Perdida

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Já no carro de Robe, ela dirige vagarosamente pelo transito da cidade em direção ao meu apartamento. Os carros passavam por nós xingando-nos, porem Robe não se abalava, dizia apenas que era seu dever como cidadã respeitar as leis, incluindo as de transito, e se tinha uma placa dizendo para ela andar a 40 km/h ela não iria correr mais do que isso.

- O que você vai fazer? – perguntou Tati

- Não sei – respondi perdida na paisagem caótica de São Paulo que passava pela janela.

- Está pensando em tirar? – pergunta do nada Robe.

- Não – falo alto virando para ela de repente – por que acha isso? – fico meio que abismada com essa pergunta.

- Você não parece feliz. – ela responde dando de ombros.

Certo, eu não estava feliz, mas isso também não é motivo para matar um ser que nem teve a chance de nascer, eu estava em choque, quando isso passar pode ser que eu fique feliz em ser mãe.

Mãe, era isso que eu precisava neste momento, o colo de uma mãe. Ai meu Deus, como é que eu vou contar para os meus pais que eu estou gravida? Com certeza meu pai vai surtar, ele já não está feliz por eu ter saído de casa para morar em outro estado, além do fato de ter largado a faculdade de Agronomia para trabalhar em uma loja de pijamas, como ele diz.

- Eu estou perdida, não sei o que fazer. – digo a elas depois de um tempo.

- Deve ser um baque e tanto – diz Robe – mas também deve ser maravilhoso ter uma pessoinha crescendo dentro de você.

Sorrio para ela, meu primeiro sorriso desde que descobri que estou gravida, na minha cabeça isso ainda parece impossível, é como se eu estivesse sonhando, não um sonho bom, mas também não um sonho ruim, só um sonho impossível.

- Bem, eu acho que você primeiro deveria consultar um médico – diz Tati – minha prima Natalia trabalha no consultório médico de um obstetra, posso tentar ligar para ela e ver se ela marca uma consulta para você.

- Você tem razão, um médico vai me dizer o que fazer.

Ela pega o celular e liga para a Natalia e agenda uma consulta para o dia seguinte depois do meu horário de trabalho.

E Agora? - rascunhoWhere stories live. Discover now