Adicional III

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- Foi incrível, Henri. - Effie, minha consultura de vendas fala a mim assim que a minha exposição de arte fica vazia no final da noite. - Teve excelentes vendas.

- Isso é ótimo. Mais do que pode imaginar, na verdade. - assumo com um sorriso enorme no meu rosto. A morena retribui com outro ainda maior.

- Sabe aquele empresário, dono da perfumaria Papion? - ela me pergunta e eu assinto em concordância. - Então, ele passou aqui hoje e me pediu para que falasse com você para que esponha suas pinturas na próxima campanha anual de perfumes franceses. Ele me garantiu que vocês poderiam unir duas exposições e que os lucros delas são bem altos. - Effie coloca sua mão em meu ombro o acarissiando, como sempre faz, mostrando um sorriso fino no rosto. - Acredito que seja ótimo para o seu reconhecimento, Henri. Eu analisei alguns gráficos e a empresa subiu trinta porcento no ranking anual de empresas bem sucedidas em Paris. Aliás, a eles seria um grande passo.

Minha mente está uma mistura muito maluca entre cansaço e felicidade. É incrível saber que seu trabalho está sendo tão bem reconhecido, agradeço sempre a isso, afinal, ser reconhecido pela arte sempre foi meu sonho desde pequeno.

Effie tem razão, essa proposta é um grande passo para a minha carreira. Sei que essas empresas possuem compradores e investidores internacionais, e que talvez algum deles possam se interessar pelo meu trabalho.

- Você pode me apresentar a estrutura dessa campanha? Quero analisar os detalhes e ver se me adentro a ela.

Minha fala faz Effie dar pulinhos de alegria. A espontaneidade dela faz meus dias mais leves. Sei disso.

- Claro! - ela quase grita. - Que bom que vai pensar a respeito, Henri. De início achei que você não aceitaria. Mas sei que você é um homem muito inteligente. - A morena me lança uma piscadela enquanto bate uma de suas mãos em meu ombro.

- Obrigado pela confiança.

- Que tal cerveja pra comemorar? Conheço um bar aqui perto que mistura cerveja com vodka. - ela chega mais perto de mim ao cochichar. - E é incrível, vai por mim.

Sorrio a ela. Effie é incrível. Uma excelente profissional. Uma boa amiga, em meus tempos difíceis. Sei que ela sabe que tenho um carinho enorme por ela, ainda mais quando ela faz mágicas para resolver os problemas das exposições.

Uma vez chegamos até a ir a um restaurante juntos, no final do expediente, mas sinto de alguma forma que não pertenço a ela e de forma alguma quero lhe entregar falsas esperanças de um futuro comigo, porque sei que não posso dar isso a ela.

Effie é boa demais.

- É um ótimo convite, Effie. Mas vou deixar para a próxima. Quero dar mais uma apreciação nas minhas obras. - digo por fim. Isso faz o brilho de seus olhos sumirem.

- Tudo bem. - a morena sorri para mim. - Mais pode ter certeza que vou cobrar, Henri.

- Pode deixar.

E então ela pega seu casaco e vai embora, me deixando sozinho nesse enorme salão.

- Vamos ver isso aqui. - murmuro a mim mesmo com minhas mãos no quadril observando um quadro que pintei há 1 ano. - É forte. Forte pra caraca, na verdade.

Levo um pequeno susto ao ouvir o barulho da porta da frente bater. Foco meu olhar no correr que leva até ela imaginando que Effie tenha esquecido alguma coisa.

Espero por mais ou menos um minuto, assim que percebo que se fosse Effie ela já teria vindo aqui para os fundos me dar um outro tchau.

Ok, pelo visto ela esqueceu de trancar a porta e alguém entrou aqui dentro.

Aonde mora o amor?Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon