Capítulo 20

135 5 0
                                    

- Quem é ela? - Perguntei fazendo careta.
- Lorelai - Mands disse meio ofendida. - Lorelai Cohen.
- Gata - Lucas falou rindo e eu dei um tapa em seu ombro. - Que foi? Não sou seu macho pra apanhar.
- Não importa, tenho ciúme do mesmo jeito - bufei. - Ela é gata, mas não fala perto de mim pro meu próprio bem.
- O que ela faz? - Mands perguntou novamente. Nós estávamos muito incomodadas.
- Não sei, mas ela vai ser minha futura namorada - Lucas riu. - Ah, tão achando ruim vão pra lá!
- Homem é tudo igual mesmo - reclamei.

Manhã de segunda-feira e lá estávamos eu e Mands trabalhando para a One Direction. Não, eu não estou equivocada, nós REALMENTE estávamos trabalhando com os meninos. Antes do meeting que eles teriam com os empresários, eles dariam uma entrevista na rádio local e depois partiriam para uma sessão de autógrafos em um shopping, cem fãs sortudas ganharam a promoção da rádio e elas estariam lá para receber os meninos. Claro que, no shopping, teria muito mais do que cem fãs, mas eles só poderiam atender aquelas escolhidas. Depois, partiriam para uma reunião, e nesse percurso todo eu e Mands estaríamos junto, não como namoradas, mas como fotógrafas. EXATO: FOTÓGRAFAS! Estamos ganhando um extra com esse trabalho e o prazer de não ir pro curso hoje; óbvio que esse trabalho ia contar no nosso currículo, mas está meio difícil levar tudo isso a sério quando se tem um Gustavo Torres te beijando a cada cinco minutos.

Na noite anterior, Gustavo disse que me amava e eu, bom, eu entrei em estado de choque. Me senti muito igual ao Ryan de The OC quando a Marissa fala que o ama, mas pelo menos eu não soltei um 'obrigada', porque isso sim seria constragedor. Fiquei encarando Gustavo por um tempão até conseguir sorrir, e ele gargalhou. Ele sabia que talvez eu não fosse falar o mesmo, mas não é porque eu não o amor, é pelo fato de eu ser estranha. Fãs de todos os lados gritam dizendo que os amam, e eu, que sou a tal garota especial escolhida, não consigo fazer isso. E eu digo que amo o Tom Fletcher. E eu não consigo dizer que amo Gustavo Torres, meu namorado. Vai entender. Mas, ao contrário do que eu podia imaginar, Gustavo não ficou triste e achou a situação bem engraçada. Nas palavras dele "eu já sabia que te amava antes mesmo de você saber meu nome" e isso daí quebrou minhas pernas. Gustavo faz muito o estilo romântico, daquele que dá flores em dias especiais, que se lembra das datas, que prepara jantares românticos. Eu não sou nada assim, eu não sei ser romântica e não gosto de coisas melosinhas. Porém, essa é uma característica que eu vou precisar mudar, sei disso. E agora, cada vez que o Gustavo está perto de mim, eu sinto a necessidade tremenda de falar que eu o amo, porque eu sinto isso, eu o amo! Eu estou aqui em Londres há exatos cinco meses - completos hoje - e nesse tempo acho que dá pra falar que você já ama uma pessoa, certo? Se eu sinto isso, por que não consegui falar ontem? POR QUÊ?

- Babe? - Gustavo me abraçou por trás dando um beijo de leve em meu pescoço, de repente meus pensamentos sumiram. - Tá quieta.
- Pensando - respondi rindo. - Lucas ficou a fim daquela tal de Lorelai.
- Cohen? - E agora ele me abraçou de frente. - Lucas fica a fim de qualquer coisa que possua DNA - Gustavo riu. - Ficou com ciúme?
- Não, ela realmente é muito bonita - respondi. - Digo, o que ela faz?
- Assistente técnica da rádio. Não é a primeira vez que a vemos, no começo da banda ela já trabalhou conosco. Lucas ficou a fim dela, mas não rolou nada porque ela faz o tipo difícil, e isso na linguagem masculina significa correr ainda mais atrás da garota.
- Hm, legal - eu respondi, Gustavo riu e depositou um beijo em minha testa.
- Talvez seja por isso que eu tenha insistido tanto com você. Não que no começo você tenha sido difícil, é que eu realmente tive que te conquistar por quem eu sou, já que seu conhecimento sobre One Direction era praticamente nulo.
- Continua sendo praticamente nulo - eu ri. - Quer dizer então que você gosta de meninas que se fazem de difícil?
- Mais ou menos - ele encostou o nariz no meu, me abraçando pela cintura enquanto eu fazia o mesmo com ele. - Não curto muito quem faz doce, você, ao contrário, tem personalidade forte e isso eu gosto em uma garota.
- Entendi agora - respondi ficando na ponta dos pés e dando um beijo em seus lábios, mordendo de leve logo em seguida.
- Casal, dez minutos - Dhiego apareceu atrás de Gustavo com aquele seu típico jeito brincalhão. Nós nos soltamos do abraço meio sem graça, eu ainda não estava acostumada com os meninos ao redor, especialmente quando eles nos pegavam em situações assim.
- Escuta, Gustavo - comecei a dizer, puxando meu cabelo pra trás e fazendo um coque frouxo. - Sobre ontem, eu queria dizer...
- E quem disse que você tem que falar alguma coisa? - Ele me respondeu. Gustavo parou com as mãos nos bolsos e me encarou sorrindo. - Gi, eu amo você, mas eu te amava primeiro - ele suspirou. - Você não tem a obrigação de me falar só porque eu te disse, ok?
- Mas eu também - soltei e fiz careta. - Ai, você sabe... Digo, como me sinto.
- Eu sei, amor - ainda com as mãos nos bolsos ele veio até mim e me beijou na bochecha de uma maneira carinhosa. - Sei o que você sente e não é o fato de você proferir essas três palavras que vai fazer diferença pra mim. O que eu precisava era te dizer, e isso já foi feito - ele suspirou. - Desencana, tudo bem?
- Eu vou falar, você sabe que eu vou.
- Confio em você - Gustavo sorriu. - Agora vai pro estúdio, preciso me reunir com os meninos antes - e com um selinho, ele saiu.

500 Days in LondonWhere stories live. Discover now