· 10 · Filho de Peixe, Peixinho É

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A Sala Comunal da Lufa-Lufa estava em festa e assim que Cedrico chegou, a comemoração tornou-se mais vibrante. Obrigavam-no a transitar pelo lugar, desejavam parabenizações e entoavam eufóricas rimas. Ainda que os desafios não tivessem sequer iniciado, já o consagravam vencedor do Torneio Tribruxo.

Depois de horas festejando, restara apenas uma meia dúzia de pessoas comendo e conversando baixinho. Cedrico sentiu-se livre para largar-se numa das poltronas, esfregando o rosto com sono, exausto por lidar com a massiva quantidade de atenção.

– O que foi que disseram? – perguntou Emily, também sentada junto à lareira.

– Harry vai competir. – Cedrico informou.

– Mas é só um garoto, é perigoso demais! – ela demonstrou genuína preocupação até recordar-se de quem se tratava.

Sua expressão aflita desfez-se. Teria Harry decidido arriscar-se voluntariamente? 

– E como foi que conseguiu colocar o nome no Cálice?

– Disse que não o fez.

– E o que acha? Acredita nele? – ela instigou, debruçando-se no braço da poltrona para ouvir com clareza.

– Talvez... Ainda não sei o que pensar.

Os dias seguintes não correram bem entre os estudantes. Os alunos da Lufa-Lufa e Grifinória travavam uma guerra silenciosa, trocando olhares feios. Alguns mal se falavam durante as aulas.

Jordan e Emily estavam tão desconfortáveis com o tema que optaram por evitá-lo quando encontravam-se, embora a bruxa ainda tenha lidado com provocações dos gêmeos Weasley. E como se não fosse o bastante, seu fiel companheiro de passeios e conversas tornou-se a estrela da escola, o que roubava seu tempo e disposição para tais atividades.

Mas as coisas pareciam excepcionalmente difíceis para o jovem Harry. Embora Cedrico tenha tentado por diversas vezes pedir aos alunos que não utilizassem os distintivos (distribuídos com a intenção de humilhar o mais novo), seus esforços foram em vão.

– Não acredito! – Anabel levantou-se e caminhou nervosa até onde Cedrico e Emily terminavam de tomar o café. – Leia!

Ela atirou sua cópia do Profeta Diário no colo dele. A matéria principal trazia uma entrevista com Harry Potter. Os nomes dos outros campeões foram espremidos na última linha e Cedrico sequer aparecera mencionado, o que não abalou sua confiança.

– É o Profeta Diário, esperava o quê? – voltou a comer tranquilamente, passando o jornal para que Emily pudesse ler.

– Não vai fazer nada? – Anabel apoiou as mãos na cintura. – Você é o campeão de Hogwarts! O legítimo, campeão de Hogwarts!

– Engraçado – Emily respondeu-a sarcástica. – Não fala com ele há dias e se acha no direito de cobrar um posicionamento? Pois bem – levantou-se e empurrou o jornal de volta com brutalidade. – Achei que estivesse aqui quando o nome de Harry Potter foi anunciado.

– Emily tem razão, Anabel. Harry vai competir. – ele abandonou sua refeição pela metade e afastou-as. – Quer você queira, ou não.

A data da primeira tarefa continuava aproximando-se. Consequentemente, a solidão de Emily era ainda maior. A garota passava os dias passeando sozinha e lendo na biblioteca agora movimentada, graças ao súbito interesse de Viktor Krum por livros empoeirados, o que atraia grupos de fãs e gritinhos histéricos.

Quando o sábado chegou, tiveram permissão para visitar o povoado de Hogsmead. O primeiro desafio ocorreria na terça-feira daquela semana e Emily convencera Cedrico a sair um pouco para distrair-se do crescente nervosismo.

The Castle On The Hill | Fred WeasleyTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon