· 90 · O Par Ideal

107 11 35
                                    

Ela conhecia aquele lugar.

Conhecia aquela sebe, as tocas de gnomo de jardim e as galinhas correndo ao redor da enorme construção, que se estendia à sua frente de maneira irregular e mágica. Conhecia aquele cheiro inebriante de comida caseira sendo preparada, a brisa refrescante em suas mechas de cabelo e os raios de sol iluminando o rosto do rapaz ao seu lado, dando-lhe uma aparência angelical e vivaz.

O mais familiar ali porém, era aquela sensação gélida na boca do estômago, os calafrios na pele e sua coluna cervical rígida. A aparência até poderia ser a de outra pessoa, mas aquele sentimento de estranheza era só dela... Da cabeça aos pés, do corpo ao espírito.

— Tudo bem? — Fred perguntou, apertando a mão da garota e soprando-lhe as palavras ao ouvido.

— Sim... Vai dar certo. — Emily respondeu, engolindo em seco. A intenção não era convencê-lo, é claro, era persuadir à si mesma. — Vamos entrar.

— Ótimo! Vou na frente, então. — George se dispôs, atravessando o gramado e batendo na porta, antes dos outros dois.

A voz do lado de dentro fez uma pergunta, um hábito adquirido para a manutenção da segurança. Quando George deu-lhe a resposta correta, a porta foi aberta por um homem alto, magro e igualmente ruivo, que logo tratou de abraçar o filho.

— Venha! Entre! Onde está seu irmão? — Arthur questionou. George olhou por cima do ombro e apontou para o casal vindo em sua direção. — Ah, ótimo. Entrem, entrem.

— Bom dia, pai. — Fred cumprimentou-o com um meio abraço, sem soltar a mão com a qual segurava a de Emily. O Sr. Weasley retribuiu com um sorriso feliz. — Quero que conheça Anabel Hawthorn.

— Arthur Weasley. — ele estendeu a mão para cumprimentar a garota. — Seja bem-vinda, Anabel.

— Obrigada, Sr. Weasley. É um prazer finalmente conhecê-lo. — ela cumprimentou e apertou firmemente a mão dele em resposta.

— Digo o mesmo. Fred tem nos contado ótimas coisas sobre você. — ele riu. — Por favor, sinta-se em casa.

O interior da Toca parecia ter mantido-se exatamente como a garota se lembrava desde a última vez em que estivera ali, exceto pela decoração natalina. Conforme adentraram ainda mais o cômodo, Emily não pôde deixar de permitir que seu olhar explorasse o local, absorvendo cada detalhe.

— São para Molly? — o Sr. Weasley questionou, apontando para o buquê de flores que ela carregava consigo. Emily assentiu. — Ela já vai descer. Está organizando seu quarto lá em cima, com Gina. O que acha de colocá-las na mesa enquanto espera? Fred, ajude-a, sim?

Fred assentiu e caminhou até os armários da cozinha, buscando por um recipiente. Emily aguardou, admirando as decorações por um instante.

Contudo, sua atenção se prendeu ao curioso relógio de Molly Weasley esquecido sobre a mesa da cozinha, cujos ponteiros que identificavam os integrantes da família agora apontavam para a mesma infame direção: perigo mortal.

Fred notou o desconforto dela e discretamente apanhou o objeto, colocando-o numa área menos visível. Eles sentaram-se no sofá e poltronas diante da lareira e aguardaram, matando o tempo com conversas corriqueiras.

— E quanto à Charlie? Ele não virá? — George questionou, olhando ao redor numa vaga esperança de que o irmão estivesse se escondendo para fazer-lhes uma surpresa.

— Não. Temo que não. — Arthur disse, arrumando os óculos sobre o nariz e apoiando a coluna na poltrona. — Charlie está muito ocupado com... Bem... Os assuntos dele na Romênia. — deu-lhe um olhar sugestivo, evitando mencionar os detalhes na presença de Emily. — Mas vocês conhecem o seu irmão. Talvez ele mude de ideia e apareça.

The Castle On The Hill | Fred WeasleyOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz