18. Meu vestido favorito

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Tenho que admitir, foi estranho acordar e me deparar com Henri deitado ao meu lado me envolvendo em seus braços fortes. Até hesitei um pouco em levantar para ficar mais perto entrelaçada a ele, era bom sentir sua respiração calma e ver seu rostinho amassado de sono.

— Bom dia. — digo enfim me levantando da cama. Por mim eu passaria o dia deitada observando Henri dormir igual um bebê, mas infelizmente temos compromissos. — Hora de levantar.

— Bom dia, petit monstre. — Henri fala com a voz sonolenta abrindo os olhos devagar. — Mais cinco minutos. Eu preciso de mais cinco minutos.

— Nada disso. Não quero me atrasar se não outros jornalistas vão em cima do Matteo Ferrara. Quero uma entrevista exclusiva. — Falo me levantando indo em direção ao banheiro. Olho para trás e Henri voltou a dormir.

Vou até ele e dou um tapa em seu rosto.

— Acorda, Henri!

— Que agressividade. Não era assim que eu imaginava você me acordando. — ele murmura se esticando na cama igual um gato.

— E como você imaginava? — pergunto sentando ao leu lado.

— Aos beijos. — ele sorri. — Me fazendo um carinho na cabeça, talvez.

— Isso são coisas que namorados fazem. — digo. — Tenho que te lembrar que a gente não namora de verdade?

— Desculpa, é que eu acordei agora, nem me lembrava que o nosso namoro era falso. — Henri zomba. — Mas um beijo não vai matar ninguém, petit monstre. — ele diz se sentando na cama.

— Ta carente, Henrizinho? — pergunto batendo em seu ombro de leve.

— Essa frase é minha, criatura imitona.

Ele me olhava com uma cara de quem quer beijo. Como resistir a esse homem?

— Nem adianta fazer essa cara, eu não vou te beijar, Henri... E se levanta se não vamos nos atrasar.

— Falou a pessoa que se atrasa todos os dias. — Henri provoca. — Você não tem moral, petit monstre! É a pessoa que mais se atrasa na vida.

— Cala a boca e levanta logo, preguiçoso. — digo dando de costas, indo em direção ao banheiro.

Visto um vestido branco de bolinhas preta. Esse foi o primeiro vestido que comprei na França, por isso tenho um apego emocional muito grande a ele. Nos pés ponho uma sandália baixa. Essa não era uma roupa de trabalho, mas eu estou em Marsella. Não vou usar as mesmas roupas sociais de sempre.

Saio do banheiro e novamente dou de cara com o Henri. Ele estava sem blusa e com uma toalha pendurada nas costas. Só de lembrar que ontem eu estava tocando todo o seu corpo sinto a respiração pesada.

Não que eu acredite que pessoas diferentes se unam igual nas leis da física, porque para mim isso não ocorre com humanos feitos de átomos de elementos químicos, mas perto de Henri eu sinto que essa teoria é válida. Hoje cheguei a conclusão que eu e ele somos como um imã. Dipolos totalmente opostos que se atraem por efeitos magnéticos e se grudam involuntariamente.

Nesse exato momento que Henri está exibindo seu abdômen para mim, sinto que essa atração está muito forte entre nós. Tenho que ser maior e mais controlada que a minha natureza magnética de me grudar a ele.

— Até que enfim saiu do banheiro. — ele diz tentando chamar minha atenção para seu rosto visto que  estava em seu abdômen.

— A água do chuveiro estava fria, tive que esperar esquentar. — explico. — Já que você vai tomar banho, vou descer pro café da manhã. Te espero lá.

Aonde mora o amor?Where stories live. Discover now