· 8 · O Juiz Imparcial

647 82 23
                                    

Na manhã seguinte, quando o café da manhã começou a ser servido no Salão Principal, o lugar estava perfeitamente decorado para a recepção dos visitantes.
Grandes bandeiras de seda pendiam das paredes, cada uma representando uma casa de Hogwarts. Por trás da mesa dos professores, uma bandeira maior tinha o brasão de escola: leão, águia, texugo e serpente, os quatro animais unidos em torno de uma grande letra "H".

Após o almoço, Emily encontrou-se por acaso com Lee e os gêmeos, que estavam acompanhando-o até a aula de Poções.

– O que é isso? – Lee apontou para o distintivo no uniforme dela.

– Eu não acredito – George disse inconformado. – Está apoiando isso?

– Bem, respeito as motivações. É por uma boa causa, não?

– Você sabe que não faz sentido, certo? Eles estão  por poder trabalhar e servir. – Fred afirmou com descrença.

– É mais complicado, mas não te culpo por pensar assim. – eles pararam de andar ao chegarem à porta da masmorra. – É algo natural para quem cresceu como bruxo, mas Hermione e eu vivemos como trouxas durante grande parte de nossas vidas. Nossas perspectivas sobre a situação dos elfos domésticos é diferente.

– Seus pais são trouxas? – Lee perguntou.

– Sim.

– Caramba... Descobrir que é um bruxo – continuou ele, animado. Como sempre soubera sobre magia, para o garoto era no mínimo curioso que outras pessoas tivessem que passar por um processo de reconhecimento e adaptação. – Aposto que não acreditou!

– Não mesmo. No meu primeiro ano, por pouco não atravessei a barreira para chegar à plataforma... Parecia loucura. – ela comentou com leve saudosismo.

– É claro... Cabeça-dura como é, aposto que só passou porque te empurraram para dentro da passagem. – Fred, que até então se mantivera anormalmente quieto, decidiu que aquela era a deixa perfeita pela qual estivera esperando.

– Pois deveria ter visto o garoto que entrou antes de mim. Deve ter levado umas pancadas feias antes de achar a parede certa, porque perdeu o juízo totalmente. Se é que já teve algum. – ela lamentou num convincente tom compadecido. – Vocês devem conhecê-lo. É da Grifinória.

– Quem é? – perguntaram juntos. Snape apareceu e os alunos começaram a entrar na sala.

– Um ruivo metido a palhaço. – ela piscou para os gêmeos e puxando Jordan consigo, deixou-os sozinhos no corredor, sem que pudessem retribuir a ofensa.

Ao fim daquele tempo, Cedrico esperou-a. Ele e Lee trocaram cumprimentos cordiais e depois Emily seguiu com ele até a próxima aula. Quando a sineta tocou pela última vez naquela tarde, houve uma correria para chegar aos dormitórios, deixar livros e mochilas e vestir capas.

No Saguão de Entrada, a professora Pomona Sprout organizou os alunos da Lufa-Lufa em filas, fazendo recomendações. Já organizados, foram levados para o lado de fora, onde a tarde fria se transformava lentamente em noite.

A delegação de Beauxbatons foi a primeira a chegar. Vieram pelos ares numa carruagem azul-clara do tamanho de um casarão, puxada por doze cavalos alados enormes e fortes. Uma mulher de proporções inumanas se apresentou como Madame Maxime, diretora da escola. Os doze garotos e garotas atrás dela vestiam roupas de seda sem capas e tremiam de frio. Eles a acompanharam até o interior do castelo para se aquecer e os alunos de Hogwarts permaneceram aguardando a delegação de Durmstrang.

Das águas do lago negro, emergiu imponentemente um navio. Tinha uma estranha aparência esquelética e os passageiros que desembarcaram usavam capas de peles de fios longos e despenteados. Um dos jovens destacava-se dos demais e assim que seu diretor chamou-o à frente, exclamações entusiasmadas repercutiram nas escadarias, seguindo sem cessar por todo o percurso até o salão.

The Castle On The Hill | Fred WeasleyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora