Capítulo 2

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One Direction, ocasionalmente abreviado para 1D, é uma boyband de pop rock formada na cidade de Londres, Reino Unido, em 2010. É composta pelos britânicos Gustavo Torres, Miguel Thompson, Dhiego Lizardo e Lucas Tunner e Matheus Mathew. O quinteto foi formado após seus membros participarem do programa de televisão X-Factor, um reality show musical, como competidores solo e depois se unirem para concorrer como grupo; eles acabaram na terceira colocação entre os finalistas.

Qual é? Eu realmente fui pro google, digitei 'ONE DIRECTION' e entrei no Wikipedia, que seria o único site tecnicamente confiável que eu podia contar. Li algumas coisas sobre os meninos, acabei baixando o CD deles e ouvi durante três dias seguidos. Achei legal - embora seja muito Backstreet Boys meets N'Sync - e eles cantam muito bem! Mas eu, como boa fã de guitarra e bateria, queria um pouco mais de instrumentação. E eu tenho certeza de que se alguma fã da banda me visse falando assim ia começar a gritar no meu ouvido e no mínimo me chamar de 'idiota, vadia, retardada e quem você pensa que é pra falar assim dos MEUS BEBÊÊÊS' e coisas do tipo. Não nego que os cinco são gatinhos, mas pra mim precisa um pouco mais do que 'rostos bonitos' pra me ganhar. Ouvi o CD, até dancei Up all Night, mas depois acabei cansando. E, ok, vamos de novo pensar isso em voz baixa ou alguma fã vai comer meu fígado, eu estou em Londres, exatamente na cidade DELES! Pelo que eu li é absurdamente difícil chegar perto dos meninos, ou seja, foi uma baita sorte ver Gustavo naquele dia. Pensando nisso eu sei que nunca vou mais vou vê-lo - posso usar no plural também - e que eu tive uma chance em um milhão! Podem me matar, meninas, o carinha da banda mais hot do Reino Unido estava fazendo pose para as minhas fotos e eu nem sabia quem ele era! Tem como eu ser mais idiota?

Dei uma boa olhada no meu quarto e percebi que estava uma bagunça, mas daquelas bem caprichadas! Meu curso começaria dali cinco dias, mas eu ainda tinha que ir para escola entregar meus documentos, ver se estava tudo certo com a matrícula, visitar minha sala e fazer essas coisas que todo aluno em começo de ano precisa fazer. Dei uma arrumada na pilha de roupas que usei nos últimos dias, joguei um casaco sobre meu corpo, joguei meus cabelos pra um lado só - já que estavam para todos os lados tudo de uma vez -, calcei minhas botas cano baixo por cima da calça jeans que eu usava, comi um donut e saí na direção do prédio principal. Cada vez que saía sentia arrepios em minha pele e não era por culpa do frio, Londres era absurdamente maravilhosa e nem todos os meus sonhos faziam juz ao que eu estava vendo naquele momento. O céu era nublado e claro, as pessoas sorriam o tempo todo e te encaravam sorrindo, o frio cortante era masoquistamente delicioso e o cheiro de café e chá que saía de qualquer lugar era inebriante.

- Hey... hey você!

Estava perdida em meus pensamentos quando uma voz com um grave sotaque supostamente me chamou. Virei-me e vi uma garota sorridente correndo até mim com seus cabelos longos correndo ao lado dela. Ela com certeza era daqui, tinha todo esse ar britânico que eu ainda não tinha e acho que nunca teria.

- Quer falar comigo?
- Na verdade eu estou tentando falar com você desde que saiu do seu dormitório, você deixou cair seu passaporte - ela me entregou aquela coisinha verde e eu quase vomitei uma coisa verde!
- Cacete - eu comecei a rir, geralmente eu começo a dar risada quando fico nervosa e tende a piorar. - Nossa, muito obrigada! Muito obrigada mesmo, se eu perco isso não sei o que faria.
- Iria parar no consulado - ela começou a rir. - Giovanna, certo?
- Sim - sorri.
- Desculpa, tomei a liberdade de abrir seu passaporte, precisava saber se você realmente era a dona do documento - ela disse dando de ombros. - Sou Amanda, mas pode me chamar de Mands.
- Muito prazer, Mands - dei a mão pra ela, que a apertou de leve, bem que me avisaram que os britânicos são um pouco mais frios. - Acho que deve saber que não sou daqui.
- É meio óbvio - ela riu engraçado, dando uns soluços. - Seja bem vinda à Londres. Não sou daqui também, sou de Bolton. Vim pra cá estudar fotografia.
- Caraca, eu também - sorri. - Bolton é a cidade de um dos meus cantores favoritos.
- Quem?
- Danny Jones do McFly - falei me empolgando um pouco mais do que devia. - É muito longe daqui?
- De trem não - ela deu de ombros. - Engraçado, sou daqui e não gosto de McFly. Só do último CD, prefiro música eletrônica.
- Ah...tá... - fiquei meio sem graça. - Pra quem é fã mesmo de McFly, o último CD foi uma bosta - comecei a rir e ela riu junto. - Desculpa.
- Sem problema, não sou fã nem nada - ela sorriu. - Pra onde você estava indo, brasileira perdida em Londres e quase presa no consulado?
- Eu na verdade estava indo pra escola levar minha papelada final. É por isso que era pro passaporte estar bem guardado na pasta - apontei pra minha pasta rosa um pouco sem graça.
- Estou indo também - ela disse animada. - Vamos ver se estamos na mesma sala, eu acho que sim. Só abre uma turma de fotografia por semestre, então, se você está começando agora e eu também, significa que nós vamos estudar juntas.
- Bom saber que já conheço alguém - falei me animando. - Escuta, você conseguiu entender bem o meu inglês?
- Perfeitamente - Mands me respondeu caminhando ao meu lado.
- Ótimo, tenho a impressão que ninguém entende o que eu falo.
- Se você for para as cidades interioranas aí sim você não vai entender nada do que eles falam, e olha que é inglês - ela sorriu. - Digo por experiência própria, o sotaque de Bolton é carregado demais.
- Eu consigo entender o que você fala.
- Faço fono desde os meus cinco anos pra treinar a pronúncia, quero ser jornalista então preciso falar direito e de forma que todos entendam - Mands olhou pra mim e sorriu. - Acho que é por isso que todo o meu sotaque foi embora.
- Entendi - respondi.

500 Days in LondonWhere stories live. Discover now