05. Essa é a senha dele?

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Depois que Laurent disse que eu e Henri competiriamos o cargo de jornalista, o moreno ficou ainda mais focado no trabalho. Agora ele nem me provoca como antes.

Eu estava sentada na minha mesa tentando adivinhar o que Henri tanto digitava no computador. Será que estava fazendo uma matéria ou algo do tipo só para impressionar a Laurent? 

Não vou me preocupar com ele, mas minha vontade mesmo era ir lá ler o que ele tanto escrevia. Para controlar minha curiosidade pego minha bolsa e ponho em cima da minha mesa na tentativa de procurar o meu batom nude. Pego junto de um espelho para passa-lo nos lábios, posso não ser expert em maquiagem, mas um batom eu sei passar.

No meio tempo entre passar o batom na minha boca olho de relance para Henri e vejo que ele estava me observando passar o batom. Como não perco uma, mando um beijo para ele e digo:

— Quer emprestado? Acho que combina com seu tom de pele.

Henri lançou um sorriso perverso que se desfez assim que ele levantou o dedo do meio para mim.

Que sem noção.

— Aqui pra você também! — digo retribundo o gesto com o mesmo.

— Stella? — ouço alguém perto de mim me chamar.

— Lorenzo! — respondo engolindo seco. Será que ele viu o gesto que fiz para Henri? Falando no imbecil, olho para ele novamente e vejo-o tirando o olhar de mim para focar no computador novamente. — O que faz aqui?

— Vim visitar minha estagiária preferida. — ele diz com um sorriso. — como estão as coisas aqui na La couture?

— Estão ótimas. — respondo. — Aceita algum café ou água?

— Não obrigado. — Lorenzo diz. Ele ia pronunciar algo, mas desistiu antes que se tornassem palavras. — Na verdade eu vim aqui te convidar para almoçar, topa?

— É… — estava num impasse, aceito ou não almoçar com o Lorenzo? Olho para Henri novamente e não sei o porquê. Vejo que ele estava olhando para nós dois, então digo com um grande sorriso:

— Claro! Vamos almoçar sim.

Henri parecia ter ouvido a minha resposta porque ele revirou os olhos e se levantou indo em direção a lanchonete.

— Que tal comida italiana? — Lorenzo pergunta me fazendo olhar para ele.

— Uma ótima.

Recolho minhas coisas e vou junto com Lorenzo até um restaurante que parecia super caro em frente a torre Eiffel.

— Já sabe o que vai pedir? — Lorenzo me pergunta quando chegamos ao local.

— Para ser sincera não. Existe uma infinidade de comidas italianas incríveis que fica difícil escolher só uma.

— Eu gosto de Inhoque. Meu avô sempre fazia esse prato para mim quando eu era mais novo. — Ren diz com um brilho nos olhos.

— Eu já comi inhoque algumas vezes nos Estados Unidos, mas acho que não se compara com o inhoque italiano verdadeiro. — digo.

— Uma vez quando eu fui na Itália para uma campanha publicitária eu visitei um restaurante super renomado, então pedi inhoque e foi instantâneo lembrar da minha infância. Incrível como comidas podem estar ligada a memória.

— Comer Hambúrguer me faz lembrar da minha infância. — digo tentando não rir. — Eu sei que parece ridículo, mas eu amava quando meus pais me levavam no MC Donald para comer Hambúrguer com batatas fritas.

— Não é ridículo. Cada um tem uma comida que marca a sua infância.
 
— Bom, acho que de tanto você falar de inhoque eu vou pedir esse prato, me acompanha? — pergunto.

Realmente o prato estava incrível, nem se comparava ao inhoque industrializado que eu comia nos Estados Unidos.

Assim que terminamos de almoçar fomos andando até a La couture.

— Obrigada por não ter deixado a La couture. — falo enquanto andávamos.

— Não foi nada. — ele deu uma pausa e me olhou de relance. — O que você me falou sobre as pessoas que precisam dessa união me fez mudar de opinião. Você é boa em convencer. — Ele brinca.

— Anos de treino! — digo rindo.

De repente Lorenzo para de andar e me diz:

— Talvez você me mate, mas eu tive que fazer isso.

— O que? — indago com as sobrancelhas erguidas.

— Olha para trás. — ele pede.

E eu obedeci, olhei para trás e me deparei com uma banca de jornal qualquer. Fui para mais perto da banca, dando de cara com a revista da La Couture edição de inverno com nada mais nada menos que eu na capa.

— Eu estou na capa da revista? — faço a pergunta retórica toda eufórica.

— Gostou? Nada mais do que a menina que ajudou a salvar a La couture estar na capa dela. — ele diz botando sua mão em meu ombro.

— "Mulheres versáteis: de estagiária da La Couture para uma grande modelo. É claro que as mulheres podem dominar o mundo." — leio a manchete.

— Você está incrivelmente linda. — ele me diz apontando para a revista.

— Tenho certeza que isso tem dedo seu, Lorenzo.

— Um pouquinho. Viu ai, eu provei que você pode ser uma ótima modelo. — ele sorriu convencido. — Se mudar de ideia me procura.

— Eu procuro sim. — digo.

Quando cheguei na La couture ela estava quase vazia. Alguns funcionários não tinham voltado do horário do almoço ainda, inclusive o Henri.

Botei minha bolsa na mesa e então tive a ideia de ir até o computador de Henri ler o que ele tanto escrevia. Olhei para os dois lados e só tinha uma funcionária que estava focada e não iria prestar a atenção em mim.

Atravesso o corredor e me sento na cadeira de sua mesa. A primeira coisa que pude perceber foi seu perfume enjoativo que ainda estava empreguinado no local. Ligo o computador e dou de cara com o pedido de senha.

Como eu não tinha pensado nisso?  Agora que já estou aqui não vou voltar atrás.

Normandia123. Essa é a primeira senha que eu tento e erro. Vamos raciocinar qual seria a senha desse imbecil? Lindinho123? Nem a data de aniversário dele eu sei para poder arriscar.

De repente uma luz se acende na minha cabeça. E se for essa a senha?

— Não custa tentar. — sussurro a mim mesma.

Tento e consigo desbloquear.

Isso me faz criar uma exclamação na minha cabeça, porque a senha do computador do Henri é petit monstre, o apelido que ele me deu?




E ai gente, o que acharam
Do capítulo?

Esse Henri da muito
Mole kkkkk

Não esqueçam de deixar o ❤.

Beijos e abraços, missSaah

Aonde mora o amor?Where stories live. Discover now