08. Eu odeio esse cara!

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— Olha, vai por mim eu não queria estar fingindo namorar você, imbecil. — lanço um olhar avaliador. — Eu não tive escolha.

— Ah, além de me envolver na sua mentirinha você ainda me chama de imbecil? — ele diz revoltado. — Mau agradecida!

— Mas é isso que você é. — lanço um sorriso provocador.

— Quer saber você está muito abusadinha pro meu gosto. Eu vou lá dentro agora desmentir isso tudo. — Henri diz já se dirigindo a cafeteira.

— O que? Não, você não pode! Eu não quero que o Chay fique no meu pé, eu... eu não quero voltar para passado. — digo como se suplicasse. Só de pensar no passado sinto calafrios.

— Aí não é problema meu. — ele fala com a voz séria.

— Por favor, Henri! — suplico com as mãos unidas. — Eu estou me humilhando na sua frente! Você acha que eu me humilharia para você por uma coisa boba?

— Você se humilha todos os dias usando essas suas roupas cafonas. 

— Olha aqui seu imbecil! Cafona é esse seu cabelo aí! Porque não corta ele? Tá parecendo um Shih tzu! — grito.

— Você está me comparando a um cachorro, sua ordinária? — ele pergunta com raiva.

— Sim, seu cachorro raivoso! — digo com um risinho.

Henri apenas me lançou um olhar de ódio, ele queria falar algo, mas preferiu se calar. Ao invés disso ele começou a andar rumo a La couture.

Me lembrei que eu precisava dele para me livrar de Chay. Que merda! Não acredito que ia ter que pedir desculpas para esse filho da mãe.

— Ok, desculpa você não parece um Shit tzu! — digo tentando acompanhar seus passos rápidos. Henri me ignorou, continuando a sua caminhada. 

Ele não ia aceitar se passar por meu namorado, a não ser que eu oferecesse algo a ele. Mas o que posso oferecer à esse imbecil sem cérebro?

— Se você fingir namorar comigo eu te ajudo a ganhar o cargo de jornalista! — isso faz ele parar de andar e me encarar. — Eu não vou dar o meu melhor na La couture, logo suas chances irão subir. — lanço um sorriso. — Vamos combinar, suas chances de conseguir esse cargo são mínimas sem esse acordo.

O imbecil começou a rir. Não esperava essa reação.

— Deixa eu ver se entendi, você quer que eu, Henri Rousseau finja namorar você... — ele fez uma cara de nojo quando pronunciou você. — em troca de facilitar a minha promoção?

— Isso! Estou sendo generosa. — argumento.

— Isso só pode ser brincadeira! — ele ri perversamente. — Nem se você me oferecesse uma vaga de presidente da república eu aceitaria isso. Ah, e eu não preciso que você não dê o seu melhor para eu conseguir a promoção, queridinha.

— E por que seria tão ruim namorar comigo? — pergunto engolindo em seco com medo da resposta. — Você pareceu gostar do nosso beijo.

— Um beijo não significa manchar sua reputação namorando uma mulher, que além de insuportável se vende para um velho só para conseguir um cargo. — ele diz com a maior tranquilidade de todas.

O que? Esse cara está falando que eu me vendi para o Lorenzo? Ele nem me conhece para falar essas coisas de mim. Ele não vai me rebaixar assim, não mesmo.

— Você está me chamando de... olha aqui eu não preciso de você, seu estúpido! — grito tão alto que algumas pessoas na rua começaram a olhar para nós. — Eu sabia que você era baixo, mas não ao ponto de falar que eu me vendo pra alguém! Não sei onde eu estava com a cabeça de pedir para você fingir namorar comigo, seu mesquinho! Eu te odeio! — dou de ombro, deixando ele sozinho. — Ah, e você fede muito! — concluo.

Aonde mora o amor?Where stories live. Discover now