11. Cafajeste

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— Olha a modelo da capa da revista aí. — Ravena fala a mim com um grande sorriso no rosto. Ela estava junto de Cat.

— Tinha até esquecido que sou a capa da revista. — respondo entre mastigação. — O que fazem aqui?

— Lembra daquele almoço que a gente tinha falado? Então vai ser hoje, topa? — Cat pergunta a mim empolgadamente.

— Não sei, acabei de comer uma barrinha e eu tenho muito trabalho aqui, acho que nem vou tirar horário de almoço. — respondo botando o último pedaço da barra na boca.

— Ah não! — exclama Ravena. — Você vai sim, barra de cereal não é almoço e o trabalho pode esperar um pouco. —Ela conclui me puxando pelo braço.

Tive que me render, fui com elas até um restaurante perto da La Couture. Eu e Ravena estamos um ao lado da outra na mesa enquanto a loira sentou na nossa frente.

— Me diz, como era trabalhar na Normandia? — eu pergunto a Cat.

— Lá não é tão grande como aqui em Paris, mas no geral era bom. Eu gostava muito de lá principalmente pela minha família, mas há coisas que estão nessa cidade que são muito importantes para mim, por isso estou aqui. — ela responde com um sorriso.

— Que coisas? — quis saber a fofoqueira da Ravena. — Um namorado secreto?

— É uma pessoa, mas não é meu namorado. Por enquanto eu acho. — Cat responde.

— Ui! Olha que determinada. Nem sei quem é mais já apoio. — Eu digo.

— E quem é essa pessoa? Conhecemos? — A fofoqueira ataca novamente.

— Ele não é de Paris. — A loira diz mordendo os labios. Pelo visto Cat tem uma paixão secreta que ela não quer revelar para a gente.

— Parece que só eu sou parisiense aqui. — Ravena brinca mudando de assunto.

— A Stella não é de Paris? — Cat pergunta confusa.

— Eu sou norte-americana. — respondo levantando minhas mãos. 

— Que legal! Eu sempre quis ir lá. Deve ser incrível. — Cat diz botando suas mãos em cima da mesa, se aproximando mais de nós.

— É realmente incrível. — falo com o um sorriso triste lembrando da minha cidade natal.

— Sente saudade? — a loira indaga novamente.

— Muita, principalmente dos meus pais.

— Eu também sinto muita saudade dos meus. — Cat fala com um semblante triste.

— Eu não sinto saudade dos meus! — Ravena exclama. — Eu moro com eles até hoje e não tem um dia que eu não pense em sair da casa deles.

Eu e Cat sorrimos. Logo após isso nosso almoço chegou e então ficamos um pouco em silêncio.

— Sabe de uma coisa que me faz esquecer da Normadia? — Cat nos pergunta enquanto dá um gole no seu suco. — Os homens! Os parisienses são muito gatos.

— Nisso podemos concordar. — Ravena afirma em risos. — As vezes me pego babando por alguns.

— Ravena, você acha todos os homens do mundo bonitos! — exclamo.

— Todos não! Só os morenos cabeludinhos. — ela suspira. — Esses são esculpidos por Deus.

— O Warner é loiro, como você está com os pneus arriados para ele se não cumpre seu tipo? — questiono.

— Porque ele é um fofo. — Ravena lança um sorriso bobo. — Ele faz os morenos cabeludinhos parecerem nada.

— Olha quen esta apaixonada! Já já estão namorando! — digo.

— Que Deus te ouça, Stella. — Ravena fala com as mãos unidas.

— E você Stella, namora? — Cat me pergunta.

—  Não mais. — respondo bebericando meu suco.

— Mas já ela vai estar namorando. — Ravena fala entusiasmada. — Sinto uma química muito forte entre ela e o Henri.

— Ah não! Fala sério! Não quero falar sobre o Henri. — digo com raiva.

— Espera, você e o Henri tem alguma coisa? — Cat quis saber.

Pronto, agora o meu momento livre foi estragado por perguntas que envolviam o imbecil.

— A única coisa temos um pelo outro é ódio. — Assumo.

— Menos mal. O Henri é um cafajeste. — Cat lança essa.

Como ela sabia que ele era uma cafajeste? Me lembrei que ela também é da Normandia, essa era a minha chance de saber mais sobre ele.

— Por que você acha isso dele? — pergunto com as sobrancelhas unidas.

— A gente era do mesmo escritório e... — ela hesita. — Acho melhor eu não falar nada. Eu sou nova aqui e não quero passar a impressão de fofoqueira.

Qual é! Ela lança essa é depois volta atrás! Agora ela vai ter que falar tudo.

— Estamos entre amigas, pode falar. — digo.

— Desenbucha, mademoiselle. — Ravena incentiva.

— O Henri sempre teve esse jeito galanteador e tudo mais. Ele sempre conseguia todas as mulheres que queria. Minha amiga Lena, que trabalhava na mesma empresa que a gente, era a única que não dava bola para ele, só que ele nunca desistiu de querer ela. Até que um dia ela se apaixonou por ele. Eles ficaram por uma semana sendo apaixonados, mas de repente ele disse que não queria mais nada com ela e que nunca a amou. Ou seja, ele só a usou.

Nossa, essa não me pegou de surpresa porque nada vindo daquele homem me surpreende, mas ouvir da boca da Cat que ele brincou com os sentimentos da amiga dela só aumentou o ódio que sinto por ele.

— O Henri parece ser tão gente boa. — Ravena exclama.

— Não fiquei surpresa o Henri é um imbecil. É a cara dele agir assim. — falo com desgosto.

— Eu só contei isso porque eu não quero que vocês caiam na dele. — Cat nos avisa com a cara preocupada.
 
— Já tá bom de falar do Henri, ok? — falo com a voz determinada.

— E sobre o que vamos falar? — Ravena pergunta.

— Que tal sobre uma festa em comemoração aos 20 anos da La Couture? — pergunto empolgadamente.



Fala leitores, o que acharam do
Capítulo?

E esse babado sobre o
Henri? 👀

Não esqueçam do ❤.

Beijos e abraços, MissSaah.

Aonde mora o amor?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora