Capítulo 13

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Dia de folga, dia de folga... SEMANA DE FOLGA! Pela primeira vez eu e Gustavo vamos passar o dia inteiro juntos, vai ser o dia da verdade. Ou ele se cansa de mim ou ele vai me amar pra sempre. Eu sei que vou adorar, Gustavo é meu príncipe encantado. Como o One Direction vai passar três semanas aqui em Londres se recuperando da curta turnê nos Estados Unidos, cada um dos meninos resolveu viajar para sua cidade Natal, Mands e Matheus também viajaram para um lugar secreto - aham, Europa - e Gustavo disse que iria passar minha semana de folga comigo aqui em Londres, já que eu não tenho outro lugar pra ir. Como nas próximas semanas eu vou estar meio abarrotada de trabalhos e provas no curso, Gustavo disse que vai voltar para a sua cidade natal por uma semana e depois volta pra ficar os últimos sete dias comigo. Resumindo a bagaça toda, nós teremos essa semana inteira juntos, sozinhos e sem ninguém pra nos interromper. Oh Lord!

Por mais que qualquer adolescente normal que estivesse namorando um popstar preferisse ficar em casa copulando o tempo inteiro - não se esqueçam que sou virgem e não é medo, mas é receio de ter a primeira vez - eu consegui convencer Gustavo a ir em um passeio mais educacional comigo. Eu sou completamente apaixonada por música e até agora não consegui ir a nenhuma loja decente de discos aqui em Londres; confesso que parte de mim não é muito fã da tecnologia atual onde você pode fazer downloads e ouvir loucamente no seu Iphone ou qualquer que seja o seu objeto. Sou fã de discos de vinil, do cheiro de uma capa de disco, de segurar alguma coisa em minhas mãos! Tenho um tio que coleciona discos e desde que me entendo por gente eu passava HORAS com ele escutando de tudo um pouco, desde música popular brasileira até o bom e velho rock, sendo assim, eu me considero uma pessoa com um bom background musical. Nada contra o bom pop, eu tô namorando um cantor pop agora e minha banda favorita é McFly, mas os meninos do 1D usam camisetas do RAMONES e eu exijo que eles - pelo menos o meu namorado - tenham conhecimento de quem são os Ramones, não quero namorar um poser! Eles passam uma imagem para as fãs, e só de imaginar que vai ter um monte de adolescente usando camiseta do Johnny Ramone tudo porque a banda usa me dá calafrios; não matem o rock, pelo amor de Deus!

- Rough Trade - eu disse feliz quando saímos de casa arrumando meu gorro e arrumando minha jaqueta jeans. - Que olhar é esse?
- Tem algo muito errado nisso - ele disse pensativo. - Você não é cantora e você não é de Londres. Como que você pode conhecer uma loja de vinil sendo que nem eu conheço?
- Nada contra meu namorado lindo, - eu falei dando um selinho - mas você precisa de uma educação musical, meu amor, Jay Z é uma bela merda.
- Hey, não ofenda Jay Z! - Ele arregalou os olhos e eu ri. - Nem Rihanna, Katy Perry, Kelly Clarkson, Demi Lovato...
- Não tenho nada contra pop, eu realmente gosto - respondi entrelaçando meus dedos com os de Gustavo. - Mas o mundo da música é muito mais do que fazer um som para as "massas populares". Quem compõe gasta tempo pensando nas palavras certas, pode escrever de algo que já passou na vida, um trauma. Música é arte!
- Ok - ele parou na minha frente e sorriu. - Fotografia, música, mais alguma coisa a seu respeito que preciso saber pequeno gênio?
- Odeio Stephanie Meyer e nunca fale de Meg Cabot perto de mim. Odeio histórias clichês - fiz careta e ele gargalhou.
- Por que você demorou tanto tempo pra aparecer na minha vida? - Gustavo sorriu daquele jeito galanteador e me abraçou pela cintura, me arrepiei da cabeça as pés.
- Porque as passagens para Londres eram caras demais - eu ri e encostei meus lábios nos dele dando um beijo rápido, mas cheio de emoções. - Vamos logo!
- A pé? - Ele novamente arregalou os olhos. - Giovanna, amor...
- Bebê - passei na sua frente e o fui puxando pelas mãos. - Tenho spray de pimenta dentro da bolsa, se alguma fã ordinária aparecer, eu acabo com a visão dela.
- Sério? - Ele respondeu assustado, mas eu nem ouvi o que ele tinha mais pra falar, puxei Gustavo com força e corri um pouco porque estava com pressa pra chegar ao centro de Londres.

Nós saímos do meu apartamento estudantil no centro de Londres sob o olhar mais ou menos curioso de alguns alunos, porém como Gustavo tinha ido me visitar algumas vezes desde que voltou, alguns alunos já o conheciam e o tratavam de forma normal. Pra mim era ótimo, eu sabia que ali seria um lugar onde Gustavo poderia ser tratado como uma pessoa normal - embora algumas meninas ainda ficassem o encarando como se ele fosse um ET - com o tempo as coisas iriam se acalmar. Era nossa primeira semana juntos, era a nossa primeira aparição pública juntos, sabe-se Deus o que pode acontecer. Conforme eu ia andando de mãos dadas com Gustavo pelas ruas londrinas, eu ia explicando o lugar para onde estávamos indo. A Rough Trade é uma tradicionalíssima loja inglesa, que funciona desde os anos 70. Também virou um selo fonográfico, com bandas como The Smiths, The Raincoats e Young Marble Giants, dentre outras. O selo fechou em 1991, reabrindo em 2000, tendo lançado na Inglaterra discos de Strokes e Libertines. Mas a loja é independente da gravadora, e estivemos em um de seus dois endereços em Londres. Há também uma boa seleção de livros de cultura pop, e uns terminais para internet. No fundo, chama atenção um palquinho, onde sempra há um show semanal, normalmente de bandas novas. Se bem que vários consagrados já tocaram por lá, como mostra um mural de fotos no local, com a apresentação de Nick Cave e também do The Fall, por exemplo. Uma história curiosa: na época do lançamento de "In Rainbows", o Radiohead marcou de tocar lá. Seria às 18 horas, só que para não atrair muita gente, o show seria anunciado apenas ao meio dia. Acontece que com o boca a boca, no meio da tarde não só a loja estava entupida, como todo o quarteirão estava tomado de gente. Chegando a polícia, foi feito um acordo e a apresentação transferia para uma noturna próxima, com o povo indo todo atrás! Outra coisa engraçada foi reparar que dentre as subdivisões das prateleiras (drum'n'bass, indie rock, hip-hop, etc) encontramos a pilha de "baile funk"! Com o Lp do grupo brasileiro Bonde do Rolê à frente, ainda vi vários discos de MCs cariocas que por aqui só têm cdzinhos piratas na rua. Bizarro. Cansaram de ler? Ok, agora me imaginem tagarelando igual uma louca no ouvido do Gustavo até o fim do dia, ele vai querer terminar o namoro.

500 Days in LondonDär berättelser lever. Upptäck nu