30. Tudo por nós

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~ Stella, Washington ~

Ok, fiquei dois meses sem escrever nada nesse diário. Eu não queria escrever coisas negativas sobre o Chay aqui porque eu achava que era só uma fase meio agressiva dele.

Como agora tenho tempo sobrando, comecei a analisar Chay e cheguei a conclusão que esse jeito dele meio agressivo ocorre quando ele falha em alguam coisa na faculdade.

Antes de ontem estava vasculhando alguns papéis em sua mesa e achei um documento que dizia que ele perdeu uma simulação de inquérito no dia do nosso aniversário de namoro e isso ocasionou nas agressões físicas.

Hoje também não foi muito diferente, Chay errou algo na faculdade e como ele odeia cometer erros descontou tudo em mim. Sei que não queria relatar coisas negativas dele aqui já que estamos noivos, mas ultimamente eu me sinto tão sozinha nesse apartamento gigante que eu só tenho a mim mesma para conversar.

Mais cedo, assim que Chay chegou da faculdade nós dois fomos no Central Park para tentar nos distrair um pouco da nossa rotina cansativa. Como isso ocorreu hoje me lembro de cada detalhe então vou descrever tudo aqui.

O que eu sintia era o vento úmido e quente do verão de Nova Iorque batendo no meu rosto enquanto Chay encostava seus lábios nos meus e pressionava minha nuca para frente para que o beijo ficasse ainda melhor. Depois ele cochicha com um sorriso enorme no rosto:

— Eu te amo, Estrela.

— Eu te amo mais, Chay. Te amo com todas as minhas forças. — respondi. Eu não menti, realmente amo Chay, mesmo que ele não seja mais o mesmo de antes, mas afinal as pessoas mudam não é mesmo? E eu o conheço bem, sei que isso vai passar.

Pelo o amor vai passar.

Me lembro que comemos algodões doce da cor verde pastel, a preferida de Chay. Ele também leu " O Sol é para todos" para mim enquanto estávamos deitados na grama úmida do parque devido a chuva de verão de mais cedo.

— Sabe, Estrela, qual eu me tornar o maior advogado de Washington e tiver dinheiro o suficiente prometo te comprar um anel de diamante. — ele virou seu rosto para mim. Chay estava deitado no meu colo e eu fazia carinho em seu cabelo. — Você será a noiva mais linda de todas, Estrela. Não tem um dia se quer que eu não pense em você toda de branco vindo até mim.

— Acredita que eu nunca tinha me imaginado como noiva. Num vestido de vel, sabe? — Suspirei ao sentir Chay apertar minha coxa com sua mão esquerda. Naquele momento seu toque ainda era precioso para mim. — Eu não sei, só nunca tinha me imaginado entrando numa igreja toda de branco. Não que eu não quisesse me casal algum dia, pelo ao contrário, sempre quis me casar.

— Mas agora pensa, né? Imagina entrando na igreja e me vendo a sua espera?

— É claro. — Menti.

Quando eu era adolescente me questionei por nunca ter imaginado como seria o meu casamento. Via minhas amigas fazendo vários planos sobre qual penteado usariam, quais acessórios, qual vestido, e eu não pensava naquilo. Então comecei a acreditar que quando eu encontrasse alguém que amasse me imaginaria entrando na igreja a seu encontro, só que isso não aconteceu quando eu conheci Chay.

Isso parece estranho porque eu amo ele.

Quando Chay me bateu no nosso aniversário de namoro ainda não éramos noivos. Ele decidiu me pedir porque estava extremamente culpado pelo que fez e eu aceitei porque o amava. Não me sinto arrependida por ter aceitado, mas parte de mim ainda está sentida, com medo dele levantar a mão para mim de novo. Só que ele me prometeu que não me bateria nunca mais e eu confio nele.

Aonde mora o amor?Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt