· 17 · A Inamavel e O Idiota

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Antes da meia noite Emily decidiu ir para o dormitório, mas não conseguiu dormir.
A porta foi aberta pouco depois, quando Anabel entrou com os saltos na mão, tentando não fazer barulho. Ela também trocou-se e deitou, desejando boa noite.

– Anabel? – Emily chamou inquieta, depois de revirar-se no colchão diversas vezes. – Estamos bem?

Anabel sentou-se, tateando ao redor em busca da varinha. O quarto estava escuro e seus olhos foram se acostumando até que ela conseguisse distinguir objetos dentre as sombras. Assim que encontrou-a, acendeu um suave brilho de luz na ponta.

– Estamos sim.

– Que bom. – Emily disse. – Porque definitivamente preciso do conselho de uma amiga agora.

Anabel deu tapinhas leves na própria cama. Ela abriu espaço para a outra entre suas cobertas e as duas deitaram lado a lado, encarando o teto.

– Muito bem. –  disse procurando uma posição confortável. – O que aconteceu com você, garota?

Anabel apagou a luz e guardou novamente a varinha. Emily narrou todos os fatos que a levaram até o fatídico dia do baile. O tom de sua voz foi suavizando conforme as outras garotas chegavam para se deitar e dormir. Contou como havia se aproximado dos garotos, como percebeu seus sentimentos e como considerava-se estúpida por não ser correspondida.

Hum... – a amiga manifestou-se. 

– Só isso? É tudo que tem a dizer?

– Tenho uma opinião, mas acho que não vai gostar.

– Qual é?

– Esqueça-o.

– O quê? – Emily deixou escapar em voz alta e cobriu os lábios. Como não ouviu reclamações das colegas, ficou mais tranquila. – Por quê?

– Tem vários garotos nessa escola que poderiam ser muito melhores pra você já que, pelo que entendi, ele não se importa, ou não faz questão de demonstrar. Até deixou outro cara tomar o lugar dele.

As duas ficaram em silêncio outra vez. Emily não tinha segundas intenções em relação à Francis, então não achou que precisasse omitir essa parte. Os dois haviam se conhecido e tido uma noite agradável, o que não significava absolutamente nada demais. 

Ela escorregou para fora da cama sem fazer barulho no meio da madrugada, depois que Anabel já havia pegado no sono e chutava-a por baixo do cobertor.

Nos dias seguintes Anabel e Emily voltaram a andar juntas, o que fez com que ela passasse menos tempo com Lee, Fred e George. Na verdade, só encontrava-os brevemente antes das aulas de Poções ou pelos corredores. Entretanto, não conseguia deixar de espiar a mesa da Grifinória entre as refeições, procurando-o sutilmente dentre todos aqueles rostos.

Mas Anabel não era a única de quem Emily tinha se aproximado. Francis vinha mostrando-se um bom amigo e os dois conversavam sobre praticamente tudo: as aulas, suas vidas e principalmente, quadribol.

– Deveria fazer o teste no ano que vem. – ele disse.

– É, talvez faça. Cedrico disse a mesma coisa e eu... 

– Vocês não vão acreditar! Não vão mesmo! – estavam à caminho da aula quando Anabel apareceu correndo e interrompeu-a. Estava ofegante e pressionando uma das mãos contra o peito. – Saiu uma matéria sobre Hagrid no Profeta Diário. Ele não está dando aulas desde então.

– Você lê esse maldito jornal o tempo inteiro e só foi descobrir uma coisa dessas agora? – Emily disse.

– Parei de assinar desde o artigo sobre os campeões. – Anabel puxou o ar mais uma vez. – Acho que estou perdendo coisas importantíssimas, não?

The Castle On The Hill | Fred WeasleyWhere stories live. Discover now