Continuação...
— Eu só queria me desculpar pelo vestido. — Henri explica com a voz fraca, ainda virado de costas para mim.
— Suas desculpas não vão recuperar meu vestido, Henri. — respondo com a voz firme. — Você já pode se virar.
O imbecil se vira para mim, e pela primeira vez desde que eu o conheci no estacionamento seu olhar era de timidez. Ele realmente estava arrependido de ter feito aquele joguinho comigo lá em baixo, mas era tarde demais para desculpas.
— É melhor irmos, não quero me atrasar. — pego minha bolsa e vou em direção a porta, deixando ele sozinho de novo.
Como o estúdio de Matteo Ferrara ficava perto do Hotel, não demoramos nem cinco minutos andando para chegar lá. O local parecia um castelo medieval, na sua frente havia uma enorme faixa escrito o nome do estilista. Pelo visto Matteo realmente não gosta de passar despercebido.
Para sintonizar vocês vou explicar quem é Matteo Ferrara. Ele é um dos melhores estilistas da França do século vinte um e já foi considerado por oito anos consecutivos o melhor do mundo. Ele custura somente roupas para desfiles conceituais que inspiram as roupas comerciais. Seu estilo de trabalho tem uma vibe futurista que critica a sociedade atual. Eu admiro muito ele por ser um homem negro numa sociedade de estilistas estereotipados como brancos.
Matteo Ferrara significa revolução.
— Pois não. — o segurança do Castelo de Matteo nos cumprimenta na entrada.
— Somos da revista La Couture. — respondo com um grande sorriso no rosto.
— Perdão, mas os jornalistas só estão autorizados a entrar daqui a meia hora.— O segurança me informa num tom seco.
— Veja bem senhor... — olho o seu crachá. — Catio Losboa, nós dois viemos de Paris para cá e eu queria muito uma entrevista de primeira mão com o Matteo. — dei uma pausa e cochichei para que Henri não ouvisse: — Sabe, minha promoção depende disso. — lanço uma piscadela acompanhada de um sorriso para Catio, como se já fôssemos íntimos.
— Desculpe, mademoiselle. Não tem nada que eu possa fazer. — o segurança responde me fazendo suspirar.
— Pelo jeito a barbeira não conseguiu convencer o segurança. — Henri zomba rindo.
— Faz melhor então!
Mais um apelido para ele: senhor sabe tudo, super combina com a sua personalidade egocêntrica. Estou ficando boa nisso.
— Stella! — Alguém dentro do castelo me chama, fazendo eu me virar de imediato.
— Lorenzo! — Saúdo com um sorriso no rosto. Henri revira os olhos e cruza os braços igual uma criança.
— Esta linda, Stella. — Ren me dá um abraço apertado. — Fica tranquilo, que não vou roubar sua namorada, Henri.
Pronto, agora até o Lorenzo sabe do nosso namoro. As fofocas circulam rápido.
— Até que uma roubadinha não faria mal. Ela acordou de mau humor hoje, sabe? — Henri responde.
— Não estou de TPM. — protesto.
— O que acham de entrarem comigo? — Lorenzo pergunta.
— Seria ótimo já que a minha namorada não conseguiu convencer o segurança a nos liberar. — o moreno fala. Ele está me tirando do sério hoje.
— Não sabia que te encontraria aqui, Ren. — digo assim que entramos na fortaleza de Matteo.
— Eu e Matteo somos grandes amigos há anos. Eu sempre disponibilizo minhas modelos a ele. — Ren responde nos conduzindo até uma sala.
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Aonde mora o amor?
RomantikkDireto das ruas charmosas da França, está La Conture, a empresa jornalística de moda feminina e masculina mais estilosa. E por trás desse sucesso existem estagiários como a determinada Stella Stan, a americana que sonha em ser uma jornalista reconhe...