Trabalho de Parto

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Em um louco frenesi Eduardo me pega em seus braços e começa a marcha para a saída, Fabio corre na frente pedindo aos berros para o manobrista trazer um carro, qualquer carro ele diz. Tati está segurando a minha mão ignorando qualquer coisa que a organizadora está tentando falar para ela.

- Ai amiga, me desculpa estragar a festa do seu casamento. – eu digo a ela assim que a contração começa a aliviar.

- O que? - ela pergunta indignada – que nada só tornou tudo muito mais emocionante, parece que eu estou em um filme de Hollywood com a Jannifer Lopez. - Dou risada da sua empolgação.

Eduardo me coloca no banco de traz do carro, que por sorte é o nosso, acho que alguém já devia ter colocado o manobrista de sobreaviso, e coloca sua mão em cima da minha barriga, desconfio que ele queira levantar minha saia para me examinar, mas estamos rodeados de pessoas curiosas e seria muito constrangedor se ele fizesse isso.

- Desde quando você está com contrações? – ele me pergunta – elas estão acontecendo de quanto em quanto tempo?

Ele está visivelmente nervoso, não adianta toda a formação e todos os anos de experiência, ele simplesmente fica extremamente nervoso com a possibilidade de eu sentir qualquer tipo de dor ou, que Deus me livre, algo de errado durante o meu parto.

A cerca de duas semanas eu tive o meu primeiro alerta falso, estava tomando banho após o jantar quando comecei a sentir dor, sem saber o que fazer gritei o nome do Eduardo.

- O que foi? – ele respondeu ofegante entrando com tudo no banheiro.

- Eu não sei – respondi – estou sentindo algo estranho, uma dor estranha – completo.

Ele imóvel por alguns segundos e de repente pega uma toalha e começa a me secar apressadamente, não consigo entender exatamente a reação dele, a palidez do seu rosto começou a me preocupar.

- Tudo bem? – pergunto agora mais preocupada com ele do que comigo mesma.

- Sim, vou te levar para o hospital para a gente te examinar melhor. – ele diz sem me olhar nos olhos.

Eu vesti a primeira roupa que vi e fomos apressadamente para o hospital. Ele havia me falado diversas vezes que quando chegasse a hora do bebe nascer eu não precisava me preocupar, era tudo bem demorado, então eu teria muito tempo para me arrumar antes do correr para o hospital, que eu não estava entendendo por que tanta pressa.

Após chegar no hospital que nem uns loucos e me examinar da cabeça aos pés, Eduardo finalmente respirou tranquilamente, pois não passava de um alerta falso.

Tive pelo menos mais uns três alertas falsos depois disso, e ele agiu todas as vezes igual, perguntei a ele o porquê de ter ficado tão nervoso se era algo que ele via todos os dias, e ele me respondeu que era porque estava acontecendo comigo.

- Desde a tarde, na igreja – respondo timidamente sua pergunta sobre as contrações.

E Agora? - rascunhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora