Capítulo 37

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- MADISON SQUARE GARDEEEEEEEEEEEEEEEEEN!

Tanto eu, como Amanda começamos a gargalhar como duas idiotas. Mathew fez aquela cara de total desapontamento quando nós duas, mais Sam e Lucas, levantamos as quatro plaquinhas que ele não queria ver de jeito nenhum:

- GAY
- SUPER GAY
- ULTRA BLASTER GAY
- BICHA

- Que tipo de grito vocês querem que eu dê? - ele baixou o microfone e ficou nos encarando.
- Não o tipo de grito que você dá na cama, meu amor, mas grito de machinho - Mands falou, e nós rimos mais ainda - Falei demais?
- Como sempre, né, Amanda? - eu ri - Sam e Lucas, algum conselho?
- Você está parecendo Avril Lavigne no começo da carreira: voz esganiçada e com uma imagem rock que não lhe pertence - Lucas começou - Seja, simplesmente, Matheus Mathew da One Direction e ponto final.
- É isso o que eu estou tentando ser aqui em cima!
- Não tá funcionando, meu bem - Sam sorriu.

Nós quatro, os meninos, a produção, Paul, Jeff (o taxista) e o McFly estávamos na Arena O2 em Londres. One Direction ensaiava para o show no Madison que seria daqui uma semana, e como era um sábado chato e eu não queria ficar em casa estudando, viemos acompanhar os meninos, e eu não podia estar em lugar melhor. Pelo menos por hoje, abandonei minhas câmeras - só levei a Polaroid - e vesti a personalidade da Giovanna, namorada do Gustavo Torres, e nada mais que isso. Mands também estava assim, Sam e Lucas se comportavam como namoradas de Dhiego Lizaro e Miguel Thompson, já que Lucas estava ainda de rolo com Lorelai, mesmo sem ele admitir isso.

- Oi, amor! - Gustavo sentou-se ao meu lado, me dando um beijo rápido nos lábios e todo feliz, segurando um papel em mãos - Terminamos a setlist.
- Yay, finalmente - sorri - Posso ver?
- Claro, claro - ele parecia cansado, com as bochechas vermelhas e levemente suado. Eu achava uma gracinha quando ele se empolgava nos ensaios - Oi, Mands e o outro casal aí do lado.
- Oi, Gustavo - os três responderam formalmente, nos fazendo rir.
- Hm... Você vai ficar muito chateado se eu falar que não conheço cinco músicas do repertório? - perguntei, fazendo careta, ele sorriu.
- Claro que não, e eu até imagino quais sejam.
- Quais são?
- Magic, Truly Madly, She's not Afraid, Still The One e Irresistible.
- Exatamente - sorri - Mands, você conhece? - perguntei, mostrando-a o setlist.
- Só não conheço Irresistible - ela olhou pra Gustavo - É de vocês?
- Sim, nossa e do McFly.
- QUÊ?
- Lembra aquela vez que vocês tiveram que ficar na biblioteca, e eu ligando pra vocês irem até a casa do Tom, que estava rolando um churrasco? Então, nesse dia, Irresistible apareceu - Gustavo sorriu - E devo dizer que ficou uma música muito bonita.
- Disso eu não tenho a mínima dúvida - suspirei - Vocês vão cantar no Madison?
- Ainda não sabemos, essa é uma setlist provisória. Não podemos fazer a Take Me Home Tour antes do Reino Unido, então vai ser um misto da Up All Night com a atual, entenderam?
- Sim, senhor - Mands e eu falamos juntas.
- Torres - Miguel, do palco, estralou os dedos o chamando atenção - Ensaio, ensaio!
- Ok, ok... - ele me beijou de novo e correu na direção dos meninos.
- Então, hoje vocês vão ficar aqui - Sam olhou para nós duas - Giovanna não surtou pelo McFly, Amanda não conhecia uma das músicas; tem alguma coisa muito estranha no ar, e eu não estou gostando nada disso.
- Deixa de ser doido, Sam, não tem nada de estranho - suspirei.
- Elas estão preocupadas porque os bofes estão indo para Nova Iorque! América, lugar onde as fãs são mais doidas e vagabas que no resto do mundo - Lucas sorriu - Eu estou certo, não estou?
- Depois do que aconteceu com o Matheus, no mesmo continente, eu nem me importo de ele ir pra América e transar com todo mundo - ela bufou.
- Mands, você sabe que ele não vai mais fazer isso, relaxa - eu sorri - Matheus está muito arrependido, e vocês dois agora voltaram às boas, curte o momento e o seu namorado.
- Ai, tá! - ela bufou.
- E você, amorzinho? Tá com essa carinha de bunda por quê?
- Carinha de bunda? - eu ri pro Lucas - Que terminho mais delicado, hein?
- Mas você está com cara de azeda tem umas semanas, desde que você voltou daquele chá da tarde com seu bofe.
- Gustavo e eu temos brigado algumas vezes, mais do que nós brigamos desde que assumimos o namoro - olhei pra eles. - Eu estou com muita coisa na cabeça e não estou me abrindo, sabe? Acho que isso está causando certo stress pra nós dois.
- Não está falando com ele? - Mands pareceu preocupada, como se ela também soubesse de alguma coisa - É algo muito importante?
- Pode ser que sim - mordi os lábios. - Parem de me fazer perguntas, por favor.
- Gi - Mands pegou em minha mão, Sam e Lucas nos olhavam, atentos - Qualquer coisa que você estiver passando, sabe que pode falar comigo, não sabe?
- Sei.
- E não interessa se o negócio é grande que vai te dar medo, ou se é pequeno e você está surtando por pouca coisa... Você vai me falar, não vai?
- Amanda, você está sabendo de alguma coisa? - perguntei.
- Até eu tô achando que você sabe de alguma coisa, mulher! - Lucas parecia desconfiado - E agora eu tô querendo saber disso que vocês sabem.
- Eu não sei de nada - Mands afirmou - Se eu soubesse, eu falaria, assim como a Giovanna.
- Que código maluco é esse que vocês estão usando hoje? - Sam se irritou - Ou fala logo, ou não fala!
- Não tem nada pra falar - suspirei - Caso tenha, fiquem tranquilos.
- Duas estranhas - Sam virou-se pra frente - Cansei de vocês duas por hoje.
- Sam!
- Mulheres... - Lucas jogou a franja pro lado e riu de forma tímida - Graças a Deus não nasci mulher, e sim com a opção de ser mulher.
- Eu não nasci com a opção de ser homem! - Amanda falou, achando aquele comentário horrível.
- Nem eu, meu bem. Nunca, jamais me vi na opção de ser homem - Lucas piscou, e nós duas rimos - Prestem atenção no palco, os bofes vão ensaiar.

