01. Esse imbecil

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- Bonjour mademoiselle!

- Bonjour, M. Clusi. - essa é a resposta corrida que dou ao porteiro do meu prédio indo em direção ao estacionamento. Talvez minha pronúncia tenha saído horrível, já que falar francês não é o meu forte. Mas pelo ao menos eu tento pronunciar as palavras difíceis criadas pelos benditos franceses.

O despertador não tocou hoje, o que ocasionou na minha correria de manhã para conseguir chegar no horário certo no meu trabalho. Minha chefe, a senhora Laurent, é muito exigente e chegar atrasada pode gerar nela um mal humor, raiva e até mesmo minha demissão. Então por isso vesti a primeira roupa que vi no meu guarda-roupa.

Liguei meu carro e fui rumo ao meu trabalho na revista La couture, uma empresa voltada para a moda masculina e feminina. Não, eu não sou uma modelo extremamente gata e sexy que as pessoas vêem nas mais lindas capas de revistas, eu sou apenas uma estagiária que quer muito se tornar uma jornalista de sucesso algum dia e para que isso se torne realidade eu tenho que mostrar meu valor a senhora Laurent.

Eu estava andando a 65km por hora, para mim uma velocidade relativamente alta, mais necessária porque eu não quero que minha cabeça role. Estava quase chegando na portaria do meu trabalho quando alguém entrou na frente do meu carro me fazendo frear bruscamente. Por Deus! Quase o matei, sorte que herdei o reflexo bom de minha mãe.

Ouvi o homem que quase atropelei gritar algumas palavras que eu não consegui entender bem. Será que ele se machucou? Para mim ele tinha conseguido correr antes que o parachoque do meu carro atingisse seu corpo, mas eu tinha que verificar se estava tudo bem com ele, então desci do carro rapidamente.

Me deparei com um homem alto e forte de cabelo bem cortado castanho escuro e liso vestindo um terno preto que parecia caríssimo. Ainda bem que eu não matei esse cara porque ele parece do tipo que ressuscitaria só para me fazer pagar a indenização a ele. O homem ainda gritava algo que eu ainda não conseguia entender por isso cheguei mais perto na tentativa de decifrar o que sua boca dizia.

- Você está maluca? - essas foram as três palavras que consegui entender do seu francês rápido. Esse homem falava tão rápido quanto o Barry Allen, o velocista dos filmes da cultura pop.

- Me desculpa, mas o senhor poderia falar um pouco mais devagar? Não entendi uma palavra se quer que o senhor pronunciou. - falo a ele enquanto fecho a porta do meu carro. A expressão do seu rosto parecia ter piorado, antes ele esboçava raiva agora tinha um semblante irado. Eu não queria tirar sarro com a cara dele eu realmente não entendi o que ele havia me dito.

- Você quer me matar, sua maluca? - ele disse agora alto e claro.

- Me desculpe, mas eu não vi o senhor. - menti porque era impossível não ver aquele gato de longe. Nossa esse terno caiu bem nele, hem!

- Além de assassina é mentirosa! - ele exclama ajeitando o terno que esbanjava dinheiro.

- Olha só, primeiro: Eu não sou assassina porque eu não te matei, segundo: eu não sou mentirosa e terceiro acho que você já está grandinho demais pra fazer tanto drama.

- Drama? Você quase me matou sua... - ele hesitou um pouco, acredito que estava pensando em um palavrão ou em um nome para me dar. - barbeira! Você tem habilitação ao menos?

- Claro! E barbeira é seu... - respirei fundo e lembrei que eu estava atrasada. Não podia gastar meu tempo precioso com esse marmanjo dramático. Meu carro nem tocou em um fio de seu cabelo! - seu imbecil! - concluo. Dessa vez dou as costas indo em direção ao meu carro e o deixo  falando sozinho.

Aonde mora o amor?Where stories live. Discover now