Atrasada

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Depois de uma longa e demorada conversa com a minha gerente sobre cuidar da vida dela e não ficar falando de mim para os outros, principalmente com o deus grego do meu médico, e a compra de algumas calças novas para gestante fui para casa.
Justo quando queremos adiar alguma coisa parece que o relógio voa, mal terminei de me vestir e já estava atrasada para a minha consulta mensal com o Doutor Eduardo. Sai correndo do meu apartamento em direção ao ponto de ônibus, mas o transito caótico me fez atrasar ainda mais do que eu previa.
Como a minha consulta era a última do dia, mandei uma mensagem para Natalia dizendo que eu estava no transito, fiquei olhando meu celular rezando para que ela me respondesse que a consulta seria reagendada ou algo do gênero, mas não ela me respondeu um simples tudo bem. Como assim "tudo bem", não tinha jeito, vou ter de engolir minha vergonha e encarar o doutor Eduardo.
Quase meia hora depois o porteiro me cumprimenta na portaria do prédio onde fica o consultório dele, me informando que já estavam me esperando e que eu podia subir direto.
No elevador dei uma conferida no meu visual, meu rosto já está pegando fogo de vergonha e eu ainda nem o vi. Minha regata bordo mostrava uma pequena faixa da minha barriga já arredondada, mas estava bonito, e eu usava meu novo jeans, que apesar de ser para gestante nem era tão feio assim, ajeitei minha corrente de prata com um pingente de pimenta para o fecho ficar para traz, retoquei a maquiagem leve que eu havia feito no ônibus e por último dei uma chacoalhada no cabelo para ganhar um pouquinho mais de volume e um visual sexy, não que eu vá querer ficar sexy para ele, longe de mim.
A porta do consultório estava fechada e nem sinal da Natalia na recepção, fiquei tentada em ir embora, mas seria ser muita sacanagem se ele ficou esse tempo todo me esperando e eu simplesmente desse no pé. Chamei a Natalia algumas vezes antes de ouvir a posta do consultório se abrir.
- Aline, achei que você iria se atrasar mais! - disse doutor Eduardo.
Me fixei nos olhos amêndoas dele e por alguns instantes fiquei hipnotizada, ele sorri para mim e literalmente perco o folego. Deus! Deveria ser proibido ser tão lindo assim.
- Eu.. eu mandei uma mensagem - gaguejei.
- Natalia me avisou, aproveitei para organizar alguns papeis enquanto esperava.
- Me desculpa a demora... - eu não sabia o que fazer, ou falar.
- Não se preocupe, você avisou que iria se atrasar e como eu disse aproveitei para adiantar algumas coisas.
Eu ainda devia estar vermelha de vergonha por causa do que aconteceu hoje mais sedo, foi muito constrangedor literalmente perder as calças na frente dele e da mulher dele. Oh merda! Tinha que ter algo errado mesmo com esse deus grego, mas ele tinha de ser casado?
- E a Natalia? - perguntei subitamente lembrando-me dela.
- Ah! Eu a mandei embora para ela não perder a aula da faculdade, somos só nós hoje.
Minha mente fértil foi a mil, por mais que um anjinho estivesse pulando no meu ombro direito gritando a plenos pulmões que ele era território proibido, que o homem era casado, o diabinho no meu ombro esquerdo sussurrou que estávamos sozinhos, só nós dois, e comecei a imaginar tudo que podíamos fazer ali, imagens dele me beijando, seus lábios percorrendo meu rosto enquanto suas mãos me tocando por toda parte, com nossos corpos colados e nossa respiração alterada fervilhavam em minha cabeça, devo ter viajado por tempo demais por que ele pigarrou e sorrio enquanto me convidava a entrar em sua sala.
Ele encostou a porta e se sentou atrás de sua mesa.
- Fez os exames que eu lhe pedi?
- Sim - respondi lhe entregando o envelope com os resultados dos exames que ele havia me pedido e por mais que eu não conseguisse tirar meus olhos daqueles lábios bem desenhados imaginando como seria beija-los, ele prosseguiu com a consulta alheio a tudo que se passava nessa minha cabeça pervertida.

E Agora? - rascunhoWhere stories live. Discover now