· 34 · Saudade

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Ao fim de dezembro, o tom perolado da neve tomava conta de toda a paisagem do castelo e a decoração festiva no Salão Principal indicava a chegada do Natal. Emily encontrou-se refletindo sobre o ano anterior e o baile de inverno. Pensou na festa, na dança, em Cedrico, em casa...

– E leve essa aqui também, por gentileza. Podemos deixá-la perto da porta de entrada, o que acha? – Pomona Sprout apontou para um grande vaso de planta e o garoto de rosto redondo, cabelos claros e um ar tranquilo de inocência assentiu sorridente.

– Olá, Neville. – Emily cumprimentou-o assim que adentrou a estufa e deu de cara com ele, que retribuiu com um aceno simpático e desviou um pouco mais para o lado, para que ela pudesse passar. Neville saiu logo em seguida, assobiando uma canção natalina e carregando a planta consigo.

– Emily! – Sprout abriu um sorriso largo e gesticulou para que a jovem se aproximasse do balcão, onde cuidava de um de seus espécimes. – Estamos bem atarefados hoje, decorando o Salão Principal... Tenho sorte de ter um aluno como Neville. É um bom garoto e está sempre disposto a ajudar. Tem muito talento para Herbologia. – a bruxa adicionou um pouco de adubo ao vaso, ergueu-o junto ao busto e deu a volta no balcão. Emily repetiu a ação com outro vaso deixado ali e acomodou-o sobre a bancada próxima à uma das janelas. – Oh, sim, obrigada. Bem... A que devo o prazer de sua visita? Por que não está se divertindo no Salão Comunal com seus colegas?

– Pensei sobre o que disse, professora. Se a proposta de me ouvir ainda estiver de pé, eu gostaria de poder... – Emily começou a dizer timidamente, brincando com o colar entre o indicador e o polegar.

– Mas é claro que está! Venha, vamos até a minha sala. Farei um bom chocolate quente e você pode me contar o que está acontecendo. Neville? Neville! – ela docemente chamou-o. Neville acabara de retornar e estava distraído admirando as flores sombrinhas. – Agradeço por sua ajuda, mas terei que dispensá-lo por hoje.

– Está tudo bem, professora? Fiz algo de errado? – ele perguntou, visivelmente desapontado.

Oh, não! Não se preocupe, meu rapaz! Apenas surgiu algo urgente que preciso resolver. Imagino que vá para casa amanhã como os outros, não? Considere isso uma oportunidade de checar seu malão uma última vez antes de partir. – ele assentiu aliviado e deixou o local.

O escritório ficava na menor das estufas do castelo e assim como o Salão Comunal da Lufa-Lufa, era um lugar aconchegante. Após atravessar o batente da primeira porta, o chão era coberto por ladrilhos de pedra e vários vasos de plantas comuns ornamentavam o acesso à porta principal. Era uma área sempre bem iluminada por causa dos vitrais transparentes.

No cômodo seguinte, a cozinha, as paredes eram revestidas por armários antigos de madeira e uma pia de prata impecavelmente limpa. Ali havia também uma pequena mesa, um fogão simples, uma poltrona e uma escada que levava ao piso superior, de onde galhos e trepadeiras pendiam. O último cômodo era uma câmara, contendo um banheiro e o quarto de Pomona Sprout.

 O último cômodo era uma câmara, contendo um banheiro e o quarto de Pomona Sprout

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The Castle On The Hill | Fred WeasleyWhere stories live. Discover now