· 12 · Gengibre com Limão

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Dezembro chegou trazendo chuva e neve, que logo cobriu toda a extensão e arredores da escola. Emily desistira de seus passeios, já que o frio lá fora não lhe parecia atraente. Acomodou-se junto ao confortável calor da lareira, lendo livros com uma tranquilidade maior do que a que encontraria na biblioteca, porque o fã clube de Krum ainda seguia-o até mesmo ali. Hermione com certeza odiava-o por isso.

E para sua surpresa, justamente ela, estava parada no corredor que levava à entrada do dormitório da Lufa-Lufa, admirando a pintura de frutas como um enigma indecifrável.

– Perdida? – Hermione virou-se um pouco assustada ao ouvi-la.

– Eu... – tentou encontrar uma desculpa, mas seus olhos fixaram-se no distintivo reluzindo no uniforme da outra. – Por acaso é da F.A.L.E.?

Emily sorriu, concordando gentilmente.

– Vai entrar na cozinha? – perguntou aproximando-se.

– Fred e George me disseram como, mas não me lembro qual dessas frutas é a certa – Hermione fitou-a esperançosa. Uma aliada da causa não faria objeções a ajudá-la. – Sabe o que fazer?

Emily ergueu a mão até a pintura e fez cócegas na pera. A fruta contorceu-se, riu e transformou-se numa maçaneta verde, revelando uma entrada. A mais nova deu pulinhos animados e caminhou até a porta.

– Não mencionam isso em "Hogwarts: uma história." 

– É, não mencionam muita coisa nesse livro. – a jovem suspirou, abrindo a porta para que Hermione pudesse passar. – Espero que encontre o que está procurando.

Emily deixou-a e voltou a vagar pelo castelo. No Saguão, encontrou-se com Lee, Fred e George. Ela havia se aproximado dos gêmeos graças às conversas frequentes e múltiplas trocas de provocações e era bom ter alguém com quem passar o tempo além de Cedrico, que agora andava mais ocupado e inacessível do que nunca. Anabel infelizmente ainda tratava-a com desdém.

– Não sabia que tinham se aliado à F.A.L.E. – disse depois de cumprimentá-los.

– Deve ser porque não o fizemos. – George rebateu.

– Interessante porque acabei de encontrar Hermione e ela estava bem determinada a entrar na cozinha... Me pergunto onde será que aprendeu.

– Droga. Agora ela vai mesmo convencer os caras a entrar em greve. – Fred disse.

– Animem-se garotos, podem ficar orgulhosos. Fizeram mais pela causa do que eu. – Emily debochou com um sorriso nos lábios.

Mais uma semana acabou e com ela, deveres e trabalhos. Emily concentrou-se nas aulas seguintes como se sua vida dependesse disso. Esperava poder extrair qualquer mínima informação para o próximo desafio de Cedrico, imaginando que em algum momento, um dos professores deixaria um detalhe escapar. Até então, nada fora sugestivo o suficiente.

As aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas continuavam a tomar um rumo intenso, mas esquisito. O professor Alastor Moody passara semanas explicando sobre maldições com tanto empenho, que os alunos começaram a teorizar que seriam atacados por Comensais da Morte como parte de seus testes finais.

Trelawney previu, como de costume, somente coisas terríveis. Suas recomendações incluíam, além de manter-se atenta aos sinais do destino, evitar más companhias que a afastariam de uma vida plena, disfarçadas de maneira inofensiva. Ela pôde jurar que viu Anabel abismada em um canto da sala, concordando com as suposições da professora como se fossem uma verdade absoluta e precisa.

Mas se o assunto era vida plena, as aulas de Poções é que pareciam ausentes de plenitude graças à Jordan, que insistia em atualiza-la sobre as recentes invenções dos gêmeos em momentos inoportunos. O garoto perdia-se na matéria e constantemente precisava revisar as anotações de Emily.

The Castle On The Hill | Fred WeasleyWhere stories live. Discover now