· 30 · Os Fantasmas de Dickens

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Pomona Sprout distribuiria os horários dos alunos da Lufa-Lufa no café da manhã, mas Emily acordou atrasada. Coube à Anabel a tarefa de entregar-lhe o pergaminho, cujas informações ela memorizou enquanto devorava uma tigela de cereais às pressa, porque todos os outros jovens bruxos já estavam à caminho de suas respectivas aulas.

Herbologia seria a primeira delas, para Emily. Ela atravessou as hortas até a estufa número três e escolheu um lugar entre Anabel e outros colegas. A professora dirigiu-se à mesa e cumprimentou-os de bom humor. Passados cinco minutos, alguns alunos remanescentes passaram correndo pela porta...

Dentre eles, Fred Weasley.

– Muito bem... Agora que estão todos presentes e devidamente acomodados, podemos começar! – Sprout disse, sobrepondo sua voz aos burburinhos. – Hoje iremos aperfeiçoar nossas técnicas de extração de sucos celulares. Como já sabem, há um único método para extrair essa substância. Abram os livros na página...

O restante da aula teria corrido bem, não fosse por um pequeno detalhe. Emily e Fred mantinham uma troca de olhares intensa, na qual ela parecia querer matá-lo e ele, desafiava a garota a ter a coragem de fazê-lo. Até o fim do segundo tempo, a ausência de uma tragédia fora quase um milagre.

– Uma palavrinha garotas... Prometo ser breve. – Pomona retirou as luvas e bateu as mãos nas vestes, limpando a terra que havia caído sobre elas e caminhando até Emily e Anabel. Os outros colegas já haviam deixado o local. – Minhas queridas... Lamento muito. – a bruxa lançou-lhes um olhar tenro e comovido. – Cedrico era um bom menino. O que aconteceu foi trágico e abalou profundamente à todos nós, mas em especial, à vocês duas. Me procurem sempre que quiserem conversar. Estarei esperando.

– Obrigada, professora. – Emily agradeceu.

– Alguns dias realmente são mais difíceis do que outros. É bom saber que temos com quem contar. – Anabel disse.

– Vocês também têm uma a outra, não se esqueçam. – Pomona sorriu com doçura. – Digo porque sei que enfrentaram um momento conturbado na amizade de vocês. Cedrico iria querer que se apoiassem.

– Nós sabemos. – Anabel concordou envergonhada, entrelaçando seu braço ao da amiga.

– Estamos bem. Prometi à ele que ficaríamos juntas.

– Isso é bom, muito bom! – Pomona balançou a cabeça assentindo. – Desde o momento em que te conheci, no dia em que levei sua carta de aceitação em Hogwarts, soube que era uma boa criança. Você nunca quebra promessas, Emily.

A próxima aula era adivinhação e Emily não poderia estar menos contente por ter que subir até aquele alçapão. Mal podia esperar pra descobrir o novo infortúnio ao qual seria submetida.

E Trelawney claramente pensara o mesmo pois, assim que teve a oportunidade de passear pelas mesas, veio em sua direção. Suas mãos trêmulavam como galhos secos e sua voz estava ainda mais etérea. A mulher parecia determinada a conquistar a plateia de cabecinhas curiosas que voltaram-se para ouvir a conversa entre elas.

Oh, que tragédia! Tão jovem... Tão jovem! – Emily pensou se deveria responder, mas manteve-se calada. Talvez não fosse uma boa ideia conceder-lhe tal incentivo.

– O que houve, professora? – Anabel manifestou sua inquietação, para desgosto da amiga.

– É algo que pude ver através do meu olho interior...

The Castle On The Hill | Fred WeasleyWhere stories live. Discover now