Desconfortável

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Todos sorriem para mim e Eduardo segura a minha mão me levando até a mesa onde ficamos sentados conversando enquanto a carne assava. Maria trouxe o restante dos acompanhamentos e se despediu de todos pois iria tirar o restante do fim de semana de folga.

Estávamos todos nos servindo quando um senhor alto e magro com uma barba grisalha bem aparada entra no quintal.

- Peço desculpas, um pequeno problema com o transporte de um rim. – ele diz isso como se fosse a coisa mais comum do mundo enquanto balança o celular.

- Oi pai – Eduardo logo o cumprimenta – está é a Aline. – ele me apresenta ao pai dele.

- Prazer Aline – o pai de Eduardo aperta minha mão firmemente – Roberto. – se apresenta.

- O Prazer é meu Dr. Roberto – ele sorri para mim e vai se servi do almoço.

Almoçamos com um animado bate papo, demos muitas risadas e falamos muitas bobagens. Junior sendo mais velho do que Eduardo fazia questão de contar todos os podres do irmão, o que fazia Eduardo ficar sempre constrangido. Dona Ana diversas vezes chamou a atenção dos dois por conta das alfinetadas que davam um no outro como se eles ainda fossem crianças.

- É irmãozinho – Junior fala em um determinado momento – sempre achei que seria eu quem iria seduzir minhas pacientes – ele é cirurgião plástico – mas você saiu melhor que a encomenda.

- A é – Karla finge estar indignada – você quer seduzir suas pacientes? Pois então deixarei seu caminho livre.

- Não é isso amor – ele tenta se justificar – é que no meu consultório sempre tem mulheres disponíveis e no do Edu geralmente não.

- Não me convenceu seu Roberto Rodrigues Junior. – ela ainda se diverte com a cara dele. – em casa a gente conversa direitinho sobre você quere seduzir suas pacientes.

Todos estamos dando rizada da cara do Junior, ele está visivelmente constrangido com a situação.

- E então, sei que você era paciente do Edu, mas como vocês deixaram de ser médico-paciente para namorados? – perguntou Junior após um momento.

- A gente foi se conhecendo aos poucos – respondi.

- Não sei não – diz Karla – o Edu aqui estava gamado bem antes, quantas vezes ele me arrastou no horário de almoço para o Shopping Oeste só para poder passar na frente de uma determinada loja de lingerie. – ela sorri de orelha a orelha entregando o melhor amigo.

Eu olho para Eduardo e ele apenas dá de ombros com um leve rubor no rosto, eu não tinha nem ideia de que ele ia no shopping onde eu trabalho só para me ver.

- Eu gosto de um restaurante de lá! – ele tenta se defender.

- Sei – Karla fala com ironia – Você atravessava a cidade todo santo dia só porque o filé daquele shopping é “melhor”?

E Agora? - rascunhoWhere stories live. Discover now