· 92 · Um Para Tristeza, Dois Para Alegria

99 9 52
                                    

Quando os primeiros raios de sol incomodaram seu sono, Emily rolou na cama, tentando esconder o rosto. Ela sentiu seu corpo ser puxado e afagado pelas cobertas e apertou seu abraço ao redor do excesso delas, com o calor da respiração acima de sua cabeça.

Engraçado... Desde quando cobertas respiram?

Imediatamente abriu os olhos graças ao susto. Estava aninhada no peitoral nú de Fred e ele acariciava suas madeixas com ternura.

— Fred...? — a jovem chamou.

— Volte a dormir — murmurou sonolento, com a voz rouca.

— Você não deveria estar aqui. — ela sussurrou de volta, tentando afastar-se lentamente dos braços dele.

— Mas e... — a justificativa dele porém, foi incompreensível. De olhos fechados, Fred disparou palavras desconexas e deixou a fala morrer pela metade, impedindo-a de deixá-lo.

— Fred — ela chamou baixinho, rezando para que os demais ainda não estivessem de pé. Emily rolou nos braços dele e tornou a espiar o sol pela janela, amanhecendo. — Fred, acorde.

— Que horas são? — o ruivo perguntou, esfregando os olhos. — Não... Mais cinco minutos...

— Você precisa sair daqui, idiota — ela implorou com um sorrisinho, chacoalhando o ombro dele. — Se sua mãe ou Gina vierem até aqui...

— Por que elas viriam?

— E por que não? — Emily colocou um ponto final nas reclamações dele e se levantou raivosa. Fred abriu os olhos e fechou-os outra vez, enfiando a cara no travesseiro com um sorriso malicioso estampado na face ao vê-la vestida apenas com aquele suéter, que cobria-a somente até a metade das coxas.

— Desse jeito você não ajuda em nada a me convencer, sabia? — ele resmungou e ela puxou as cobertas, antes de empurrá-lo para fora do colchão.

— Fora. Agora. — guiou-o até a porta e aproveitou para apanhar a camiseta do pijama dele pelo caminho. Ele revirou os olhos, mas obedeceu.

— Te vejo no café da manhã então, coisinha chata... — disse birrento, tentando prolongar sua estadia por mais tempo.

— Vá logo! — ela forçou-o a sair e fechou a porta na cara dele.

— Que diabos...? — a voz de George ecoou no corredor e Emily suspirou, apoiando o corpo contra a porta.

Ela jogou-se na cama e adormeceu por mais algum tempo, até ouvir batidas na porta. Emily sentou-se e puxou as cobertas de volta para cobrir-se, quando notou a marca negra em seu braço e se deu conta do desastre que estava prestes a acontecer.

Com o coração saltando pela boca, enfiou a mão na fronha do travesseiro e virou o frasco nos lábios com pressa. Sua aparência mudou bem a tempo de Molly Weasley pedir licença e adentrar o cômodo, ao que Emily torceu para que a mulher não tivesse visto nada de suspeito.

— Bom dia, querida. Feliz Natal! — Molly disse, sorrindo docemente.

— Bom dia, Sra. Weasley. — ela soltou a respiração que nem sequer havia se dado conta de estar prendendo. — Feliz Natal.

— Vim acordá-la para o café da manhã. Fred e George acabaram de descer também.

— Obrigada. Estarei lá embaixo num minuto, só preciso me trocar. — a outra assentiu e voltou-se para a saída. Já estava com a mão na maçaneta quando algo lhe ocorreu e virou-se para falar com a garota.

— Sabe... Preciso dizer — Molly olhou-a com uma ternura maternal e posicionou as mãos cruzadas na frente do próprio avental. — Fred é meu filho. Acho que você entende que, como mãe, só quero o melhor para ele. Não estou questionando suas intenções, mas... São tempos difíceis e não posso deixar de me preocupar.

The Castle On The Hill | Fred WeasleyWhere stories live. Discover now