Jogo Aberto

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Eu quase morri de vergonha, com certeza parecia uma babaca parada ali, vermelha como um tomate e imóvel só olhando para ele, já Eduardo me encarava de volta com um misto de admiração e espanto. Minha mãe percebendo o clima estranho foi até a geladeira, pegou duas latas de cerveja e entregou a ele.

- Aqui está. – ele olhou para as latas em suas mãos meio confuso, faz um sinal de agradecimento a minha mãe, me deu uma última olhada e saiu da cozinha.

Apoiei-me no balcão e cobri meu rosto com as mãos, ele deve achar que eu sou louca, quem em sã consciência admite estar apaixonada por um cara que está saindo a tão pouco tempo para a própria mãe e ainda por cima na frente do dito cujo por quem está apaixonada.

- Não fique assim minha filha, ele nem deve ter escutado. – minha mãe diz.

- A senhora acha mesmo? – pergunto a ela cheia de esperança.

- Não, ele escutou com toda certeza – ela fala sorrindo o que me deixa ainda mais envergonhada e com raiva da minha boca grande – mas veja pelo lado bom, mais cedo ou mais tarde ele iria saber mesmo.

Ai mãe! É claro que eu queria que fosse mais tarde, quando ele também estivesse sentindo isso por mim, agora só vou afasta-lo demonstrando meus sentimentos, penso comigo mesma.

Resignada termino de arrumar a cozinha com a minha mãe e voltamos para a sala, Eduardo não falou nada durante um bom tempo só olhando para a televisão. Após um bocejar nada discreto do meu pai com direito a barulho e tudo, Eduardo se levantou e começou a se despedir:

- Está ficando tarde, vou para o hotel.

- Não, não – meu pai começa a falar – não tem cabimento o namorado da minha princesa ir para um hotel, você ficar no sofá.

Hum! Não sei por que, mas sinto que isso tem a cara de um desastres iminente, por mais absurdo que parece não acho uma boa ideia Eduardo dormi no sofá desconfortável dos meus pais, contudo pelo menos voltei a ser a princesa do papai, será que isso é um bom sinal?

- Eu agradeço a hospitalidade, mas não quero incomodar – Eduardo responde.

- Claro que não é incomodo algum – minha mãe diz.

Em questão de minutos o sofá da sala está arrumado como uma cama improvisada e meus pais se despedem com uma advertência:

- Crianças não vão dormir muito tarde.

Sério, morri de vergonha quando minha mãe falou a frase que marcou todas as noites da minha infância, mas fazer o que, eles sempre iriam me tratar como criança. De qualquer forma assim que meus pais desapareceram da sala eu e Eduardo caímos na gargalhada, pelo menos serviu para amenizar aquele clima pesado desde minha estupida revelação na cozinha.

- Ah! Desculpe-me... – comecei a me desculpar pelo comportamento dos meus pais.

- Relaxa, minha mãe é igualzinha quando estamos em casa.

Nos jogamos no sofá ainda rindo, ele pegou minha mão e a beijou me olhando intensamente, por um momento parei de respirar admirando a intensidade de seu olhar amêndoa, havia admiração, desejo e algo mais naquele olhar. Com um suspiro tive de admitir para mim mesmas, não havia dúvidas eu estava totalmente gamada por aquele cara, totalmente apaixonada.

Eduardo aproximou nossos rostos e me beijou, no início foi um beijo carinhoso que foi esquentando e virando selvagem muito rápido, seus lábios me levaram a loucura, agarrei seus cabelos e me aproximei mais dele até nossos corpos ficarem colados. Naquele momento eu queria com todas as minhas forças arrancar suas roupas e tê-lo dentro de mim, mas cedo demais ele se afastou ofegante e me encarou.

- Era sério?

- O que? – tive que perguntar, não estava conseguindo raciocinar direito com ele tão perto de mim.

- O que você falou para a sua mãe lá na cozinha? - Deus! Que vergonha, meu rosto que estava corado por causa daquele beijo excitante ficou totalmente vermelho de vergonha, eu não queria falar sobre isso, não queria que ele tivesse ouvido e definitivamente não queria que ele tivesse me perguntado, mas fazer o que, mentir não era uma boa opção.

- Eu... eu não queria... eu falei isso por... – eu não conseguia falar nada coerente, estava literalmente travada, olho para o chão e tento achar uma saída ali, talvez um buraco, sei lá algo para eu me esconder.

- Tudo bem – ele levanta o meu rosto para olha-lo – não precisa dizer nada, eu não devia ter perguntado.

Ele era meigo demais, perfeito demais para mim, eu ainda não conseguia acreditar que ele de alguma forma me queria, isso parecia mais um sonho do que qualquer coisa.

- Eu estou apaixonada por você, sei que é cedo demais para admitir isso, nós praticamente começamos a namorar hoje, mas é a verdade, a mais pura verdade. – despejei tudo de uma vez em cima dele, falei tão rápido que nem sei direito se ele entendeu.

Eduardo apenas me encarou por um longo tempo, eu não consegui decifrar o seu olhar, de repente ele me atacou, me puxando pela cintura e devorando meus lábios intensamente.

E Agora? - rascunhoWhere stories live. Discover now