The Castle On The Hill | Fred Weasley

· 67 · Um Minuto de Silêncio

Fred Weasley sentia-se perturbado.

A correria de preparativos para o casamento de seu irmão mais velho e o vai e vem de pessoas pela Toca, deixavam-no atordoado. Naquela manhã por exemplo, fora incumbido da tarefa de acompanhar George até a comunidade trouxa do vilarejo de Ottery St. Catchpole, a fim de conseguirem fios de cabelo para adicionar à poção polissuco que Harry deveria beber antes da cerimônia.

Agora ele, George, Rony e um garoto ruivo nada semelhante ao verdadeiro Harry, estudavam metodicamente o mapa em que constava a disposição das cadeiras. Os quatro seriam responsáveis por guiar os convidados aos seus respectivos lugares assim que chegassem.

– Quando eu me casar –  Fred começou, repuxando a gola de suas vestes agoniado. Odiava os trajes à rigor e toda aquela formalidade do evento. – Não vou me preocupar com nenhuma dessas bobagens. Vocês todos podem vestir o que quiserem e lançarei um Feitiço do Corpo Preso na mamãe até terminar a cerimônia.

Sua fala porém, causou-lhe um incômodo muito maior que o das vestes apertando-o. Nunca antes pensara em se casar, mas as palavras saltaram de seus lábios com uma naturalidade que surpreendeu-o. Questionou-se de onde surgira aquele repentino desejo de se comprometer verdadeiramente à alguém, quase como se tal pensamento já tivesse lhe ocorrido.

– Ela não esteve tão ruim assim hoje de manhã – comentou George. – Chorou um pouco porque Percy não veio, mas quem queria a presença dele? Ah, caramba, se preparem… Aí vêm eles, olhem.

Bruxos e bruxas surgiam pelos campos, com suas vestes coloridas e chapéus extravagantes, se aproximando da tenda. Os gêmeos esticaram os pescoços para olhar por cima da multidão, com o mesmo objetivo em mente.

– Excelente, acho que estou avistando algumas primas veelas. Elas vão precisar de ajuda para entender os nossos costumes ingleses, podem deixar que eu cuido delas. – disse George, com a intenção de se adiantar na direção das garotas.

– Calma aí, seu mal-amado. – Fred disse, passando como uma flecha pelo bando de bruxas de meia-idade que vinham à frente da procissão. Ele ignorou-as por completo, deixando a tarefa de guiá-las para os irmãos mais novos e Harry. – Por aqui, permettez-moi de assister vous. – ofereceu à duas belas francesinhas, que aceitaram que ele as conduzisse.

Enfeitiçado pela agradável companhia das garotas, topou com Hagrid na entrada, dando à ele instruções pouco específicas sobre o lugar em que deveria se acomodar. O tumulto que se seguiu graças ao seu descuido arrancou das jovens algumas risadinhas e flertes.

Após a cerimônia e a celebração dos apaixonados votos de Bill e Fleur, teve início a festa. Uma poça de ouro líquido se espalhou no centro da tenda, formando uma pista de dança reluzente. As cadeiras suspensas se agruparam em torno das mesinhas cobertas com toalhas brancas e a banda de paletós dourados marchou em direção ao pódio. Bill e Fleur tiveram sua primeira dança e logo mais pares se juntaram aos recém casados. Quando a noite enfim chegou, mariposas começaram a mergulhar sob o toldo, agora iluminado por lanternas douradas suspensas no ar.

– Onde estão os outros dois, Lee? – Anabel perguntou, escaneando a pista de dança com o olhar, em busca dos gêmeos.

– Não faço a mínima ideia. – ele evitou se prolongar no assunto e tomou um gole da bebida.

– Nesse caso, posso te fazer uma pergunta séria? – ela puxou-o para um canto mais isolado da tenda, onde a música não estava tão alta e poderiam se ouvir com clareza.

– É claro! – ele sorriu com expectativa.

– Não está preocupado com Fred?

– Eu deveria? – ele praticamente murchou, tomando outro gole do Whisky de fogo.