PS

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Robe e Fabio me encontraram alguns minutos despois atirada no chão do banheiro com a cabeça apoiada na tampa do vaso sanitário, sem se fazerem de rogados, me enfiaram debaixo do chuveiro para tirar qualquer vestígio de uma madrugada regada a vômitos e após me vestir com um vestido leve e fácil de colocar me levaram para o Pronto Socorro do meu convenio.

Tati já estava lá a nossa espera no Pronto Socorro, fui colocada em uma cadeira de rodas como uma vovó invalida, mas não posso reclamar, me sentia muito fraca para ficar de pé. Tati e Robe pegaram meus documentos e foram fazer minha ficha enquanto eu era atendida por uma enfermeira que tirava minha pressão, temperatura e batimentos cardíacos.

Assim que as meninas voltaram com tudo pronto e arrastaram a cadeira de rodas que eu estava sentada em direção ao consultório médico que a enfermeira indicou. Uma médica super novinha nos esperava na porta de sua sala com um sorriso no rosto.

- Aline Carvalho – ela confirmou meu nome e data de nascimento, na pulseira que a enfermeira havia colocado no meu braço para identificação de paciente.

- Eu mesma – respondi com a voz fraca, eu me sentia toda fraca.

- Sou a Doutora Vanessa – ela apertou a minha mão – tudo bem?

- Mais ou menos, não estou me sentindo tão bem assim – respondi com um pequeno sorriso.

- Já iremos mudar isso, mas me diga o que a senhora andou aprontando? – ela perguntou enquanto olhava minha ficha médica.

- Acho que comi algo que me fez mal. – respondi

- Hum! Você é gestante. – ela leu na ficha – o que você comeu que pode ter lhe feito mal?

- Acho que foi o pedaço de pizza que eu comi ontem anoite. – respondi.

- A gente também comeu a pizza e não está passando mal, Ali. – Tati falou bufando – Doutora, ela só comeu uns cinco pedaços de pizza, meio balde de sorvete, um prato de brigadeiro e bebeu muita Coca-Cola. – ela informou a médica.

- Só isso? – a pergunta da médica foi feita com uma risadinha irônica.

- E um cachorro quente na rua – eu respondi envergonhada da minha gulodice de ontem.

- Senhora Aline - a médica olhava no fundo dos meus olhos -  mesmo que falem que você tem de comer por dois, não é necessário fazer isso, quantidade não é qualidade, você tem que tomar muito cuidado com o que come nessa faze da sua gravidez para não ter mais enjoos que o necessário.

Respondi um “eu sei” amoado.

- De qualquer forma, vamos medica-la por causa da dor e das náuseas, e vamos fazer alguns exames para ter certeza de que não é nada grave.

Depois de ela me virar do avesso me examinando, mandar coletar urina e sangue, uma enfermeira simpática colocou o acesso para eu tomar o soro com a medicação indicada pela médica e me levou para um quanto do Pronto Socorro

- Vou deixar você aqui, por que é mais próximo ao banheiro – ela me explicava – qualquer coisa é só apertar o botão vermelho – ela apontou para a parede cheia de coisas de hospital – que eu venho rapidinho.

- Pode deixar moça – respondeu Robe – vamos ficar de olho nela.

Robe, Tati e Fabio se acomodaram no sofá e na cadeira que havia no quarto e começaram a conversar, eu já não conseguia nem entender o que eles falavam por que os medicamentos que continham naquele soro e o cansaço de ter ficado a madrugada inteira passando mal logo me deixaram muito grogue e em questão de minutos eu estava em um sono profundo cheio de sonhos.

E Agora? - rascunhoWhere stories live. Discover now