O Disfarçe de Atlas Montgomery
Emily estava apoiada sobre a mesma mureta de pedra onde, há mais de um ano, Cedrico houvera prometido estar sempre ao seu lado. Aos seus pés, o gato havia confortavelmente se deitado, analisando os estudantes que passavam por eles.
Motivada pela ideia de Anabel, decidiu dar uma chance aos mistérios do passado e partiu para a biblioteca, permanecendo ali até perto do horário do toque de recolher.
A mente da garota estava confusa e perturbada, passando por mais um de seus momentos reflexivos. Ela levantou-se e foi até a sala mais próxima, de cabeça baixa. Estava escura, fria e vazia. A garota fechou a porta atrás de si e parou no centro da sala.
– Por quanto tempo ainda vamos continuar com isso? – perguntou em voz alta. – Estou cansada, Atlas.
A qualquer outra pessoa, certamente pareceria loucura falar com as paredes daquela maneira, mas Emily sabia o que estava fazendo.
Uma figura alta e robusta ergueu-se de onde, minutos antes, só havia um par de olhos esmeralda espreitando nas sombras. Tinha a face coberta por uma máscara com floreios e o que parecia imitar um corte longo no olho esquerdo e vestia uma longa capa preta por cima das vestes azul escuro.
– Em breve vai acabar. – a voz era masculina e firme. Não demonstrava receio algum por ter se livrado de seu disfarce. – Vamos ter que alterar a visão da sua amiga. Não vai querer deixar rastros.
– Está preocupado com rastros? É meio tarde para isso. – ela revelou cheia de frieza e desdém. – Anabel me disse algo interessante hoje pela manhã, então passei a o dia na biblioteca checando anuários e documentos. Deveria ter se livrado de alguns deles.
Ele desencaixou a máscara do rosto, revelando-o. Tinha olhos verdes, cabelos muito escuros e a pele morena, além de feições bem definidas. Uma cicatriz antiga cortava verticalmente seu olho esquerdo.
– Eu concordo. A semelhança foi um grande risco. – o rapaz brincou, bagunçando os cabelos e jogando-os para trás.
– Também me lembrei de algo novo... Você foi a primeira pessoa a me chamar de Sangue-ruim, ainda na cabine do expresso. – ela concluiu com amargura. – Disse que nem mesmo a Lufa-Lufa aceitaria alguém como eu e praticamente implorei ao chapéu seletor para ser aceita.
– O chapéu leva sua opinião em consideração. Lamento, mas foi um mal necessário.
– Necessário? – ela deixou escapar uma risada nasal e balançou a cabeça negativamente.
– É a casa que menos formou bruxos das trevas, então seria o disfarce perfeito para convencer à todos de que era inofensiva. Bem... Se isso é tudo – ele aproximou-se e mostrou a varinha em suas mãos. – Vamos trabalhar.
– Não há uma maneira mais fácil? Menos invasiva, talvez?
– Quer proteger essas pessoas, ou não? – ele questionou impaciente. – Vá em frente, deixe que tenham acesso à essas memórias e vai ver o que acontece.
– Certo. – ela soltou todo o ar dos pulmões e sentou-se em uma das cadeiras mais próximas – Acabe com isso de uma vez. Não quero pegar uma detenção por estar nos corredores depois do toque de recolher.
– Como quiser. – ele deu dois passos à frente. – Legilimens!
Emily levantou a cabeça, seus olhos agora estavam muito mais escuros e cheios de determinação. O rapaz baixou a varinha.
– E?
– Nada. – ele sorriu. – Só mais algumas sessões e estará pronta para voltar para casa. – disse satisfeito.
– Ótimo. Já estava começando a repensar esse acordo.
– A escolha é sua, mas saiba que virão até você de qualquer maneira... Quer realmente se arriscar a fazer isso sem a minha ajuda?
– Não. É claro que não. – Emily assumiu.
– Perfeito. Ah! Uma última coisa – o rapaz disse, apanhando a máscara e ajustando-a no rosto. – Se afaste do Weasley. Você não pode ter um ponto fraco quando estiver lá fora.
– Você deixou isso bem claro durante todo o verão, Atlas... E não pense que eu não percebi que usou Anabel como desculpa.
– Foram só algumas vezes. Ela já estava acostumada com a maldição – Emily puxou a varinha e ele riu, levantando as mãos em sinal de rendição. – Certo, entendi. Sem piadinhas sobre maldições. – Atlas baixou as mãos lentamente e a jovem guardou a varinha. – Mas estou falando sério sobre se afastar. Deixe isso ir ainda mais longe e vai acabar se arrependendo.
– Eu tentei me afastar. – ela apoiou-se contra uma das mesas. – É engraçado como pareço ser a única fazendo sacrifícios aqui. O que tem feito, Atlas?
Ele não respondeu. O rapaz tomou sua forma animago e passou pela fresta da porta entreaberta, desaparecendo pelo corredor.
– Não há como piorar. – Emily murmurou, antes de deixar a sala e esbarrar com tudo em Fred Weasley.
— · —
Temos ilustração do Atlas!!!!
( Mas já vou avisar: cuidado com o gatinho...😼)Mais uma coisinha:
Ontem eu cometi um erro terrível e vim aqui me desculpar. A Emily faz referência à um dos livros favoritos dela, mas eu esqueci que esse livro só foi lançado em 2002. Por favor, desconsiderem esse pequeno erro. Obrigadaaa!Beijinhos, até logo!
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The Castle On The Hill | Fred Weasley
FanfictionEmily é uma jovem bruxa prestes a iniciar o sexto ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Dividindo seu tempo entre amizades, estudos e grandes eventos sediados pela escola, sua vida acadêmica promete ser mais movimentada do que nunca... Espe...