Mands sorriu pra mim e segurou minha mão, como se quisesse me falar alguma coisa. Quanto mais o tempo passa, mais eu estou desconfiando que ela e Gustavo sabem da carta da Miriam, ou o tagarela do Lucas deu com a língua entre os dentes e acabou falando mais do que devia. Mas... Acho que não. Se ele fosse falar pra alguém, seria pro Miguel, e ele não parece estar me tratando diferente; agora eu estou mais confusa do antes.

Quando olhei pro palco, não tinha percebido que, nos instrumentos, estava o McFly! Comecei a rir e não pensei duas vezes em pegar a Polaroid e registrar alguns momentos de uma forma mais antiga, eu queria de verdade essas fotos só pra mim. Talvez fossem as minhas últimas fotos, e eu teria uma oportunidade como essa daqui vai saber em quanto tempo, ainda mais se eu fosse mesmo embora pro Brasil. Afastando esse tipo de pensamento, peguei minha câmera, puxei Mands comigo e fomos nós duas para a frente do palco, só acompanhar mais de perto e, quem sabe, atrapalhar um pouco os ensaios - e corrermos o risco de sermos expulsas dali.

B-b-b-baby c'mon over
(Baby venha pra cá)
I don't care if people find out
(Eu não me import se as pessoas ficarem sabendo)
They say that we're no good together
(Eles dizem que não somos bons juntos)
And this never gonna work out.
(E isso nunca vai dar certo)

Eu não conhecia a música, mas Amanda, sim. Fiquei encostada na frente do palco, mais pro lado esquerdo, perto do Tom - eu sempre ia pro lado dele -, e logo no comecinho já tirei uma foto dele, que saiu em alguns instantes, pensei em dar essa foto pra ele. Acho que Tom tem uma certa paixão por fotografia, e essa seria uma adorável pra ele ter em sua casa. Olhei para o resultado em minhas mãos e sorri, mostrando pra Tom, que riu e depois murmurou algo como 'presta atenção na música'. Olhei pra Mands com a intenção de saber se ela tinha ouvido ao Tom, mas ela estava tão empolgada com Matheus que era bem óbvio que ela não tinha visto ou ouvido nada. Entortei meu nariz pra ele, e a única coisa que Tom fez foi rir.

500 Days in LondonDonde viven las historias. Descúbrelo ahora