Armadura e Cavalo Branco

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Meu coração parou por um segundo quando o vi ali parado na calçada, ele parecia um cavaleiro de armadura brilhante montado em seu cavalo branco pronto para lutar com o dragão e salvar a linda princesa, no caso a princesa seria eu, sem comentário com relação ao ser linda, até mesmo por que é uma questão de opinião não a minha, é claro. Me joguei literalmente em seus braços e inalei seu perfume, Deus que saudades desse cheiro.

Eu estava em estado de êxtase, não me importava com mais nada, nem com meus pais tentando me empurrar para aquele cara de cabelo seboso, nem com o cara se achar no direito de me agarrar sem permissão, nem com a confusão que estava armada na frente de casa antes de Eduardo chegar, nem com os vizinhos presenciando tudo e muito menos com as fofocas do dia seguinte, tudo o que eu sentia neste momento era os braços de Eduardo me envolvendo e a paz e tranquilidade que isso me trazia.

- Oi. – ele me cumprimenta com um sorriso no rosto.

- Oi – eu respondo com a voz rouca – o que você está fazendo aqui?

Não que fosse ruim ele estar ali, mas a curiosidade falava mais alto.

- Eu acabei agindo por impulso e quando você desligou o telefone hoje de manhã arrumei minhas malas e corri para o aeroporto, a ideia de te ver só na segunda estava me deixando terrivelmente irritado, então achei melhor cortar o mal pela raiz. Tudo bem eu ter vindo assim?

Eu dei um sorriso brilhante diante de suas palavras, foi muito doce de sua parte literalmente correr atrás de mim, fazia dias que não nos víamos e eu estava morrendo de saudade. Nós não éramos nem namorados, ou pelo menos não havíamos conversado sobre isso ainda, e ele vir aqui, na casa dos meus pais, me deixou nas nuvens.

- Claro, adorei você ter vindo. – eu disse a ele – estava pensando a pouco como eu o queria aqui comigo. – para esfrega-lo na cara daquele seboso nojento, mas é claro que eu não iria dizer isso a ele.

- Que bom, fiquei com medo de você me mandar embora – ele deu um sorriso de arrasar quarteirão.

Me levantei nas pontas dos pés e beijei os seus lábio, seu sabor era ambrosia em meus lábios e eu queria me fartar dessa delicia, mas o murmúrio dos vizinho e os rosnados do meu pai me fizeram lembrar que não estávamos sozinhos e que eu deveria ser no mínimo educada e deixar para beija-lo mais tarde quando estivéssemos a sós.

– É melhor eu te apresentar meus pais, está todo mundo nos observando. – disse apesar do medo do que meus pais iriam dizer da presença dele ali.

Entrelacei nossos dedos e o levei até a varanda onde meus pais e o senhor seboso nos observavam com cara de poucos amigos. Comecei a temer do como faria as apresentações, não dava para dizer que ele era meu namorado, pelo menos não até nós conversamos e concordarmos com o título; também não dá apara dizer que ele é meu amante por com certeza meu pai iria enfartar só de ouvir essa palavra; médico é parte da verdade, mas não somos apenas isso um do outro, pelo menos para mim não; amigo é uma meia verdade aceitável mas eu não conseguia vê-lo assim de jeito nenhum.

Meu pai estava extremamente nervoso, dava para perceber pela expressão do seu rosto assim como a coloração avermelhada de seu pescoço, conforme eu me aproximava deles o imaginei soltando fogo pelas orelhas igual a um personagem de desenho animado e isso me deu medo, muito medo da reação dele.

- Pai, mãe este é... – eu comecei a falar assim que chegamos na varanda e acabei travando.

Eduardo com todo o seu charme e elegância estendeu a mão para eles.

- Prazer, Eduardo, namorado da Aline. – meu coração deu um pulo com essa apresentação, um misto de confusão, alivio e alegria me preencheram.

- Namorado? – meu pai perguntou, seu rosto agora estava todo vermelho e por um segundo me perguntei se ele não estava tendo um AVC.

- Sim, desculpe a minha chegada inesperada, mas não consegui ficar todo o fim de semana sem a Aline em meus braços.

Não há como não se apaixonar por um cara que fala isso para os seus pais, mas assim que eu vi o punho direito do meu pai acertar o olho esquerdo de Eduardo com uma agilidade que não corresponde ao meu amoroso pai eu percebi que ele não achou isso nem um pouco encantador.

E Agora? - rascunhoWhere stories live. Discover now