Aceitação

19.6K 959 63
                                    

Meu pai ficou olhando Eduardo por um longo tempo, a opinião dele valia muito para mim, mas durante aquele tempo em que o via observar Eduard de cima a baixo ponderando suas palavras percebi que independente do que ele falasse naquela sala minha decisão já estava tomada a muito tempo.

- A maioria dos perdedores que Aline namorou não teria respondido algo assim, eles já teriam saindo correndo com o rabinho entre as pernas. – senti vergonha e um certo alivio quando meu pai começou a falar – Então isso me mostra que você realmente está interessado na minha filha, não vou mais me meter entre vocês, mas espero que você saiba onde está se metendo e é bom você não faze-la sofrer, senão eu vou castra-lo, entendido? – ele levantou e apertou a mão de Eduardo com força.

- Pai – dou um grito agudo indignada com a ameaça.

- Pode deixar – Eduardo responde sinceramente.

Aquele aperto de mão exalava testosterona onde dois machos alfas selam um acordo. Francisco cabelo seboso nos olha assustado, eu nem sei o que esse cara ainda estava fazendo ali, meu pai vai ater ele e dá um tapinha em seu ombro.

- Vamos rapaz, vou te levar até a porta.

- Ma mas seu Olívio nós havíamos combinado... – o cara gagueja para o meu pai.

- Eu sei meu rapaz, eu sei, mas hoje não é o seu dia. – ele leva o Francisco até a porta e se despacha dele.

Me recosto no sofá percebendo que tirei um peso enorme das minhas costas é um grande alivio a aceitação da minha família, gosto de independência e de ser autossuficiente, mas aquela garotinha que fazia de tudo para ser a perfeita princesinha do papai ainda existe dentro de mim e luta constantemente para agradar meus velhos. Eduardo ainda parece um pouco desconfortável, seu olho agora está totalmente roxo e de alguma forma isso não arruína nem um pouquinho seu lindo rosto, segurei sua mão e a acariciei esperando lhe transmitir um pouco de tranquilidade, já que o clima continua um pouco tenso.

- Cerveja? – meu pai volta em seguida com duas latas de cerveja na mão.

Eduardo agradece e aceita a cerveja, eles começam uma acalorada conversa sobre times de futebol e esportes em geral como se não tivesse acontecido nada, fico ali sentada por um tempo observando os dois interagirem tranquilamente. Um misto de satisfação me atinge e respiro aliviada, o que não é por muito tempo, já que depois que fiquei gravida minha bexiga parece que encolheu e eu tenho de esvazia-la a cada cinco segundos, tá é um exagero, mas de qualquer forma tenho de ir muito frequentemente banheiro.

Na volta percebo que não há mais perigo e resolvo ajudar a minha mãe com a louça na cozinha.

- Eu ainda não acredito que vocês queriam me empurrar para aquele cara? – digo a minha mãe.

- Ah querida, ele é meio enfadonho mas é um bom rapaz, nós só queríamos o seu bem – ela responde com um sorriso no rosto – mas você se saiu bem melhor sem a nossa ajuda.

Ajuda? Achei melhor nem comentar, eles deveriam estar loucos se pensavam que estavam me ajudando me empurrando para aquele seboso.

- Eduardo é ótimo, não tem como defini-lo de outra forma. – digo a ela – ele é gentil, carinhoso e atencioso.

- Você esqueceu de dizer lindo e sexy – ele diz ainda sorrindo.

- Mãe! – fico um tanto envergonhada pelas palavras dela, não que não sejam verdade.

- Eu já fui jovem e sei que a primeira coisa que vemos em um cara é se ele é bonito, e convenhamos esse ai é de tirar o folego – ela dá uma rizada e finge que se abana - o restante vamos descobrindo aos poucos. Você o ama?

Eu já estava vermelha com a observação anterior dela, agora eu estava totalmente escarlate.

- Sim, quer dizer eu com certeza estou apaixonada por ele. – digo e de repente reparo que ela está olhando por cima do meu ombro, em direção a porta.

Me viro devagar e lá está ele, o dono do meu coração apaixonado, parado olhando para mim com um sorriso torto no rosto.

- Eu vim buscar mais cerveja.

E Agora? - rascunhoWhere stories live. Discover now