, é o Consolador prometido por Jesus. O espírita não aceita feitiçaria, sacrifício, cerimônia; ele é um representante vivo do Cristo e luta para não se tornar um falso profeta, pois sabe que tem que ser bom e nobre, justo e caridoso. Os adereços não combinam com a Doutrina, ela é um riacho de águas cristalinas, onde não há ponte; temos de mergulhar nas águas da sabedoria para nos tornarmos limpos, livres de nossas imperfeições e, imantados de conhecimentos, colocar os pés na estrada do Cristo, em direção a Deus. Sem esse "batismo" da alma, sem essa vontade de ser bom, dificilmente nos tornaremos um bom espírita. Espiritismo não é o que muitos julgam. Ele é muito mais: é a transformação do homem velho em novo ser, repleto de amor e de humildade. Não adianta lermos todos os livros espíritas, se não os colocarmos no coração. Temos de firmar o propósito de trabalhar na vinha do Senhor. Para isso, não devemos nos preocupar-nos com o tamanho da tarefa, e sim em bem realiza-la, cumprindo nossa etapa. De que valem os aplausos dos homens, se Deus não recebeu de nós, nenhum ato de bondade? Os núcleos espiritistas têm de lutar para que se tornem campos produtivos, e não caminho de figueiras estéreis. Cada um pode iniciar um belo trabalho interior, matando o que tem de errado dentro de si e partindo em busca de outras criaturas que também procuram encontrar o Cristo. A Terra está sofrendo, pois a juventude se encontra sem rumo e muitas crianças sem um lar. Enquanto isso há Casas Espíritas apenas preocupada em obsessores...

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⏰ Última atualização: Jun 17, 2022 ⏰

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