07. Nem o futuro esperava

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Tenho que admitir que fiquei envergonhada por ter sido pega por Henri. Quem não ficaria após ter sido pego no flagra?

Aquele vídeo do aniversário de vinte e três anos do Henri me fez rir várias vezes sozinha. A cara dele quando não conseguiu levantar o peso na academia foi hilaria e ele de maquiagem estava muito engraçado também. O que me pegou de surpresa foi na parte em que o Henri disse que era a oitava menina que ele pegava na festa. Eu achei que ele era tão insuportável que ninguém se quer ficaria com ele, mas pelo visto estava errada.

Hoje, infelizmente eu e o imbecil teremos que entrevistar uma jogadora de vôlei famosa para a revista.

Antigamente, antes de Henri aparecer aqui, eu entrevistava sozinha as pessoas, mas agora a Laurent quer que nós dois trabalhemos em equipe, pois "um jornalista tem que ter o espírito coletivo". Ter um espírito coletivo é uma coisa, suportar o Henri é outra.

— O que você tanto faz aí, Petit monstre? Estamos atrasados para a entrevista. — Henri me diz. Ele estava na minha frente me vendo arrumar minha escrivaninha.

— Eu preciso arrumar isso, não vou deixar bagunçado igual a sua. — digo apontando para a mesa de Henri que estava toda bagunçada.

— Tá incomodada com a minha mesa? — ele cruza os braços. — Porque você não vai lá e arruma? Você ama a minha mesa, estava até se apropriando dela ontem.

— Você é muito rancoroso, meu Deus! Já acabei de arrumar, satisfeito?

— Pensei que ia precisar arrancar você daí. — ele diz me vendo levantar da cadeira.

— Encosta em mim pra você ver. Se você quer ser pai algum dia não faça isso porque eu vou te atingir logo no meio das suas pernas. — falo ajeitando minha roupa.

— Agora a assassina quer acabar com a minha linhagem. 

— Isso seria um favor! — exclamo em risos indo em direção ao elevador.

Quando as portas do elevador se abriram eu de imediato tentei entrar, mas o mal educado do Henri é mais rápido que eu e entra primeiro.

— Primeiro as damas, né? — digo a ele com as sobrancelhas erguidas.

— Não estou vendo nenhuma dama aqui, só uma barbeira que gosta de se atrasar.

— Da para calar a sua boca, por favor? — peço já dentro do elevador. — Ah, e não respira perto de mim também. 

— É claustrofóbica? — ele pergunta.

— Sou. E se a gente ficar sem ar nesse elevador a culpa é sua. 

— Você já me deixou sem ar várias vezes e eu não reclamei. — Henri lança essa olhando sério para a porta do elevador.

— Haha. Muito engraçadinho! — zombo. — Meu pior pesadelo se realizou, ficar presa dentro dessa caixa de metal com o imbecil do Henri.

— Então quer dizer que você sonha comigo? — ele pergunta com um sorriso perverso.

Fiquei branca. Lembrei de imediato do sonho que tive com ele.

— É claro que eu não sonho com você. Eu tenho coisas melhores para fazer do que ficar pensando em você. — minto cruzando mus braços.

— Mentirosa.

— Para de me chamar de mentirosa, imbecil! — exclamo, mas não com raiva dele e sim de mim por pensar nele.

Plim! O elevador e abre e eu sou a primeira a sair.

— Ainda bem que esse elevador abriu, se eu passasse mais cinco minutos com você aí dentro eu morreria intoxicada com a seu ego. — digo dando de costas a Henri.

Aonde mora o amor?Where stories live. Discover now